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Fiocruz investe na atenção a pacientes transplantados


03/04/2018

Por: Alexandre Matos (Farmanguinhos/Fiocruz)

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O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) finalizou a produção dos primeiros lotes do tacrolimo, medicamento essencial para evitar a rejeição de rim e fígado transplantados. A fabricação pública foi viabilizada por um acordo de transferência de tecnologia da indústria nacional Libbs Farmacêutica para Farmanguinhos, a partir de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP). A cooperação já possibilitou uma economia de cerca R$ 980 milhões aos cofres públicos no período de cinco anos. Estima-se ainda uma redução de 10% com a produção na unidade. A próxima etapa é a produção de lotes a serem submetidos à avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com vistas à inclusão de Farmanguinhos como local de fabricação.

A produção dos primeiros lotes nas instalações de Farmanguinhos comprova o sucesso da parceria, que resultará nessa economia extremamente importante, uma vez que o uso do tacrolimo é contínuo, isto é, o paciente deverá administrá-lo sem interrupção ao longo de sua vida após o transplante. Além disso, a produção no Instituto contribui para a ampliação do acesso a esse medicamento e sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, cerca de 34 mil pessoas fazem uso do imunossupressor no país. Além disso, são realizados 6,3 mil novos transplantes de rins e 1,4 mil de fígado anualmente no Brasil.

Neste sentido, o diretor do Instituto, Jorge Souza Mendonça, explica que a produção em Farmanguinhos significa garantir que o medicamento esteja disponível no SUS, assegurando aos pacientes a continuidade do tratamento. “Temos total condições de garantir o tratamento de todas as pessoas que necessitam do medicamento. Nossa capacidade produtiva é muito superior à demanda nacional”, ressalta Mendonça.

Instalações de ponta

Para produzir o tacrolimo nas instalações do Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), Farmanguinhos passou por uma transformação de sua planta fabril. A unidade isolou uma área de 410 m2 exclusivamente para este imunossupressor. Além de contar com profissionais altamente qualificados, foram adquiridos equipamentos de última geração. A expectativa é de que outros medicamentos desta categoria terapêutica passem a fazer parte do portfólio institucional. Um deles é o everolimo, anunciado pelo Ministério da Saúde no fim do ano passado.

O tacrolimo é um imunossupressor, isto é, ele diminui a atividade do sistema imunológico, efeito necessário para contornar a rejeição do organismo do paciente ao órgão transplantado e garantir o sucesso do procedimento. Esse medicamento consta na lista de produtos estratégicos no âmbito do SUS, segundo a Portaria 978/2008 do Ministério da Saúde (atualizada pela Portaria 1.284/2010).

Foto: Alexandre Matos (Farmanguinhos/Fiocruz)

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