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Tuberculose: medicamento produzido por Farmanguinhos facilita adesão ao tratamento

Caixa do medicamento

26/03/2019

Por: Viviane Oliveira (Farmanguinhos/Fiocruz)

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A data 24 de março é mundialmente conhecida como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Esta doença é considerada um sério problema da saúde pública, que, por ser infecciosa e transmissível, atinge cerca de 8,8 milhões de pessoas, provocando 1,1 milhões de mortes por ano no mundo. Embora seja uma enfermidade passível de ser prevenida, tratada e mesmo curada, ainda mata cerca de 4,7 mil pessoas todos os anos no Brasil.

A alta taxa de infectados se deve a inúmeros fatores, como contágio pelo ar, através da tosse, espirros e fala da pessoa doente, à alta incidência em grandes aglomerações humanas e em habitações insalubres e, ainda, à quantidade de comprimidos e longevidade do tratamento, que dura cerca de seis meses.

Farmanguinhos possui uma importante atuação, pois oferece para o Sistema Único de Saúde (SUS) um único comprimido, chamado 4 em 1, com os quatro princípios ativos usados no tratamento: isoniazida, rifampicina, etambutol, pirazinamida. Esta Dose Fixa Combinada (DFC) facilita a rotina do paciente, que substitui os quatro comprimidos diferentes por somente um, motivando-o a seguir com o tratamento até a cura da doença.

Este medicamento já está sendo oferecido ao SUS, através da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), entre Farmanguinhos e o laboratório indiano Lupin.  É importante ressaltar que a etapa de Controle de Qualidade já foi totalmente internalizada e, já em 2019, quatro milhões de unidades farmacêuticas foram distribuídas na rede pública, ampliando o acesso da população ao tratamento. A previsão é de que, em julho de 2019, o Instituto fabrique os lotes-piloto já no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM) de Farmanguinhos.

Além disso, alguns medicamentos tuberculostáticos são produzidos na unidade da Fiocruz, como etionamida, isoniazida e o composto isoniazida + rifampicina, e outros estão em fase de pesquisa e desenvolvimento, a fim de chegar a novas formulações para a tuberculose.

Sobre a tuberculose

Quais os sintomas da doença?

O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como:

•    febre vespertina
•    sudorese noturna
•    emagrecimento
•    cansaço / fadiga

Os pulmões são os órgãos mais afetados, mas pode acometer ainda os rins, a pele, os ossos e os gânglios. O contágio ocorre pelo ar, através da tosse, espirro e fala da pessoa que está doente, que lança os bacilos no ambiente. Quem convive próximo ao doente aspira esses bacilos e pode também adoecer. Sabe-se que o bacilo pode permanecer no ambiente por um período de até 8 horas, ainda mais quando o domicílio não é ventilado e arejado.

Existe prevenção?

A prevenção deve ser feita através da vacina BCG, que diminui as formas mais graves da doença, como a meningite tuberculosa, porém não é eficaz contra a tuberculose pulmonar. Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até 4 anos, 11 meses e 29 dias.

Outra maneira de prevenir a doença é a avaliação de contatos de pessoas com tuberculose, que permite identificar a Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis, o que possibilita prevenir o desenvolvimento de tuberculose ativa. Em outras situações específicas, pessoas que são diagnósticas com a infecção latente da tuberculose também tem indicação de receber tratamento para prevenir o adoecimento. Neste caso, é necessário procurar uma unidade de saúde para avaliação.

Além disso, outra medida de prevenção da doença, é manter ambientes bem ventilados e com entrada da luz solar. Objetivamente, a forma mais eficaz é a descoberta das pessoas doentes e o início rápido do tratamento.

Como é o tratamento?

A tuberculose tem cura. O tratamento da tuberculose é realizado com o 4 em 1, dura, no mínimo, seis meses, é gratuito e disponibilizado no SUS. Logo nas primeiras semanas de tratamento, o paciente se sente melhor e, por isso, precisa ser orientado pelo profissional de saúde a realizar o tratamento até o final, independentemente da melhora dos sintomas. É importante lembrar que o tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de tuberculose drogarresistente.

Dia Mundial de Combate a Tuberculose

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