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Delegação americana visita projetos da Fiocruz financiados pelos Estados Unidos


10/04/2023

Ana Paula Blower (Agência Fiocruz de Notícias)

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Uma delegação de congressistas americanos e representantes do governo dos EUA em Brasília visitou a Fiocruz para conhecer e acompanhar o andamento de projetos que receberam financiamento daquele país. Entre eles estudos sobre tuberculose, HIV/Aids e Covid-19. Ao longo da visita, nos dias 3 e 4 de abril, o grupo percorreu unidades, fábrica e laboratórios da Fundação, participou de reuniões e levantou informações sobre o que foi feito e o que ainda pode ser construído com o financiamento vindo do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e do National Institute of Health (NIH). Alguns projetos, por exemplo, seguem em fase de renovação de financiamento. A vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde, Patricia Canto, fez uma apresentação institucional da Fiocruz.

Durante dois dias, a delegação dos EUA conheceu laboratórios e participou de reuniões na Fiocruz
(Foto: Peter Ilicciev)

 

A delegação americana foi composta por funcionários do Congresso, representantes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos e do CDC. O grupo tinha como objetivo destacar as parcerias na colaboração em saúde com instituições brasileiras e as conquistas que melhoraram os resultados de saúde no país e na região.

“A Fiocruz é um parceiro incrivelmente importante para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, incluindo o CDC, onde trabalho, mas também para o NIH. Conseguimos grandes coisas juntos e esses dois dias de visita nos permitiram compartilhar com a equipe do Congresso o impacto das conquistas. Essa parceria com certeza gerou um impacto muito positivo no Brasil, na região e no mundo”, disse Alison Kelly, do Escritório Regional América do Sul do CDC em Brasília.

Nos Estados Unidos, as principais alianças da Fiocruz se concentram no NIH, que oferece apoio financeiro a diversos projetos de pesquisa por meio de seus institutos. O CDC também mantém parceria com unidades da Fiocruz, além de várias universidades americanas. Atualmente, há dois convênios com o NIH vigentes: um estabelecido em uma carta de intenções em maio de 2014 com término em maio deste ano, e outro de colaboração com o Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas), iniciado em dezembro de 2018 até dezembro de 2023.

Projetos que receberam financiamento

Os congressistas visitaram primeiro as instalações do Instituto Nacional de Infectologia (INI/ Fiocruz), que reúne uma série de projetos beneficiados pelo financiamento do NIH. Um deles é voltado para a rede de pesquisa em tuberculose no Brasil e o outro para a rede de estudos em HIV/Aids no Caribe, América Central e América do Sul. A delegação também se reuniu brevemente com pesquisadores da Fundação que fazem parte do projeto de pesquisa colaborativo entre cientistas do Rio de Janeiro e de São Francisco, nos Estados Unidos, sobre HIV com foco em uma intervenção baseada em tecnologia para homens jovens que fazem sexo com homens.

Ainda no âmbito da pesquisa em HIV, eles visitaram o Laboratório de Pesquisa Clínica em IST e Aids e o de micobactérias e Tuberculose. Na sequência, foram ao Centro Hospitalar. 
A delegação foi apresentada ao Vacina Maré, projeto que recebe financiamento do CDC desde o início e é uma iniciativa da Fiocruz em parceria com a Redes da Maré e a Prefeitura do Rio de Janeiro com o principal objetivo de estimar a efetividade da vacina contra a Covid-19 e o impacto da pandemia no território. Na ocasião, foram informados resultados do trabalho e perspectivas de futuro, visando a continuidade do financiamento.

O pesquisador da Fiocruz que liderou os estudos na comunidade, Fernando Bozza, explica que o CDC já apoiava um projeto que ele coordenava e, quando veio a pandemia, aplicou o Vacina Maré para o financiamento e, assim, recebeu uma uma suplementação de verba. “Tive a oportunidade de apresentar para eles o projeto e eles ficaram interessados especialmente na parte das coortes. Hoje o CDC apoia integralmente a coorte sobre longa Covid-19”, diz ele. “O CDC tem sido um super parceiro e a nossa ideia agora é transformar o que é o projeto hoje numa plataforma de pesquisa voltada para questões de vigilância, comunicação e informação".   

Outro projeto apresentado aos congressistas foi o da Rede Genômica Fiocruz, que reúne especialistas de todas as unidades da Fundação e de institutos parceiros que se empenham em gerar dados sobre o comportamento do Sars-CoV-2 por meio da decodificação do genoma viral. A iniciativa recebeu financiamento do CDC de 2021 até o início de 2022, em um período determinante de entrada da variante Gama no país. 

Como explica a chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Marilda Siqueira, a verba do CDC foi uma “verdadeira resposta à emergência”. Ela explica que a verba visava, principalmente, ampliar a capacidade genômica da iniciativa, de análise dos vírus circulantes no país e da introdução e distribuição das novas linhagens no país. “Foi um financiamento muito importante para o estabelecimento de metodologias em vários laboratórios da Rede Genômica Fiocruz”, afirma Siqueira. “Nós estamos agora em discussão para a renovação e submetemos um novo projeto ao CDC”. 

Outra área visitada pelo grupo foi o Laboratório de Hepatites Virais e o Ambulatório de Hepatites Virais do IOC/Fiocruz, que recebem financiamento do NIH. Como explicou a pesquisadora do ambulatório Lia Lewis-Ximenes, o NIH vem financiando o projeto há alguns anos e essa verba foi importante para auxiliar no pagamento das bolsas de estudo, na contratação de equipe técnica, para a compra de insumos, como testes rápidos, auxílio do transporte para os pacientes, entre outros benefícios. O grupo fez ainda uma breve visita ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).

A delegação também esteve no Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), onde se reuniu com o pesquisador Pritesh Lalwani para conhecerem mais sobre o andamento do projeto que ele coordena sobre Covid-19. O projeto, voltado para o estudo da durabilidade da resposta imune após doses de reforço da vacina, é um estudo longitudinal prospectivo iniciado em agosto de 2022 com o apoio do CDC por um ano.

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