Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Jogos de divulgação científica serão lançados pela Fiocruz

Jogo de cartas

14/05/2019

Fonte: Icict/Fiocruz

Compartilhar:

Um jogo de tabuleiro onde os participantes precisam avançar por um caminho dentro do campus da Fiocruz, podendo cair em “casas” onde há vírus, cientistas ou perguntas relacionadas às ciências — passam à frente ou retrocedem, dependendo da resposta, e ganha quem chegar mais rápido ao posto de vacinação. Uma disputa de cartas em que vence aquele que ficar de mãos vazias primeiro e na qual, além das cores e números do baralho, há informações sobre viroses e pesquisadores. Assim são os jogos Caminhos de Oswaldo e Imune, os dois recursos educacionais cujos protótipos a Fundação vai apresentar à comunidade durante o Simpósio Avançado de Virologia Hermann Schatzmayr, entre os dias 14 e 16 de maio.

Ambos foram feitos por meio de uma parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e o Multimeios, do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz). O objetivo é criar formas divertidas de aproximar adolescentes e jovens do universo da ciência, em especial da virologia e da medicina tropical. Assim, além de promover a interação social, ajudam na divulgação científica nacional e ampliam o conhecimento sobre temas como vacinas e doenças transmissíveis.

Tanto Caminhos de Oswaldo quanto Imune são direcionados a jovens acima de 12 anos, e foram projetados para serem usados principalmente em escolas. “É cada vez mais difícil prender a atenção dos alunos nas salas de aula, ante a desleal disputa com o celular. Por isso, o uso dos chamados jogos off-line tem crescido, como alternativa para conquistar de forma lúdica o interesse dos adolescentes para temas que podem ser encarados como ‘chatos’”, descreve Venicio Ribeiro, coordenador da seção da Programação Visual do Multimeios.

Combate às ‘fake news’

Tudo começou durante as aulas de pós-graduação em Medicina Tropical do IOC/Fiocruz. A professora Elba Lemos, que também é chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses, compartilhou com seus alunos a preocupação com as fake news, principalmente com as informações erradas a respeito das vacinas. A partir disso, propôs como trabalho de fim de curso não um artigo acadêmico, mas sim ideias para jogos que pudessem colaborar justamente no combate às notícias falsas. “Em tempos de fake news, é extremamente importante pensar em estratégias para divulgar o papel das vacinas, o que são agentes infecciosos, como se dá sua transmissão. Ou seja: estimular o conhecimento, estratégia imprescindível no combate ao boato. Como integrantes de uma instituição de saúde pública, temos que fazer com que a ciência alcance de fato a sociedade, ultrapasse os muros do campus”, narra.

Foram as ideias e o debate entre alunos, monitores e professores do IOC/Fiocruz que deram base aos dois jogos. A parceria com o Icict /Fiocruz possibilitou que o projeto se concretizasse, com a expertise em design da equipe Multimeios.

Caixa onde se lê Imune

Em Imune, são explorados conceitos-chave da virologia: as diversas viroses, suas formas de transmissão, controle e prevenção.  Para isso, as cartas são divididas por cores. As azuis tratam de aspectos dos vírus de transmissão respiratória. As amarelas, aqueles transmitidos pela água e por alimentos. As verdes, por vetores e animais. Já as vermelhas abordam vírus de transmissão sexual, sanguínea e por contato.

Mas, além das cartas relacionadas aos vírus em si, há aquelas que representam comportamentos de risco, recomendações médicas e medidas de prevenção, podendo beneficiar ou prejudicar o jogador que as “tirou”. Há aquelas que destacam cientistas e suas descobertas, como Adolfo Lutz, Hélio Pereira e José Rodrigues Coura. E há, ainda, as cartas de fake news, que obrigam o jogador a “comprar” quatro outras cartas — ou seja, a retroceder no jogo. 

Luz sobre os cientistas brasileiros

Em Caminhos de Oswaldo, um lance de dado indica quantas casas cada jogador vai avançar, vez a vez. No caminho, há estrelas, vírus e sinais de interrogação. Caso caia sobre uma estrela, o participante vai ter direito a tirar uma carta que descreve a trajetória de um pesquisador nacional, que lhe dará bônus para avançar mais alguns passos. Caso pouse sobre a imagem do vírus, precisa tirar uma carta correspondente, que indica o tipo de vírus e a quantidade de casas que vai retroceder. Mas, se cair sobre o sinal de interrogação, a carta vai indicar uma afirmativa sobre algum aspecto relacionado às viroses, e é preciso responder se é verdade ou mentira.  

Tabuleiro de jogo

“Além de estimular o conhecimento sobre formas de prevenção de doenças, os jogos podem ajudar os adolescentes a se dar conta de que há uma grande comunidade científica no Brasil, com descobertas e conquistas que se tornaram importantes para o mundo todo. Meninas, por exemplo, podem perceber que é, sim, possível ser mulher e virar cientista. E os jovens, em geral, podem acabar atraídos pelos desafios dos vírus e da pesquisa”, destaca a designer Thays Coutinho, do Icict/Fiocruz. 

Após a apresentação dos protótipos, Imune e Caminhos de Oswaldo vão passar pelo processo de validação, que inclui testes com usuários. E, em alguns meses, estarão prontos para serem usados pelos jovens e seus professores, conta a designer Patrícia Ferreira, chefe do Multimeios, que também atuou no desenvolvimento dos jogos. 

Estes não são, porém, os únicos jogos produzidos pelo Icict/Fiocruz. O Multimeios já desenvolveu produtos como Quem Deixou Isso Aqui?!, brincadeira virtual que mostra os perigos tóxicos ocultos no ambiente doméstico, e o Jogo do Acesso Aberto, um newsgame que busca conscientizar sobre a importância do acesso aberto para a saúde.

Voltar ao topoVoltar