Os projetos de pesquisa da Fiocruz Piauí abrangem áreas como epidemiologia clínica, saúde pública, saúde pública e meio ambiente, ciências sociais em saúde, parasitologia, entomologia, clínica de doenças infecciosas e biologia molecular, além de educação em saúde e popularização da ciência, em uma visão integrativa, transversal e multidisciplinar. Os projetos inserem-se frequentemente no contexto da pós-graduação como objetos dissertações e teses.
Atualmente, uma de suas frentes de trabalho diz respeito às chamadas “geo-helmintíases” — como a ancilostomíase e a ascaridíase, por exemplo —, tipo de doenças intestinais causadas por parasitas, cuja transmissão ocorre por solo, água ou alimentos contaminados. A equipe desenvolve estudos sobre a epidemiologia, a dinâmica de transmissão e os determinantes sociais dessas parasitoses, frequentes em regiões de grande pobreza. É aplicada nesta linha de pesquisa a abordagem One Health (Saúde Única), que utiliza temáticas da saúde humana e da saúde animal de forma integrada, buscando caracterizar cenários de transmissão zoonótica de parasitas.
Em outra frente, realizada em parceria com gestores de saúde estaduais e municipais, a equipe da Fiocruz Piauí desenvolve pesquisas de campo, nas áreas da entomologia e epidemiologia, com o objetivo de gerar diagnósticos de situação relacionados à doença de Chagas, que é endêmica do estado, e às leishmanioses, envolvendo modernas técnicas de análise geo-espacial, realizadas por estudantes de pós-graduação, pesquisadores e bolsistas. Atividades de campo são realizadas para coleta de amostras clínicas e espécimes de insetos vetores, visando investigações sobre os aspectos bioecológicos destes, uma das ações da vigilância entomológica, bem como contribuir para a detecção de novos táxons. Frequentemente estas atividades também envolvem treinamento de equipes locais para o controle destes agravos.
Estas atividades foram impulsionadas pela instalação em 2019, do seu Laboratório de Parasitologia Molecular instalado nas dependências do Núcleo de Pesquisa em Biotecnologia e Biodiversidade da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), onde são aplicadas técnicas de biologia molecular nos campos da filogenética, taxonomia e epidemiologia moleculares.
Na Fiocruz Piauí as ciências sociais se integram à pesquisa em saúde pública com o objetivo de descrever cenários de vulnerabilidade social, envolvendo as temáticas gênero, sexualidade masculina, juventude, questões raciais e políticas públicas para a população LGBTQ+. Nesta linha, aspectos sociais associados às infecções sexualmente transmissíveis e ao suicídio são investigados em perspectiva multidisciplinar.
Com olhar para o fortalecimento de estratégias e desenvolvimento de políticas públicas de saúde no campo das doenças negligenciadas, mudanças ambientais e da pobreza, o escritório incorporou em suas linhas de atuação pesquisas relacionadas à exposição a agentes químicos, físicos e biológicos e efeitos na saúde humana, epidemiologia ambiental e impactos socioambientais, com ênfase em mudanças climáticas e poluição atmosférica. Nessa área, integra o Programa de Políticas Públicas, Modelos de Atenção e Gestão do Sistema e Serviços de Saúde (PMA) com intuito de desenvolver estratégias integradas entre vigilância em saúde e a atenção primária em saúde para o enfrentamento da morbimortalidade por doenças diarreicas em crianças fornecendo informações estratégicas para o SUS e outros setores responsáveis pelo provimento de serviços de saneamento básico e ambiental.
A Fiocruz Piauí colaborou no Centro de Referência de Microcefalias e realizou estudos clínico-epidemiológicos sobre o tema. O estado foi um dos mais afetados pela epidemia registrada entre 2015 e 2016, e o centro situa-se na Maternidade Dona Evangelina Rosa, a principal do Piauí. A Fundação integrou ainda a Sala de Situação-Ações Emergenciais de Enfrentamento ao Aedes aegypti frente à Epidemia de Microcefalia, que elaborou um plano emergencial de contingência e de prevenção às altas taxas de dengue, chikungunya e zika, além de intensificar ações de monitoramento e supervisão às atividades de promoção, prevenção e controle vetorial.
Outros agravos de notificação compulsória, como a malária e a coqueluche, acidentes com animais peçonhentos e mortalidade materna têm sido tema de estudos com dados secundários.
Outro destaque é a participação de membros da equipe da Fiocruz Piauí no Comitê Estadual de Mortalidade Materna, Fetal e Neonatal. O colegiado tem como objetivo gerar um diagnóstico sobre o tema e contribuir para a formulação de estratégias que visem reduzir a mortalidade materno-infantil do estado, reconhecida como uma da mais elevadas entre os estados brasileiros.
Atualmente, a emergência sanitária representada pela pandemia de Covid-19 tem mobilizado a equipe da Fiocruz Piauí em atividades de colaboração para caracterização de cenários epidemiológicos no estado.
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