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Fiocruz contribui para o combate à febre amarela nas Américas e África

Potes de vacinas contra febre amarela

17/08/2022

Gabriella Ponte (Bio-manguinhos/Fiocruz)

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A febre amarela é uma arbovirose que está dentro da lista das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). A denominação “negligenciadas” é uma menção ao fato de que essas doenças são as que menos recebem investimentos em pesquisas, produção de medicamentos e vacinas, mesmo sendo as que mais matam no mundo. No entanto, a principal forma de combater a doença é através da vacinação.

Embora a situação no Brasil esteja controlada, várias regiões em todo o mundo precisam de ajuda humanitária no combate à febre amarela para evitar óbitos e Bio-Manguinhos/Fiocruz segue com essa missão. Segundo dados da OPAS, em 2021, três países nas Américas (Brasil, Peru e Venezuela) notificaram casos confirmados de febre amarela. As comunidades indígenas e outras populações vulneráveis com exposição silvestre, que residem dentro e ao redor das áreas silvestres afetadas, estão particularmente em risco.

O Instituto tem sua vacina pré-qualificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2001, o que a torna apta a ser adquirida pelas Agências das Nações Unidas. De janeiro a julho de 2022, o Instituto exportou 4.184.200 doses da vacina de febre amarela para 13 países das Américas e África. Uma região próxima dos brasileiros que conta com nossa ajuda é a Venezuela. Enviamos uma remessa de 250 mil doses em julho, reforçando as ações locais permanentes de prevenção da doença.

Há um esforço global para vacinar a população africana e Bio-Manguinhos faz parte desse trabalho. Foram exportadas quase 1,5 milhão de doses para a República do Congo, onde foi lançada, recentemente, uma campanha de imunização em massa que visa alcançar mais de 93% da população. O imunizante salva cerca de 60 mil vidas na África, todos os anos.

Casos da doença nas Américas

De acordo com o Ministério da Saúde, entre julho de 2021 e maio de 2022, foram notificadas 1.093 epizootias (ocorrência em animais) suspeitas de febre amarela, das quais 25 (2,3%) foram confirmadas por critério laboratorial. No mesmo período, quatro casos da doença foram confirmados em humanos. A transmissão do vírus entre primatas foi registrada no Pará, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, cenário que sinaliza a circulação ativa do vírus nesses estados e o aumento do risco de transmissão aos humanos durante o período sazonal. Os casos humanos confirmados tiveram local provável de infecção no Pará e em Tocantins.

Segundo dados da OPAS, entre 2019 e 2020 a cobertura vacinal de febre amarela nas Américas diminuiu em nove dos 13 países e territórios com áreas endêmicas. Em 2020, a cobertura vacinal, que deve ser superior a 95%, não foi alcançada em 11 países. Ademais, sete países (Argentina, Bolívia, Brasil, Ecuador, Panama, Peru e Suriname) tiveram menos de 80% de cobertura da doença.

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