06/12/2024
Nathalia Mendonça (Cooperação Social/ Fiocruz)
Nesta quinta-feira (5), o projeto “Pessoas com Deficiência (PcD), território e políticas públicas", foi reconhecido pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência pelo Programa Selo de Acessibilidade e Inclusão, da Prefeitura do Rio de Janeiro. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também foi homenageada através do Selo Dimensões de Acessibilidade - Atitudinal, pela iniciativa de produção e disseminação de informações acessíveis e jogos para enfrentamento de barreiras resultantes do capacitismo. A cerimônia de premiação das boas práticas e entrega dos selos foi realizada nesta sexta-feira (5) no auditório do Centro Administrativo São Sebastião (CASS), no Rio de Janeiro.
O projeto é fruto da articulação entre a Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz e da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), em parceria com a Organização não-governamental Atitude Social Cufa Penha. A atuação da equipe em territórios de favelas e territórios socioambientalmente vulnerabilizados, em especial na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro, foi identificada como destaque na promoção de conhecimento acessível sobre temas relacionados à inclusão da pessoa com deficiência.
Para Gabriel Simões, coordenador do projeto pela Cooperação Social da Fiocruz, "esse projeto teve uma importante iniciativa de deslocar a instituição até os territórios para fazer um trabalho de escuta, acolhimento e construção compartilhada do conhecimento sobre uma temática central: o que é ser ou cuidar de uma Pessoa com Deficiência num território de favelas?", afirmou. "Para nós, foi uma grande oportunidade para pensar junto com essa população sobre os modos como essas subjetividades atravessam suas vidas e pensar sobre caminhos para para promoção da saúde diante desse contexto", contou.
Gabriel Simões foi um dos homenageados na cerimônia de entrega do Selo. Também foram reconhecidas a coordenadora Laís Silveira Costa, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp) e as representantes da Atitude Social, Alessandra Silva Vieira e Débora de Paula Rodrigues Ribeiro
"É muito gratificante ver a transformação social acontecendo, sobretudo em territórios que carecem de políticas de escuta e cuidado. A partir da experiência do projeto, em alguns territórios (como na Vila Cruzeiro) já estão acontecendo atividades autogestionadas em que as famílias de pessoas com deficiência estão se encontrando semanalmente para trocas de experiências, ações culturais e atividades de letramento sobre o combate ao capacitismo. São frutos de uma política pública de cuidado e promoção da saúde que têm trazido resultados concretos na melhoria da vida da população periférica", disse o pesquisador Gabriel Simões.
A frente de atuação “Pessoas com Deficiência (PcD), território e políticas públicas: um estudo com abordagem interseccional de raça e gênero em território vulnerabilizado” desenvolve ações com enfoques, métodos e experiências da pesquisa-ação junto a pessoas com deficiência em situação de vulnerabilização social nos territórios periféricos de Barreto (Niterói), Jardim Catarina (São Gonçalo), Bacia do Éden (São João de Meriti) e Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha (Rio de Janeiro).