Em mais de um século de história, a Fiocruz foi liderada por mais de 20 presidentes, entre cientistas, médicos e pesquisadores.
Doutora em sociologia, foi vice-presidente de ensino, informação e comunicação da fundação e professora do Programa de História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). É também professora adjunta de sociologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Integra o conselho editorial de prestigiadas revistas científicas e é pesquisadora de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Premiada diversas vezes, participou da organização e autoria de quase duas dezenas de livros.
Mestre em medicina social pela Uerj e doutor em saúde pública pela Ensp, Paulo Gadelha pesquisou temas como construção da assistência médica e a história das doenças. Já presidiu as Associações de Médicos Residentes do Rio de Janeiro e a Nacional de Médicos Residentes. Foi responsável pela criação da Casa de Oswaldo Cruz (COC), que também dirigiu de 1985 a 1997, e relator geral da 12ª Conferência Nacional de Saúde. É membro da Comissão Intersetorial de Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Saúde desde 2001.
O pediatra e sanitarista Paulo Buss foi presidente eleito da Fiocruz durante dois mandatos (oito anos). Nesse período, atuou como coordenador da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde, um fórum estratégico de combate às iniquidades em saúde. Atualmente é presidente da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública – uma das mais importantes instituições de saúde pública do mundo.
Eloi Garcia ingressou no Instituto Oswaldo Cruz (IOC) em 1982, mas frequentava Manguinhos muito antes, ainda estudante, quando ia à biblioteca sempre às quartas-feiras, dia em que as revistas científicas expostas eram renovadas. Esteve à frente da Fundação nas comemorações do centenário de Manguinhos. Membro da Academia Brasileira de Ciências, atualmente é pesquisador titular aposentado do IOC e continua a desenvolver seu trabalho no Laboratório de Bioquímica, Fisiologia e Imunologia de Insetos.
O médico pernambucano Carlos Morel foi pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), onde dirigiu o Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular. Foi diretor do IOC e vice-presidente de Pesquisa da Fundação. Ao deixar a presidência da Fiocruz, coordenou o programa especial para pesquisa e treinamento em doenças tropicais da Organização Mundial de Saúde.
O pesquisador sênior do CNPq Euclides Ayres de Castilho possui doutorado e livre-docência em Medicina Preventiva e é professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É uma das referências nacionais na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia, atuando principalmente com o tema HIV/Aids. Na Fiocruz atuou como vice-presidente de Ensino e presidente interino.
O virologista Hermann Schatzmayr é considerado um expoente da ciência nacional, tendo acompanhado a própria história da virologia no país. Estudou a pandemia de gripe de 1957/58 no Rio de Janeiro, participou dos esforços de erradicação da varíola e de combate à poliomielite no país, além de ter produzido destacados estudos em dengue, sendo o responsável pelo isolamento dos vírus da dengue 1, 2 e 3 no Brasil.
Médico, foi professor de parasitologia da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), onde criou o Departamento de Ciências Biológicas. Junto a Gilberto de Freitas e a Hermann Schatzmayr, criou a pós-graduação em Manguinhos, com o Mestrado em Parasitologia e em Virologia, hoje reunidos no Mestrado em Biologia Parasitária. Também atuou como vice-diretor e diretor da Ensp, chefe do departamento de Helmintologia do Instituto Oswaldo Cruz e vice-presidente da Fiocruz.
Formado em medicina veterinária, Akira Homma é doutor em Ciências pelo Baylor College of Medicine, no Texas (EUA). Coordenou programas do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde, na década de 1990. Antes de se tornar presidente da Fiocruz, foi superintendente e diretor de Bio-Manguinhos, de 1976 a 1989, e vice-presidente de Tecnologia. Atualmente, é membro do Conselho Político-Estratégico de Bio-Manguinhos.
Sérgio Arouca, médico e sanitarista, foi professor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp). Na década de 1970, foi convidado a trabalhar com o governo sandinista da Nicarágua. Como presidente da Fiocruz, foi o responsável pela reintegração dos dez cientistas cassados pela ditadura militar. Ocupou a presidência da instituição até abril de 1988, quando se exonerou para concorrer à vice-presidência da República na chapa do PCB, com Roberto Freire.
O intelectual Guilardo Martins Alves dedicou sua vida ao avanço tecnológico e científico do Brasil. Atuou como reitor da Universidade Federal da Paraíba, em 1968, quando viabilizou a construção do atual complexo hospitalar da universidade. Como presidente da Fiocruz prosseguiu com o processo de renascimento institucional que desaguou na redemocratização e na Nova República, com a posse de José Sarney, em 1985. Também foi presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras e vice-presidente da Fiocruz.
Economista, Fonseca presidiu a Fundação de 1975 a 1979 – período em que a instituição tentava esboçar uma reação que a tirasse do silêncio e da desmobilização impostos pela ditadura. Sua ligação ao ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso – um político de visão tecnocrática e desenvolvimentista –, permitiu a Fonseca realizar uma grande renovação, criar novos grupos de pesquisa, revigorar laboratórios e recuperar a Fundação.
Em 1931, Oswaldo Lopes da Costa defendeu sua tese de doutorado A geneserina na regularização das anestesias gerais, na Faculdade de Medicina da Bahia. No período em que foi presidente, o sanitarista assistiu a mais uma alteração no nome da instituição, que deixou de ser Fundação Instituto Oswaldo Cruz e passou a denominar-se Fundação Oswaldo Cruz.
Ingressou na Fiocruz como pesquisador durante a gestão de Carlos Chagas. Filho de Oswaldo Cruz, o cientista foi chefe do Laboratório de Soros e Toxóides e presidente do Instituto Oswaldo Cruz no período em que este foi transformado em Fundação Instituto Oswaldo Cruz. Antes de ingressar na Fiocruz, Oswaldo Cruz Filho foi enviado à Argentina para completar os estudos sobre a piroplasmose ou “tristeza dos bovídeos”.
O bacteriologista José Guilherme Lacôrte ingressou como pesquisador da Fiocruz durante a gestão de Carlos Chagas e atuou na Seção de Microbiologia do Instituto Oswaldo Cruz. Em Manguinhos, foi professor e formou gerações de pós-graduados ao ensinar a experimentação e as técnicas habituais da Hematologia, no departamento do Instituto Oswaldo Cruz, que hoje é o Hospital Evandro Chagas.
O médico e político Francisco de Paula da Rocha Lagoa foi ministro da Saúde no governo Emílio Garrastazu Médici, de 1969 a 1972. Durante o período, levou a cabo a perseguição aos pesquisadores de Manguinhos, iniciada quando assumira a diretoria. Em 1970, o Ato Institucional nº 5 cassou dez cientistas do Instituto, o que ficou conhecido como o “Massacre de Manguinhos”. Após 39 anos na instituição, foi aposentado e impedido legalmente de exercer a profissão em qualquer centro científico do país.
Renomado bacteriologista e virologista, foi o responsável pela criação do laboratório de poliomielite no Pavilhão Rockefeller, hoje ocupado por Biomanguinhos. Na pesquisa, Travassos da Rosa comprovou a identidade entre os agentes da febre maculosa brasileira (São Paulo e Minas Gerais) e a das Montanhas Rochosas, bem como a ocorrência do tifo endêmico (murino) no Rio de Janeiro. O professor foi afastado da direção do Instituto Oswaldo Cruz, em junho de 1964, pelo general Castelo Branco, recém-empossado na Presidência da República pelo movimento militar.
Em 1939 ingressou na instituição, onde foi chefe da Divisão de Fisiologia. Tito foi diretor do Setor de Pesquisas Biológicas do Conselho Nacional de Pesquisa e diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Em 1959, retornou a Manguinhos, onde ocupou o cargo de diretor do Instituto Oswaldo Cruz. Voltou ainda para a chefia da Divisão de Fisiologia, em 1961, cargo do qual foi exonerado em 1964, durante o Massacre de Manguinhos.
O cientista mineiro Amílcar Vianna Martins iniciou sua trajetória profissional na Fundação Ezequiel Dias e atuou no Instituto Oswaldo Cruz. Considerado um líder na parasitologia em Manguinhos, o professor formou gerações de pós-graduados. Nos Estados Unidos aperfeiçoou as técnicas de estudo das riquétsias, dedicou-se a pesquisas sobre a doença de Chagas e a esquistossomose, e desenvolveu minuciosa tese sobre as mutucas. Em 1949, tornou-se professor catedrático de parasitologia da Faculdade de Medicina da UFMG.
O cientista Antônio Augusto Xavier atuou como pesquisador na Divisão de Fisiologia e Farmacodinâmica do Laboratório de Fisiologia do Instituto Oswaldo Cruz. Durante sua gestão como presidente inaugurou, em 1955, o Centro de Pesquisas René Rachou, em Belo Horizonte (MG) e, dois anos depois, o Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz, em Salvador (BA).
É reconhecido, no panorama científico nacional e internacional, pelas pesquisas que resultaram na caracterização clínica do quadro cardíaco dos casos crônicos de doença de Chagas. Empossado em janeiro de 1954, sua gestão destacou-se pela organização do Conselho Deliberativo, constituído pelos chefes de Divisão, inaugurando assim o sistema colegiado para a solução de problemas gerais da administração técnico-científica.
O médico bacteriologista ingressou na Fiocruz ainda como estudante. Foi aluno de Carlos Chagas entre 1913 e 1914, em um curso de Protozoologia. Em 1919, dirigiu a recém-criada filial de Manguinhos em São Luís, denominada Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural.
Após deixar a presidência da Fiocruz, Fonseca assumiu a direção do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em 1954, dedicado a realizar estudos científicos do meio ambiente e das condições de vida nos mais de 5 milhões de quilômetros quadrados da região amazônica. Olympio Ribeiro da Fonseca foi reconhecido pelo Colégio Americano de Cirurgia, que concedeu ao médico a homenagem Honorary Fellowship pelo destaque na profissão.
Iniciou sua carreira científica em 1903, como estagiário, ao lado de Oswaldo Cruz. Em mais de 50 anos de labor científico, o professor Aragão foi, além de diretor, um dos fundadores e destacado pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz. Era um entusiasta das campanhas sanitárias desenvolvidas pelo Serviço Nacional de Malária e pelo Departamento Nacional de Endemias Rurais. Em seus discursos, era enfático ao afirmar que: "É preciso não esquecer a função humanitária de Manguinhos".
Cardoso Fontes notabilizou-se pelos estudos sobre a tuberculose e a forma granular do bacilo, como expressão do seu "dinamismo morbígeno". Também colaborou na criação da Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro, da qual foi professor de Microbiologia e seu primeiro Diretor. Por indicação de Oswaldo Cruz, seu orientador, tornou-se inspetor-sanitário dos Serviços de Profilaxia da Febre Amarela e Peste antes de assumir a direção do Instituto Oswaldo Cruz.
Médico e bacteriologista, dedicou-se aos serviços de profilaxia no interior do Brasil. Em 1909, conseguiu descobrir o agente causador de uma grave doença que denominou de Tripanosoma Cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. Chagas também demonstrou que o mal era transmitido por um inseto chamado “Barbeiro” (Triatoma Megista). Hoje a moléstia é conhecida como doença de Chagas, em sua homenagem.
O médico e sanitarista que dá nome a um dos mais importantes polos de pesquisa científica em saúde do mundo foi presidente do Instituto Soroterápico Federal (ISF), Diretor Geral de Saúde Pública, realizou inúmeras expedições pelo país e ampliou o conhecimento sobre doenças tropicais. Suas descobertas fizeram surgir o embrião de consciência sanitária entre os intelectuais do país.
O cirurgião Barão de Pedro Afonso foi o primeiro presidente do Instituto Soroterápico Federal (ISF), ainda em construção na Fazenda Manguinhos. O Barão foi convidado a dirigir a nova instituição por sua experiência em produzir a vacina contra a varíola no Instituto Vacínico, no Rio de Janeiro.