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InfoGripe aponta manutenção de queda no número de casos


23/10/2020

Por: Regina Castro (CCS/Fiocruz)

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O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz mostra que os casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e de Covid-19 no país, independentemente da presença de febre, mantêm sinal de queda, embora em ritmo mais lento. No entanto, todas as regiões brasileiras ainda encontram-se na zona de risco e com ocorrências semanais muito altas, exceto a região Sul, que apresenta sinal epidêmico. Entre os resultados positivos para os vírus respiratórios, cerca 97,7% são em consequência do novo coronavírus.

Referente à Semana Epidemiológica (SE) 42, que abrange o período de 11 a 17 de novembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação e Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 20 de novembro. Além dos resultados nacionais, o Boletim traz números de casos e óbitos por estados, macrorregiões e capitais.

“Em Mato Grosso, conforme já relatado nos boletins anteriores, se manteve a diferença entre os registros no sistema nacional Sivep-Gripe e os apresentados no sistema próprio do estado”, observou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

No total, já foram reportados no ano de 511.859, sendo 280.476 (54,8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 157.551 (30,8%) negativos, e cerca de 42.558 (8,3%) estão aguardando resultado laboratorial. Levando em conta a oportunidade de digitação, estima-se que já ocorreram 533.154 casos de SRAG, podendo variar entre 525.033 e 544.701 até o término da SE 42.

Entre os resultados positivos, 0,4% foram de Influenza A; 0,2% Influenza B; 0,4% vírus sincicial respiratório (VSR); e 97,7% Sars-CoV-2 (Covid-19). Considerando a presença de febre nos registros, conforme definição internacional de SRAG, o total de casos notificados foi de 348.657, com estimativa de 360.858 [356.339 – 366.874].

“Como sinalizado nos boletins anteriores, a situação nas regiões e estados do país é bastante heterogênea. Portanto, o dado nacional não é um bom indicador para definição de ações locais”, ressaltou Marcelo Gomes.

Regiões

Segundo o estudo, a exemplo do cenário nacional, o resumo regional aponta que todas as regiões encontram-se na zona de risco e com ocorrências de casos muito altas. Na atualização, observa-se que 18 das 27 capitais apresentam sinal de estabilidade ou crescimento na tendência de longo prazo. Destas, sete apresentam sinal de crescimento moderado (prob. > 75%) ou forte (prob. > 95%) na tendência de longo prazo.

Os dados de Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Macapá (AP) e Salvador (BA) apresentam sinal forte de crescimento no longo prazo. Em Florianópolis e Macapá, observa-se esse sinal nas últimas quatro semanas. João Pessoa e Salvador completam três semanas consecutivas com sinal de crescimento na tendência de longo prazo.

Nas capitais Aracaju (SE), Fortaleza (CE) e São Luís (MA), observa-se sinal moderado de crescimento para a tendência de longo prazo, acompanhado de estabilização na tendência de curto prazo em Fortaleza e São Luís, e sinal forte de crescimento na tendência de curto prazo em Aracaju.

“Já em Manaus, a tendência de longo prazo aponta sinal de estabilidade, com a tendência de curto prazo indicando queda. No entanto, a estimativa de casos recentes ainda se encontra acima do patamar de estabilidade registrado após o período de queda. É recomendável adoção de cautela e reavaliação nas próximas semanas, para avaliar se haverá reversão da tendência de crescimento que vinha se mantendo desde a segunda semana de agosto”, informou Marcelo Gomes.

Em Palmas (TO), embora a tendência de longo prazo se mantenha com sinal moderado de queda, na tendência de curto prazo se observa sinal moderado de crescimento. Belém retomou sinal de estabilidade e a curva de casos indica oscilação lenta em torno de valor estável. Campo Grande (MS) registra sinal de estabilização na tendência de curto prazo após duas semanas consecutivas com sinal de crescimento, sendo que  a tendência de queda foi interrompida há cerca de quatro semanas. Com isso, a incidência estimada ainda se mantém acima dos 10 casos semanais por 100mil habitantes, o que é considerado elevado.

São Paulo manteve o sinal de estabilização, reforçando o indicativo de interrupção da tendência de queda. Conforme relatado nos boletins anteriores, a tendência reportada para Cuiabá (MT) não é confiável, uma vez que se observou grande diferença entre os dados de SRAG do estado reportados no Sivep-Gripe, utilizados pelo InfoGripe, e aqueles reportados no sistema próprio do estado, sendo grande a subnotificação no Sivep-Gripe. No entanto, de acordo com a análise, mesmo com esta subnotificação, o sinal apresentado é de interrupção da queda.  

Macrorregiões

Em 13 das 27 unidades federativas, observa-se tendência de curto e longo prazo com sinal de queda ou estabilização em todas as respectivas macrorregiões de saúde. Nos demais 14 estados, Amapá e Tocantins (Norte), Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, e Sergipe (Nordeste), Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Sudeste), Santa Catarina (Sul), e Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste), há ao menos uma macrorregião estadual com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal moderado (prob. > 75%) ou forte (prob. > 95%) de crescimento. Para avaliação criteriosa da evolução ao longo do tempo, é recomendada análise das séries temporais de cada macrorregião de saúde apresentada no Anexo III do boletim semanal do InfoGripe.

Acesse o boletim!

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