07/11/2024
Camila De’Carli (Agência Fiocruz de Notícias)
Fortalecer a presença do Estado na saúde foi o ponto central das discussões da mesa de abertura do Rio Health Forum, que teve sua primeira edição realizada nesta quarta-feira (6/11), no Rio de Janeiro. "É tempo de fortalecer o Estado para que ele possa cumprir seu papel na promoção da saúde", afirmou o presidente da Fiocruz, Mario Moreira. Com o tema Cooperação Competitiva para um Novo Complexo Econômico Industrial da Saúde, o Rio Health Forum reúne lideranças e autoridades dos setores público e privado, academia e sociedade civil, em paralelo à FISWeek.
Ao lado do presidente da Fiocruz, Mario Moreira, representante da Opas, Socorro Gross, destacou a importância do Brasil para o setor de saúde nas Américas (foto: Peter Ilicciev)
A representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, destacou a importância do país para o setor de saúde nas Américas. "O Brasil é a nossa esperança. Tem talentos, tem instituições, tem produção. Que o Brasil seja o ponto de referência na cooperação regional e na coordenação que precisamos", afirmou Gross, lembrando das profundas desigualdades que afetam o acesso à saúde na América Latina.
Mario Moreira também defendeu o enfrentamento dessas desigualdades por meio de parcerias entre agências reguladoras, empresas públicas e privadas, e universidades. "Não podemos mais ver a saúde como uma linha de gastos. Em vez disso, devemos compreendê-la como um eixo de desenvolvimento econômico e social que requer investimentos públicos e privados, nacionais e internacionais", destacou.
A Fiocruz, segundo Moreira, está aberta a cooperações com os setores público e privado, tanto nacionais quanto internacionais. “Queremos fortalecer nossos acordos de transferência de tecnologia e convocamos a indústria, nacional e internacional, para parcerias de desenvolvimento tecnológico", ressaltou, indicando a necessidade de novas abordagens para a cooperação. "Vamos pensar em novos mecanismos, como joint ventures e laboratórios colaborativos. Precisamos sair da caixa e inovar nossos modelos de transferência de tecnologia."
“Não há caminho senão a cooperação", reforçou Fernanda Fialho, superintendente de Educação em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Ela chamou a atenção para o ostracismo do setor de saúde no estado e para a necessidade de estimular as suas atividades. “O Rio de Janeiro precisa voltar à cena. Que possamos, ao final desse evento, voltar o nosso olhar para um Complexo Industrial da Saúde sustentável, com parcerias privadas e com o envolvimento do poder público".
Também participaram da mesa de abertura Daniel Soranz, secretário de saúde do município do Rio de Janeiro, e Paulo Henrique Fraccaro, da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo).