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Campanha de doação de sangue


28/04/2022

Alexandre Magno (INI/Fiocruz)*

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O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) promove campanha de doação de sangue, no próximo dia 11 de maio, em parceria com o Instituto Estadual de Hematologia do Estado do Rio de Janeiro (HemoRio) e da Asfoc-SN. A ação será realizada na sede da Asfoc-SN, no campus Manguinhos da Fiocruz, das 10h às 15h. “Todas as bolsas de sangue coletadas na campanha irão alimentar o estoque do HemoRio, órgão responsável por abastecer a maior parte da rede pública de saúde do Estado do RJ, inclusive o INI”, afirma a médica hematologista e hemoterapeuta Daniela Palheiro Mendes de Almeida, responsável técnica pela Agência Transfusional do INI/Fiocruz e uma das coordenadoras da campanha.

A atividade tem como o objetivo contribuir para a cultura da doação de sangue na comunidade da Fiocruz e é uma iniciativa conjunta da Direção, equipes do Serviço Social, Enfermagem e Hemoterapia do INI e reforça o compromisso no enfrentamento das ameaças à Saúde Pública. “A doação de sangue é um ato puro de altruísmo e cidadania. Cada bolsa de sangue coletada [em torno de 400 ml] pode ajudar a salvar até quatro vidas, pois o sangue doado é fracionado em hemocomponentes (hemácias, plasma, plaquetas e crioprecipitado).  Outros derivados, como albumina e imunoglobulina, são produzidos a partir do plasma e podem ser utilizadas no tratamento dos pacientes”, explica Daniela, apontando também que a transfusão de sangue é utilizada no auxílio a vítimas de catástrofes naturais, emergências e acidentes, o que impacta o estoque dos hemocentros.

“O sangue é insubstituível e crucial para a recuperação de pacientes graves atendidos no INI. Neste momento, em que os casos de Covid-19 estão arrefecendo, o foco se volta para o atendimento das outras doenças infecciosas que também demandam transfusão de sangue como HIV, tuberculose, dengue, malária e febre amarela” destaca a hematologista, informando em seguida que o Centro Hospitalar do INI precisa ter em torno de 165 bolsas de hemácias por mês. “Quando o estoque cai para 140 bolsas, já estamos em situação crítica”, alerta.

Mulher trabalhadora do INI sorrindo depois de doar sangue

Quem pode doar

Pessoas saudáveis entre 16 e 69 anos de idade, com peso mínimo de 50 kg que não sejam portadoras de nenhuma doença infectocontagiosa. Cabe destacar que a pessoa não pode estar em jejum para fazer a doação. Deve-se apenas evitar comer comidas muito gordurosas pelo menos até três horas antes da doação. A menstruação não é contraindicação para a doação. É obrigatória a apresentação de documento de identificação com foto. Jovens abaixo dos 18 anos necessitam de autorização dos pais para serem doadores.

Quem não pode doar – Algumas situações que impedem provisoriamente a doação de sangue, dentre elas:

- Febre - acima de 37°C;
- Gripe ou resfriado;
- Gravidez atual (90 dias após o parto normal e de 180 dias após a cesariana);
- Amamentação (até 1 ano após o parto);
- Uso de alguns medicamentos;
- Anemia;
- Cirurgias;
- Extração dentária há 7 dias;
- Tatuagem ou piercing: 6 meses sem doar (Piercing na cavidade oral e/ ou região genital: 01 ano sem doar após a retirada);
- Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina;
- Transfusão de sangue: impedimento por 01 ano.

É recomendado que quem recebeu a vacina contra a gripe espere 48 horas para fazer a doação. No caso da vacina contra o novo coronavírus, que deseja doar sangue precisa aguardar por até sete dias, a depender do imunizante. Vacinados com a CoronaVac, por exemplo, podem doar 48 horas após a aplicação.

Já os candidatos à doação de sangue com diagnóstico ou suspeita de Covid-19 e que apresentaram sintomas da doença, mesmo nos casos leves ou moderados, devem esperar por 10 dias após estarem completamente recuperados da doença, para então doar. Indivíduos assintomáticos com o teste diagnóstico positivo para Sars-CoV-2, também são considerados inaptos por 10 dias. Aqueles que tiveram contato com uma pessoa que testou positivo para Covid-19, deve esperar por sete dias antes de fazer a doação, contando a partir do último dia de contato com a pessoa.

São impedimentos definitivos para a doação de sangue: ter tido hepatite após os 11 anos de idade; evidência clínica ou laboratorial de hepatites B ou C, HIV, HTLV, malária e doença de Chagas e; uso de drogas ilícitas injetáveis. Cabe destacar que a equipe do HemoRio dará as orientações e todas as informações para a triagem clínica antes da doação.

Daniela ressalta que doar sangue não oferece risco para o doador e atualmente o risco de transmissão de doença infecciosa para o receptor é considerado muito baixo. “Os controles de qualidade são muito rígidos e seguem as recomendações internacionais e do Ministério da Saúde”, explica a médica hematologista. Caso seja identificado algum agente infeccioso na bolsa coletada, o voluntário será convocado pelo HemoRio para as devidas orientações, sendo o sangue descartado. A doação não é recomendada quando o doador acredita possuir alguma doença infecciosa. Neste caso o teste sorológico deve ser realizado em laboratórios ou centros de testagem anônima. Daniela destaca ainda que o INI está promovendo a campanha, porém a coleta, transporte e os testes laboratoriais serão realizados pelo Hemorio. “Nós não teremos acesso a nenhum resultado. O que garante o sigilo e a confidencialidade para quem participar da campanha”, afirma. 

* Edição: Juana Portugal (INI/Fiocruz)

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