Diante de antigas e novas emergências sanitárias, como febre amarela, dengue, zika e chikungunya, é inevitável se questionar por que o Brasil parece patinar no combate ao Aedes aegypti e a doenças por ele transmitidas, a despeito dos êxitos obtidos pelos seus cientistas no início do século passado e dos avanços científicos e tecnológicos que se sucederam desde então. Oswaldo Cruz morreu em 11 de fevereiro de 1917 sem testemunhar o surto que se abateu sobre a cidade já em 1928. De lá para cá, a história tomou rumos que o sanitarista dificilmente suporia: cem anos após a sua morte, o Rio de Janeiro, já não mais sede do governo federal, vive novamente a apreensão de ter a febre amarela batendo a suas portas. Os paralelos com o passado indicam que o país parece ter ignorado algumas lições que poderia ter aprendido ao longo de sua história.
Apesar dos percalços, historiadores apontam que é justamente a herança deixada pela geração de Oswaldo Cruz que continua a contribuir para o enfrentamento dessas mazelas e guiar políticas de saúde pública. Cem anos após a morte de Oswaldo Cruz, o pensamento do sanitarista continua a influenciar a defesa da ciência nacional e da saúde pública, enquanto a Fiocruz, instituição criada por ele e seus contemporâneos, permanece ativa na resposta às crises sanitárias que repetidamente assolam o país.