Autor: J. F. Xavier Sigaud
Um viajante francês de aproximadamente trinta anos, com boa formação médica e de naturalista, experiência com publicações e muitas inquietudes políticas e intelectuais chega ao Brasil pouco depois da Independência. À época, o país, aberto a estrangeiros há poucos anos, era um dos lugares que maior fascínio exercia à imaginação dos europeus cultos, pelo fato de ser pouquíssimo descrito – o que aguçava ainda mais a idealização européia sobre esta terra. Sonhavam haver aqui uma natureza fantástica, além de riquezas aparentemente inesgotáveis e de ser conservadoramente governado por uma tradicional dinastia européia. Foi assim que, metodicamente, ano após ano, J. F. Xavier Sigaud anotou as informações mais díspares, desde o enfadonho registro diário da temperatura no Rio de Janeiro à dramática descrição das 24 horas de agonia de um suposto leproso que se deixou morder por uma cascavel, convencido de que o veneno seria remédio para seu mal. Chuvas, cometas, meteoros aquosos, regime alimentar, comportamentos sexuais, hábitos da população, legislação sanitária, funcionamento de hospitais, curandeiros e charlatões, sintomas e terapêuticas das principais doenças, vida dos índios, dos negros, dos mineiros – tudo encontra lugar neste livro (editado originalmente em 1844, em Paris) surpreendentemente livre de preconceitos, verdadeira enciclopédia do Brasil naquela primeira metade do século XIX. E é justamente o detalhismo quase maneirista que constitui o fascínio da obra. Do Clima e das Doenças do Brasil é um riquíssimo relato sobre a sociedade brasileira daquele período, mas seu maior êxito é ter sido escrito totalmente apoiado num sistema de erros em que seu autor não hesitou diante de qualquer fato. Procurando não deixar nada de fora acabou produzindo um livro único, primoroso, sem igual.
Preço: R$ 70,00 | 424 páginas
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ISBN: 978-85-7541- 180-3. 2008. il., tab.