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Fiocruz tem seu primeiro biobanco credenciado

Biobanco

25/06/2018

Por: Gabriella Ponte (Bio-Manguinhos/Fiocruz)

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No último dia 8 de junho, a Fundação Oswaldo Cruz foi comunicada do credenciamento de seu primeiro biobanco cuja curadoria é do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). O protocolo de desenvolvimento do biobanco foi aprovado em reunião extraordinária da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) de 23 a 25 de maio, em Brasília.

Atualmente, existem 42 biobancos credenciados no Brasil e o de Bio-Manguinhos é o sexto no estado do Rio de Janeiro. Os demais Biobancos credenciados no RJ são: Banco Nacional de Tumores e DNA do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Biobanco de Material Biológico Humano da Universidade do Grande Rio (Unigranrio), Biobanco de Dentes Humanos da Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Biobanco do Grupo COI: Armazenamento de Amostras Biológicas dos pacientes onco-hematológicos do Grupo COI e Biobanco do Rio de Janeiro (BBRJ).     

Esta é uma importante conquista, pois oficializa o primeiro biobanco da Rede Fiocruz de Biobancos (RFBB), que objetiva estabelecer e manter biobancos estruturados em rede, para dar suporte a projetos de pesquisa que sejam de benefício e de interesse da saúde pública em âmbito nacional, levando em consideração a política de CT&I da Fiocruz, além de facilitar e permitir o acesso do maior número possível de pesquisadores aos biobancos participantes da RFBB.

Em 2014, foram criados grupos de trabalho, incluindo profissionais de Bio-Manguinhos e, em seguida, instituída a Portaria 744/2015-PR, com o propósito de criar a RFBB, vinculada à Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da Fiocruz. O vice-presidente Rodrigo Correa de Oliveira enaltece a importância de um biobanco dentro da Fundação dando suporte nas pesquisas clínicas que envolvem coleta e armazenamento de amostras biológicas humanas junto às instâncias éticas como a Conep. Outras unidades, como Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Instituto Rene Rachou (CPqRR – FIOCRUZ Minas Gerais), FIOCRUZ Rondônia e Instituto Gonçalo Moniz (FIOCRUZ Bahia), também estão trabalhando no processo de desenvolvimento de seus biobancos.

“Estamos provendo à comunidade científica acesso a amostras biológicas humanas de qualidade, bem como de seus dados associados, atendendo às necessidades atuais e principalmente futuras da pesquisa no Brasil, com uma visão inovadora e em conformidade com os preceitos éticos e regulatórios vigentes. Para a Fiocruz, ter uma rede de biobancos em um sistema estruturado significa colocar a instituição em posição estratégica no contexto nacional e internacional.”, afirmou o vice-presidente.

Segundo o diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, os investimentos em infraestrutura terão resultados. “A experiência adquirida pelo Instituto com a construção desta plataforma, associada à política de qualidade de Bio-Manguinhos, possibilitou e acelerou o processo do credenciamento. Para armazenar amostras em um único ambiente, Bio adquiriu equipamentos e elaborou novos procedimentos. O biobanco nos dará suporte para o desenvolvimento de novos produtos a serem oferecidos para a sociedade”, detalhou.

A grande vantagem do Biobanco é que ele permite a guarda das amostras por tempo indeterminado, desde que autorizado pelo participante de pesquisa, por meio de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e, quando aplicável, do Termo de Assentimento (TALE) pelo seu responsável, específicos do Biobanco. Em estudos clínicos que duram muitos anos, como por exemplo o de imunidade de longo prazo para doses fracionadas da vacina de febre amarela, é importante que haja um biobanco capaz de armazenar as amostras dos voluntários ao longo do tempo.
 
O que é um biobanco?

De acordo a Resolução CNS Nº 441, de 12 de maio de 2011, que estabelece diretrizes para o armazenamento e utilização de material biológico humano com finalidade de pesquisa, um biobanco consiste em uma coleção organizada dessas amostras e suas informações associadas, coletado e armazenado para fins de pesquisa, conforme regulamento ou normas técnicas, éticas e operacionais pré-definidas, sob responsabilidade e gerenciamento institucional, sem fins comerciais. Trata-se de uma área controlada (acesso de pessoas, temperatura, automação, etc) que conta com uma equipe administrativa e técnica.

No biobanco de Bio a capacidade inicial será de 50 mil alíquotas de sangue total, soro e plasma. Este material ficará armazenado em um ultrafreezer -86°C. Há ainda outro equipamento para backup. “Essas amostras serão oriundas de projetos de pesquisa clínica ou outros projetos de Bio-Manguinhos. No entanto, o objetivo é a longo prazo, expandir a área física e, consequentemente, nossa capacidade”, adiantou a coordenadora da Asclin, Maria de Lourdes de Sousa Maia.

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