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Butantan visita a Fiocruz para realinhar parcerias estratégicas para o SUS


29/03/2023

Ciro Oiticica (Agência Fiocruz de Notícias)

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Uma delegação do Instituto Butantan, liderada pelo diretor Esper Georges Kallás, visitou a Fiocruz, na última sexta-feira (24/3), para discutir futuras parcerias. Foram recebidos pelo presidente da Fundação, Mario Moreira, pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz), Marco Krieger, e pelo diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Maurício Zuma. Fiocruz e Butantan querem estreitar ainda mais as relações para ampliarem atuação na saúde pública, a partir da cooperação nos campos científico, tecnológico e industrial. Iniciativas foram prospectadas e serão reunidas em uma oficina de trabalho, a se realizar em abril em São Paulo, em visita da Fiocruz ao Instituto Butantan. 


Fiocruz e Butantan querem estreitar ainda mais as relações para ampliarem atuação na saúde pública (foto: Peter Ilicciev)

O encontro teve início no gabinete da Presidência, no Castelo Mourisco. “Essa retomada da aproximação é importante para nós na Fiocruz e para o Brasil”, garantiu o presidente Mario Moreira. “Nossa cooperação nos faz mais fortes individual e coletivamente. Precisamos adensar esforços para garantir acesso da população aos produtos estratégicos para o [Sistema Único de Saúde] SUS”. Mario apontou para uma parceria já existente entre as organizações. “Quase todas as unidades da Fiocruz têm cooperação com o Butantan, na pesquisa, no desenvolvimento tecnológico, e na produção de imunobiológicos”, lembrou. O presidente destacou que os desafios atuais devem sem superados por novos modelos de inovação e novos arranjos de produção, em especial aqueles para superar os gargalos tecnológicos e de acesso no país.

O diretor do Instituto Butantan, Esper George Kallás, compartilha a visão das semelhanças. “Estamos em duas instituições que contribuem consideravelmente para o Programa Nacional de Imunizações (PNI)”, disse. “Vamos fazer o possível, entre nós, para nos ajudarmos um ao outro. Temos muitas ações complementares para trabalharmos de braços dados na melhoria da saúde pública brasileira”.

Após conhecerem a planta fabril de Bio-Manguinhos/Fiocruz, os representantes do Butantan voltaram a se reunir com a presidência da Fiocruz na Residência Oficial. “Não é mera formalidade a visita a Bio-Manguinhos”, observou Mario, “É importante que o Butantan conheça nossas capacidades para buscar complementaridades”. Esper Kallás convidou então a Fiocruz a visitar as instalações do Instituto Butantan, incluindo a nova Escola Superior do Instituto Butantan (Esib). O diretor do Instituto sugeriu ainda a criação de uma área de contingência nas duas organizações, para estudar maneiras de uma recorrer à outra em caso de emergência sanitária. “Podemos encontrar maneiras de servir de suporte um ao outro”, reforçou, “definir conjuntamente cada portfólio também ajudará nessa prevenção”. 

Sistema de produção público e oficina de trabalho

A articulação da coordenação do sistema de produção pública em saúde foi colocada como uma responsabilidade da Fiocruz e do Butantan pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Krieger. “Por um momento, perdemos essa capacidade, mas temos agora a oportunidade e responsabilidade de rearticulá-la”, apontou. As duas instituições poderiam ainda atuar como indutores desse sistema. “Não dá para resolver tudo, mas podemos identificar insumos críticos e fazer trabalho de logística, indução e produção local para estruturar uma cadeia produtiva, através de parceiros, como parte de um ecossistema de inovação”. Para o presidente Mario, isso colocaria as duas instituições não apenas como produtores, mas também agentes para o fortalecimento dessa indústria nacional em saúde. “No sistema produtivo nacional, incluindo a Fiocruz, nosso grau de importação de insumos é alto, e poderia ajudar a sustentar essa cadeia”, observou.

O diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Maurício Zuma, detalhou a importância desse ecossistema produtivo. “Não basta construir plantas produtivas, construir fábricas, há de ser organizar todo um ecossistema, um sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação, com pesquisadores qualificados, um programa de imunizações com demanda forte, todo um conjunto nacional que fornece as bases pra que a orientar a atuação”. E prosseguiu: “temos essas condições e podemos avançar. Há muita confiança, inclusive internacionalmente, de que podemos dar conta de diversos problemas no país e na região, o que aumenta nosso desafio. Devemos aproveitar este momento para realinhar parcerias”, concluiu.

Ao final do encontro, uma oficina de trabalho no Instituto Butantan foi planejada para abril, a fim de dar mais densidade às possibilidades de parceria surgidas. Entre os temas discutidos para a oficina, estão a apresentação da carteira de desenvolvimento e portfólio de produtos de cada instituição; a análise de capacidades estruturais; o estudo de um modelo de cooperação que permitam parcerias mais amplas; e mecanismos mais eficientes de acesso a insumos para a pesquisa.

Ao lado do diretor Esper Kallás, a degeleção do Instituto Butantan foi composta por Ricardo Oliveira, diretor Bioindustrial, Hubert Guarino, diretor de Negócios, e Cristiano Gonçalves Pereira, gerente de Inovação e Licenciamento de Tecnologia. Pela Fiocruz, estiveram presentes também o coordenador do Programa de Terapias Avançadas, Antonio Carlos Campos de Carvalho, e a assessora da Presidência, Camile Giaretta Sachetti.

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