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Dia Mundial da Audição: data ressalta a importância dos cuidados paliativos


03/03/2022

Fonte: Ensp/Fiocruz

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Com o objetivo de conscientizar a sociedade acerca da deficiência auditiva e promover cuidados auditivos, o dia 3 de março foi escolhido para ser o Dia Mundial da Audição. A data, cuja temática é tratada como questão de saúde pública, é lembrada todos os anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em 2022, trouxe o tema Para ouvir por toda a vida, ouça com cuidado!. Para falar um pouco mais sobre essa questão, o Informe ENSP convidou a pesquisadora e fonoaudióloga que atua no Serviço de Fonoaudiologia do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP), Marcia Soalheiro. No texto, a pesquisadora ressalta as ações realizadas pela OMS, principalmente a respeito do relatório mundial sobre audição, o qual teve participação de diversas instituições do mundo, dentre elas, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Leia abaixo:

O Dia Mundial da Audição é comemorado, anualmente, em 3 de março pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os objetivos da campanha são: sensibilizar a população sobre a importância da audição e promover ações a fim de prevenir a perda auditiva e a melhoria dos cuidados auditivos.

O Serviço de Audiologia do Cesteh/ENSP/Fiocruz corrobora e participa da campanha de 2022, cujo tema é: Para ouvir por toda a vida, ouça com cuidado!

Neste ano, a OMS se concentrará na importância de ouvir com segurança como meio de manter uma boa audição ao longo da vida. 

Em 2021, a OMS lançou o relatório mundial sobre audição que destacou o número crescente de pessoas vivendo com e em risco de perda auditiva. Identificou o controle de ruído como uma das sete principais intervenções e enfatizou a importância de mitigar a exposição a sons altos.

Este relatório ressalta, em especial, a carência de investimentos públicos financeiros, que são necessários à formulação de política públicas com cobertura universal e preventiva para a integração dos cuidados. A OMS apela aos governos, parceiros da indústria e sociedade civil para conscientizar e implementar padrões baseados em evidências que promovam a escuta segura e boas práticas.  

No tocante ao tema ruído, temos legislações federais, estaduais e municipais, e todas têm como base as normas técnicas da ABNT - Norma Brasileira (NBR) 10.151 e NBR 10.152, instituídas como obrigação legal na Resolução Conama n. 001/1990, que estabelece critérios e padrões para a emissão de ruídos em decorrência de quaisquer atividades industriais, além da  Resolução Conama n. 002/1990 que institui o Programa Nacional de Educação e Controle de Poluição Sonora – Silêncio.

Com isso, alguns níveis de conforto ambiental são preconizados e previstos em nosso país. Essas normativas dispõem sobre níveis de conforto em áreas habitadas e em ambientes internos e estão em constante atualização, mas não dão conta de promover qualidade sonora ambiental para todos e, em especial, para as comunidades vulneráveis que vivenciam conflitos armados cotidianamente. Uma análise simples, e apenas considerando armas legais, é o exemplo do uso pela polícia da pistola calibre 40, que tem nível de ruído emitido e medido em 124,9 dB(C), e também o fuzil de uso exclusivo do exército, modelo Fal, que emite 147.3 – 171 dB(C). Trata-se de uma exposição sonora individual muito impactante e não foi considerada a carga de ruído resultante de um conflito armado! Sinalizamos que esses níveis ultrapassam o máximo aceitável para ruído de impacto, causam perdas auditivas irreversíveis e grandes prejuízos para crianças e a comunidade em geral, além de diversos tipos de danos: físicos, sociais, educacionais, emocionais e econômicos que precisam de análise e cuidado.

Acolher as orientações da OMS nos faz refletir sobre que tipo de ambiência sonora queremos para a nossa sociedade.

*Por Marcia Soalheiro, pesquisadora e fonoaudióloga do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP)
 

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