08/09/2022
Agência Fiocruz de Notícias (AFN)
No dia do bicentenário da Independência do Brasil (7/9), a Fiocruz recebeu, da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), o Prêmio Luiz Beltrão 2022, considerado um dos mais importantes das ciências da comunicação no país. A Fundação foi premiada na categoria Instituição Paradigmática, destinada a cursos, departamentos, escolas, institutos, empresas, sindicatos, associações, ONGs ou órgãos públicos voltados à pesquisa dos fenômenos comunicacionais. A conquista ocorre no momento em que a comunicação tem centralidade inédita no debate da saúde pública devido à pandemia de Covid-19. A cerimônia de entrega ocorreu durante o 45º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, que este ano está sendo realizado na Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, de 5 a 9 de setembro, e tem como tema Ciências da comunicação contra a desinformação.
Fiocruz recebeu da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) o Prêmio Luiz Beltrão 2022 (foto: Divulgação)
A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, esteve presente à cerimônia de entrega do prêmio, representando a presidente Nísia Trindade Lima. Em nome do presidente do Intercom (professor Giovandro Ferreira) e da comissão responsável pela concessão do Prêmio Luiz Beltrão, ela agradeceu a honraria e ressaltou que a Fiocruz, além de ser uma instituição de ciência e tecnologia em saúde, é também uma centro de informação e a comunicação em saúde, com forte atuação na área, que vem se expandindo e diversificando nas últimas décadas.
“A Política de Comunicação da Fiocruz destaca que a comunicação é uma atividade fim da instituição, ao enfatizá-la como direito humano fundamental, como determinante social da saúde e elemento indispensável para a realização plena do direito à saúde dos cidadãos. A Fundação também tem uma Política de Divulgação Científica que reitera o nosso compromisso nesse âmbito”, afirmou Cristiani.
A dirigente citou o importante papel do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), que há 35 anos atua como referência no campo da comunicação em saúde, no ensino, na pesquisa, na divulgação científica, na produção de informações e conhecimento para as políticas públicas e na comunicação pública. “A ação do Icict no ensino envolve diversos tipos de cursos de qualificação profissional, especialização e um Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde de caráter interdisciplinar”. Ela mencionou os pesquisadores Igor Sacramento e Katia Lerner, ambos do Icict/Fiocruz, que participaram do Congresso, e os estudantes que apresentaram trabalhos.
Cristiani citou ainda o Programa de Pós-Graduação em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), também de caráter interdisciplinar, que compreende profissionais de comunicação em seu corpo docente. A COC sedia um INCT de Comunicação Pública de Ciência e Tecnologia.
A atuação da Fiocruz por meio de seus veículos de comunicação pública, como o Canal Saúde, a Vídeo Saúde Distribuidora, revistas como a Radis e a Revista Poli – Trabalho, Educação e Saúde, foi lembrada pela vice-presidente. “Além desses setores e veículos especializados, a Fiocruz tem profissionais da área de comunicação atuantes nos 11 estados do país onde mantém unidades. Em nome da coordenadora de Comunicação Social da Fiocruz, Elisa Andries, cumprimento todos esses profissionais”.
Cristiani sublinhou que, nos mais de dois anos da pandemia de Covid-19 (ou da sindemia), as ações de comunicação foram fundamentais para que a Fiocruz se tornasse uma das principais fontes de informação de qualidade para a sociedade. “Nossa atuação foi no sentido de ajudar a combater a desinformação e fortalecer a compreensão sobre a relevância da ciência e do SUS para o enfrentamento dessa grave emergência sanitária, que causou tanto sofrimento e contribuiu para evidenciar e agravar as desigualdades sociais. Os profissionais de comunicação atuaram em diversas frentes, inclusive na preparação e engajamento de dezenas de pesquisadores, reiterando o compromisso coletivo da comunidade científica com o diálogo com a população”.
Segundo a vice-presidente, o 9º Congresso Interno da Fiocruz, no final de 2021, aprovou, entre as dez teses norteadoras da ação institucional nos próximos quatro anos, uma tese que destaca o compromisso institucional com a democracia e o diálogo com a sociedade. “Neste 7 de setembro, dia do bicentenário da Independência, que tem suscitado tantas reflexões críticas sobre os persistentes desafios para superar as imensas injustiças e desigualdades sociais em nosso país, reitero a emoção de estar aqui e encerro com o que se tornou nosso lema nestes tempos difíceis. Viva a ciência, viva o SUS, viva a democracia!”.
De acordo com a pesquisadora Kátia Lerner, do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces) do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), o prêmio é um reconhecimento ao trabalho da Fiocruz não só no front direto da comunicação pública e da divulgação científica, mas, também, à sua busca por consolidar a ideia de comunicação e saúde como um campo de investigação científica. Kátia dá aulas no Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS) do Icict/Fiocruz — o único do país a conjugar, de maneira interdisciplinar, esses três campos do saber.
Kátia disse que a obtenção do prêmio expressa o reconhecimento da excelência do trabalho desenvolvido na Fiocruz em suas diversas áreas de atuação: no ensino e pesquisa, em especial, e também nas ações de interface direta com a sociedade por meio da comunicação pública e da divulgação científica. “A premiação dá a ver tanto o seu protagonismo durante a pandemia, na produção e comunicação de informação sobre a crise sanitária para a sociedade, quanto o reconhecimento do lugar da Fiocruz no próprio campo da comunicação”.
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