Apresentação final da pesquisa “Modos de Brincar”

A equipe da pesquisa "Modos de brincar e de cuidar de crianças entre camadas populares no contexto da pandemia pelo Covid-19: o cotidiano das famílias e repercussões e subsídios para o atendimento em saúde" apresentou parte dos resultados do trabalho desenvolvido ao longo da vigência da Rede PMA-APS. 

Os dois vídeos produzidos demonstraram o desenvolvimento da pesquisa, que investigou o trabalho feito com crianças encaminhadas ao Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF), com demandas relacionadas às dificuldades de relacionamento, déficit de atenção ou agressividade. 

"Quando me perguntam qual é o diagnóstico eu mostro para os profissionais e familiares que as crianças aqui conseguem se concentrar e respeitar o limite do outro. Que o comportamento que a trouxe até aqui não está se repetindo", observou Eugênico Carlos Lacerda, coordenador do Projeto de desenvolvimento e aprendizagem com crianças (CSEGSF/ENSP) e membro da equipe de pesquisa. 

Além das peças audiovisuais, também foram elaborados dois episódios de podcast. Neles, as crianças que participaram do estudo foram entrevistadas por Edilano Cavalcante, integrante da pesquisa. A entrega principal da equipe, será um inventário de brincadeiras, com explicações sobre a importância do brincar, quais áreas podem ser desenvolvidas, entre outros benefícios.  

Durante o debate, muitas questões foram abordadas pelos presentes. Entre elas, os diversos desafios sociais, econômicos e institucionais para tornar o espaço de atendimento à saúde mais agradável e lúdico, possibilitando uma melhora do acolhimento do público infanto-juvenil. Foi observado pelos participantes, que até mesmo os ambientes para o atendimento adulto deveriam considerar a questão, uma vez que muitos familiares levam seus filhos ou outras crianças da família quando vão realizar algum atendimento ou procedimento de saúde.

Durante as falas, foi possível perceber que a brincadeira pode contribuir para uma abordagem integral do desenvolvimento infantil. "Precisamos que todo consultório de um profissional de saúde tenha uma caixa de brinquedos", afirmou Eugênio. O brincar, de acordo com os especialistas, contribui para o pensamento infantil, elaboração de estratégia para resolução de situações e permite que adultos se conectem e aprendam mutuamente.