ENSP alerta para série de falhas em estudo sobre mortalidade pós-vacinação contra a Covid-19

Em consonância com o posicionamento do Ministério da Saúde, em nota publicada em 9/01, os pesquisadores do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde (DEMQS/ENSP) divulgaram, nesta quinta-feira (16/01), nota referente ao artigo publicado na revista Frontiers in Medicine, em dezembro de 2024, sob o título Evaluation of post-COVID mortality risk in cases classified as severe acute respiratory syndrome in Brazil: a longitudinal study for medium and long term. 

As Vice-Direções de Ensino (VDE) e de Pesquisa e Inovação (VDPI) da ENSP endossam a nota do DEMQS e a Direção da Escola reafirma a nota da Fiocruz, publicada em 7 de janeiro, na qual a instituição reforça a efetividade das vacinas na redução dos casos graves e das mortes pela Covid-19.

No texto, o DEMQS alerta para uma série de problemas metodológicos que invalidam seus resultados e conclusões. Entre eles, a inadequação de fonte de dados, a seleção imprópria da amostra, além de falhas na avaliação da qualidade e limpeza dos dados, na consideração da temporalidade entre exposição e desfecho e nos processos de coleta de dados e suas implicações. 

O Departamento chama a atenção também para imprecisões como a interpretação equivocada dos dados, a utilização de coorte de SRAG e exclusão indevida dos óbitos precoces, falhas na significância estatística, assim como ausência de controle da reincidência da doença e das características referentes a efeitos de período. 

Também foram apontados equívocos na discussão do artigo, na relação entre fatores de risco para agravamento e vacinação, no modelo teórico, nos dados não mostrados e incidentes, na proporcionalidade dos efeitos e também nas diferentes causas de óbitos e de modelos. 

“Esse conjunto de falhas metodológicas inviabiliza qualquer interpretação dos resultados produzidos pelo referido estudo”, destaca a nota.

No texto, o DEMQS também reafirma seu compromisso com a sociedade brasileira em defesa das vacinas e reforça a recomendação do Ministério da Saúde do Brasil de que a população se vacine contra a Covid-19 e outras doenças imunopreveníveis, conforme recomendações constantes no calendário vacinal brasileiro. 

O Comitê de Acompanhamento Técnico-Científico das Iniciativas Associadas a Vacinas para a Covid-19 posicionou-se, criticamente, nesta segunda-feira (13/01), sobre o artigo. 

Leia a nota do DEMQS na íntegra.