Autora: Dilma Cabral
Aborda a trajetória da lepra no Brasil não como um acontecimento meramente médico-biológico, mas, sobretudo, como um aspecto da vida política e social. A autora não estudou a lepra medieval, assentada sobre princípios ético-religiosos e ligada à ideia de pecado e punição; tampouco se debruçou sobre a hanseníase, nome contemporâneo com o qual a lepra foi rebatizada para distinguir-se da outra e livrar-se do seu estigma. A pesquisa se concentra no período entre o fim do século XIX e as primeiras décadas do XX, quando houve um crescimento das pesquisas sobre a lepra e a interação entre a conjuntura internacional e a realidade sanitária brasileira produziu uma trajetória singular para a doença no país. A autora divide essa trajetória em três momentos. No primeiro, na década de 1910, a doença ainda não era considerada prioridade no âmbito federal e seu controle ficava a cargo dos estados, notadamente com o auxílio de instituições filantrópicas. Depois, nos anos 1920, a lepra se tornou um problema sanitário nacional e, para centralizar o combate à doença, estabeleceu-se a Inspetoria de Profilaxia da Lepra e das Doenças Venéreas, não sem crises e tensões. As ações da inspetoria não se resumiam à segregação dos leprosos em sanatórios e alguns as consideravam demasiadamente liberais. Assim, no terceiro momento, que corresponde à década de 1930, foi extinta a inspetoria e desarticulada sua política de enfrentamento da lepra: reforçou-se o isolamento compulsório e inúmeros leprosários foram construídos.
Preço: R$ 48,00 | 333 páginas
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ISBN: 978-85-7541-414-9. 2013.
Prefácio
Apresentação
1) A Trajetória da Doença
2) A Lepra e a Medicina no Brasil
3) Uma Profilaxia Ímpar
4) “Faça-se a Lepra Conhecida, e Ela Será Temida”
5) Um Problema Sanitário Nacional
6) A Lepra nos Domínios da Administração Sanitária
Conclusão
Fontes e Referências