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Projeto busca incentivar alimentação saudável em eventos da Fiocruz 


17/10/2024

Angélica Almeida – Agenda de Saúde e Agroecologia/VPAAPS 

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É hora do intervalo de um evento e, entre conversas e abraços, o consumo de sucos em caixinha, refrigerantes, salgadinhos fritos e bolachas ultraprocessadas... Este tipo de refeição rápida acompanha o cotidiano da Fiocruz e de muitas outras instituições. Mas e se as pausas das atividades fossem oportunidade de estimular a alimentação saudável e, ao mesmo tempo, de fortalecer empreendimentos solidários de mulheres? Um grupo de pesquisadoras está desenvolvendo um projeto para tornar este cenário uma realidade. 

A iniciativa: “Transição alimentar na contratação de serviços de alimentação na Fiocruz” é uma parceria da Agenda de Saúde e Agroecologia da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e do Núcleo de Alimentação, Saúde e Ambiente (Nasa/CST/Cogepe), com apoio do Programa Fiocruz Saudável. 

O projeto envolve etapas de pesquisa, de formação e de construção de um catálogo voltado a pessoas que contratam serviços de alimentação.  Cerca de 20 grupos produtivos e populares que trabalham com agroecologia, com economia solidária e com o fornecimento de alimentação estão sendo envolvidos. 

“A proposta é incidir nos processos de contratação para que os lanches e os almoços possam ser uma comida que promove saúde, que tem história, que é mais colorida e diversa”, explica Danúbia Gardênia da Agenda de Saúde e Agroecologia.

Primeiro encontro do projeto foi realizado durante as comemorações de 70 anos da ENSP. Fotos: Lorena Anahi

A ação está alinhada com a Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, com o Guia Alimentar para a População Brasileira e com a Agenda Ambiental de Administração Pública. Também com o Mapeamento dos ambientes alimentares - Campus Maré que, em 2023, mostrou que quase 95% dos respondentes consideram importante que a sustentabilidade e a agroecologia pautem os serviços de alimentação.

Lorhane Meloni, nutricionista do Nasa, explica que, ao incentivar a alimentação adequada e saudável com base na agroecologia, o projeto contribui diretamente para a prevenção de doenças e para a promoção da saúde de trabalhadoras e trabalhadores. “Reforça o compromisso da instituição com a sustentabilidade e as práticas de saúde pública, promovendo a melhoria dos hábitos alimentares e a redução das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)”, afirma.

Ciclo de formação 

O projeto está promovendo um ciclo de formações com os seguintes temas: boas práticas de manipulação de alimentos; comunicação e apresentação de produtos; formalização e gestão; e logística e precificação. 

Oficina de boas práticas de manipulação de alimentos.

A primeira oficina, de apresentação da ação e caracterização dos grupos, compôs a programação de aniversário da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) no dia 06 de setembro. Na ocasião, estimulou o reconhecimento e a formação de vínculos entre as participantes e o preenchimento de um instrumento de coleta de informações que vão compor o catálogo de cozinheiras e serviços. 

A segunda oficina, no dia 20 de setembro, abordou boas práticas na manipulação, cuidados na recepção, armazenamento, preparo e exposição de alimentos. Além de apresentação de orientações e normas, contou com exercício de higienização de verduras e frutas, preparo de receitas e dicas de conservação segura de alimentos. 

A terceira oficina, realizada no dia 4 de outubro, foi dedicada aos processos de comunicação e à apresentação dos produtos.

Ensinar pelo exemplo 

Ao longo das oficinas, o projeto tem contratado os serviços de alimentação dos empreendimentos participantes a fim de promover a alimentação adequada e saudável, de fortalecer a geração de renda para as mulheres e também de dar visibilidade aos serviços prestados.

O projeto estimula a alimentação saudável e a geração de renda ao longo das atividades.

Há um rodízio na contratação das mulheres para o fornecimento do café da manhã. Já o almoço tem sido preparado pelo Raízes do Brasil (Movimento dos Pequenos Agricultores), como explica Carolina Movilla, pesquisadora e educadora do projeto. “Acreditamos que quando a alimentação é a protagonista da conversa, ela precisa também ser a protagonista da mesa. Falar sobre alimentação saudável com um grupo de mulheres que há muito faz disso o seu dia a dia só poderia garantir uma mesa farta para as refeições. Por meio da comida, temos fortalecido os vínculos e proporcionado trocas alinhadas com as propostas da ação”, afirma.
 

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