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MS e Fiocruz lançam programa educacional sobre epidemias


16/02/2022

Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)

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A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e a Fiocruz Mato Grosso do Sul lançaram nesta terça-feira (15/2) o Programa Educacional em Vigilância e Cuidado em Saúde no Enfrentamento da Covid-19 e de outras Doenças Virais (VigiEpidemia). O Programa, que visa qualificar 80 mil profissionais da saúde do SUS de todo o país, terá cursos com aulas que serão ministradas em quatro módulos autoinstrucionais, nos quais o próprio aluno escolherá o módulo do seu interesse. Ao final de cada módulo o aluno será avaliado e receberá uma certificado. Os cursos, completamente gratuitos, contam com recursos educacionais como e-books, podcasts e vídeoaulas. Também será possível esclarecer dúvidas com especialistas. O lançamento do VigiEpidemia pode ser acessado na íntegra:

 

A diretora da Fiocruz Mato Grosso do Sul, Jislaine Guilhermino, disse na abertura do lançamento que essa é mais uma entrega importante da Fundação, fruto de dedicação e trabalho intenso. “Conseguimos antecipar diversos cenários futuros na área de vigilância epidemiológica e assim teremos condições de qualificar e reciclar os gestores do SUS em todos os cantos do país”. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, que estava no aeroporto, pouco antes de iniciar uma viagem de trabalho aos Estados Unidos, fez uma breve intervenção. Segundo ele, “a pandemia foi um desafio a todos nós em busca de melhorias na saúde pública”. Ele parabenizou a iniciativa e afirmou que é mais um avanço para o SUS.

A coordenadora de Educação da Fiocruz Mato Grosso do Sul, Debora Dupas, ressaltou o desafio de produzir seis cursos no contexto da pandemia. “Fizemos tudo em tempo recorde, mas integralmente pautados na ciência e nas boas práticas, reunindo uma equipe de mais de 80 pessoas. Todos os cursos são de fácil acesso e com recursos diversos e inovadores, que auxiliarão bastante na acumulação de conhecimento e posterior disseminação desse conhecimento, e contribuindo para a tomada de decisões eficazes e de maneira rápida”, explicou.

Debora destacou que ao final dos quatro cursos haverá um chamado para mais dois cursos (um em cada semestre) e assim os alunos poderão receber o título de especialista. “E haverá outros legados, como o aperfeiçoamento do trabalho em rede, o reforço nas parcerias com a UnaSUS e o Ministério da Saúde, o Conass [Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde] e o Conasems [Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde]. Os cursos têm que chegar na ponta. E acredito que será isso o que acontecerá com esse novo Programa”, pontuou a coordenadora.

O VigiEpidemia tem por objetivo promover a qualificação dos profissionais de saúde e gestores para o enfrentamento da Covid-19 e outras epidemias de doenças transmissíveis por vírus no âmbito do SUS. Para a coordenadora do VigiEpidemia, Sandra Maria do Valle Leone, “essa oferta educacional contribui para que os serviços de saúde implementem medidas eficazes, para gerar resultados que colaborem com a preparação e a prevenção futura de surtos epidêmicos”.

A diretora do Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, Daniela Buosi, ressaltou que os módulos poderão ser apreendidos no tempo de cada aluno, o que facilita para aqueles que não conseguem acompanhar outros cursos devido a cargas de trabalho pesadas. “Vamos qualificar para fazer melhor, em menor tempo e com mais conhecimento”, disse ela. O corpo transdisciplinar de especialistas que preparou os cursos têm formação variada, em saúde coletiva, vigilância, virologia e arboviroses, em instituições de ensino e pesquisa.

O coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio, representou a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima, no evento. Segundo ele, a pandemia escancarou a grave crise social que o país já vivia, o que inclui as graves condições sanitárias que são a realidade de grande parte da população brasileira.

“A crise deixou ainda mais claro o abismo social e a desigualdade que vemos Brasil afora. Mas, apesar dos problemas enfrentados pelo SUS, como o histórico subfinanciamento, as instituições públicas, como a Fiocruz e o Butantan, por meio de vacinas, testes, kits, insumos e pesquisas, deram as respostas que a população queria. Estas duas instituições são dois pilares para construirmos um país mais justo e solidário”. Segundo Venâncio, os cursos do VigiEpidemia ajudarão a fortalecer ainda mais o SUS e a capacidade dos gestores e trabalhadores para enfrentar a atual crise e outras que vierem a surgir.

O vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário da Saúde do Espírito Santo, o médico sanitarista Nésio Fernandes de Medeiros Junior, elogiou a capilaridade da Fiocruz, segundo ele fundamental para os êxitos do SUS e o sucesso de um empreendimento como o VigiEpidemia. “A educação é extremamente importante no processo dos gestores e permite um alcance ainda maior da vigilância. Como costumo dizer, quem vigia, cuida”.

Depois do lançamento do Programa, a diretora do Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, Daniela Buosi, e o professor Luciano Pamplona, da Universidade Federal do Ceará, fizeram duas apresentações. De maneira bem didática, Daniela discorreu sobre os meandros do sistema e da política nacional de vigilância em saúde no Brasil, o processo saúde-doença, os conceitos de endemia, epidemia e pandemia, a questão das contaminações e os tipos de doença. Ela também listou os investimentos do Ministério da Saúde nessa área e as iniciativas que foram lançadas. Pamplona explicou o surgimento e disseminação da Covid-19, analisou a vacinação e suas campanhas e apresentou dados sobre o Ceará.

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