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Almirante visita Fiocruz para falar sobre o Fioantar e propõe novas parcerias


18/08/2022

Agência Fiocruz de Notícias (AFN)

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Em um momento em que os pesquisadores do programa da Fiocruz na Antártica se preparam para as novas expedições do final do ano, a Fundação recebeu no último dia 15 a visita do novo secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm/Marinha do Brasil), o contra-almirante Marco Antonio Linhares. Recepcionado pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade de Lima, e pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz), Marco Krieger, o almirante pôde conhecer um pouco mais sobre o Fioantar.

Recepcionado pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade de Lima, e pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz), Marco Krieger, o almirante pôde conhecer um pouco mais sobre o Fioantar (foto: Fiocruz)

 

Envolvendo oito laboratórios da Fiocruz, o Fioantar mantém desde 2019 linhas de pesquisa que vão da vigilância em vírus ao estudo em helmintos, com os integrantes do projeto viajando com o apoio da Marinha até a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). As amostras coletadas em diferentes pontos do continente gelado são usadas não só para os laboratórios envolvidos na pesquisa, como são disponibilizadas para os demais institutos da Fundação. As expedições científicas foram interrompidas em 2020 devido à pandemia de Covid-19 e retomadas no ano passado, sob um forte protocolo de segurança sanitária. 

O Fioantar, dessa forma, se integra ao Proantar, o Programa Antártico Brasileiro. No cargo desde dezembro, o almirante Linhares chegou acompanhado por diferentes autoridades ligadas ao programa, como o comandante Marcelo Gomes (Proantar); e o comandante Luiz Felipe, da Estação de Apoio Antártico (Esantar). Do Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel vieram o comandante Fabiano de Medeiros Ichayo; o imediato comandante Márcio Morais de Lima; e o chefe do Departamento de Operações, comandante Bruno Cravinho Meca. Do Navio Polar Almirante Maximiano que, assim como o Ary Rongel, leva os pesquisadores à Antártica e a pontos de coleta no extremo sul, estiveram o comandante Dieferson Pinheiro; o imediato comandante Felipe Garcez; e o chefe do Departamento de Operações, comandante Rafael Sarzedas. 

A delegação da Marinha se completou com os integrantes do Grupamento Base (GB) da Estação Antártica Comandante Ferraz, que no fim do ano receberá pesquisadores brasileiros de diferentes grupos que estudam a Antártica: o chefe do GB, comandante Fábio, e o subchefe comandante Velasques, o médico comandante Freitas.

Vigilância na Década dos Oceanos

A presidente Nísia, que já esteve duas vezes na Antártica, destacou o aspecto de vigilância do projeto, lembrando a emergência gerada pela pandemia de Covid-19 e outras que possam surgir no futuro. “Para nós, o Fioantar é um projeto prioritário no futuro brasileiro”. Nísia destacou a forma colaborativa com que o Brasil participa nos projetos na Antártica, com destaque para a ciência.

Nísia deu ao almirante o livro 'A ciência a caminho da roça' (foto: Fiocruz)

 

O almirante, por sua vez, lembrou que o Programa Antártico Brasileiro, que está completando 40 anos, começou a ser pensado ainda no Império. “As áreas marítimas são verdadeiros laboratórios. Quem tem conhecimento científico está na frente”, disse, convidando a Fiocruz a integrar um novo projeto que envolve as ilhas oceânicas. “O Brasil e muito grande. É preciso dividir esforços e trabalhar em sinergia”, pontuou, ressaltando que “esta é a Década dos Oceanos”.

Krieger lembrou as antigas expedições de Oswaldo Cruz e incluiu a Antártica entre “as novas fronteiras que a Fiocruz enfrenta”. Ele destacou a forma integrada do projeto Fioantar, que o diferencia de outros no continente, e observou ainda que os estudos podem ter também um caráter de prospecção, que pode resultar em produtos biológicos, como insumos e medicamentos.

Coleção do futuro

O coordenador do projeto Wim Degrave, do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática do Instituto Oswaldo Cruz, observou que a coleta de amostras gera dados que serão usados em muitas teses de mestrado. Ele reforçou o caráter de vigilância do Fioantar. “É como um quebra-cabeças: detectar quais organismos estão presentes e quais riscos podem oferecer”, disse.

Nísia deu ao almirante o livro A ciência a caminho da roça: imagens das expedições científicas do Instituto Oswaldo Cruz ao interior do Brasil entre 1911 e 1913 e recebeu de presente do almirante uma medalha comemorativa pelos 40 anos do Proantar, durante a reunião na Residência Oficial.

Delegação da Marinha se encontrou com os demais pesquisadores do Fioantar (foto: Fiocruz)

 

No auditório do Centro de Documentação em História da Saúde (CDHS) da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), a delegação da Marinha se encontrou com os demais pesquisadores do Fioantar, programa do qual participam ainda o Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), a Coordenação de Comunicação Social (CCS/Fiocruz), e a VPPIS/Fiocruz.

Márcia Chame, do Laboratório de Paleoparasitologia da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), lembrou que as pesquisas na Antártica ajudam a entender a circulação de agentes infecciosos, e que as amostras coletadas vão compor “uma coleção do futuro”. Os pesquisadores, então, relataram suas experiências. Depois do CDHS, a delegação foi visitar a Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 (Unadig) que, embora construída para a pandemia, hoje processa testes também para monkeypox e outras doenças.

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