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SUS no Oscar 2023 e unidades básicas em série de tevê em debate


12/12/2022

Fonte: Icict/Fiocruz

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O evento Narrativas sobre saúde no audiovisual: a série de tevê 'Unidade Básica' e o documentário sobre a Covid-19 'Quando falta o ar', são os temas que fecham as atividades do Núcleo de Estudos Audiovisual em Saúde (Neavs) da VideoSaúde em 2022.  O encontro acontece no dia 15 de dezembro de 2022, a partir das 10 horas, com transmissão no canal da VideoSaúde no Youtube. ,

Além das atividades no audiovisual, a debatedora desta sessão do Neavs, Helena Petta, é médica infectologista e atuou na Atenção Básica do município de Campinas, em São Paulo. Fez doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorado sanduíche na Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos.    

Para a equipe da VideoSaúde, esta edição do Neavs fecha um ciclo de intenso trabalho na produção de conteúdos audiovisuais, realização de oficinas e palestras e lançamento de novos espaços de exibição e disponibilização de produção própria e de seu acervo por meio da Plataforma de Filmes Videosaúde Fiocruz, que agora em dezembro de 2022 chega a 200 títulos disponíveis. Com a equipe do IdeiaSUS da Fiocruz, que é parceira na organização desta edição do Neavs, realiza também uma série sobre clínicas da família e o SUS.

SUS no Oscar?

Quando falta o ar foi o grande vencedor do festival de cinema É Tudo Verdade, a principal mostra internacional de documentários realizada no Brasil. O filme é uma parceria entre Helena Petta e sua irmã, a cineasta Ana Petta, que co-dirigem a produção. Elas retratam o trabalho de profissionais do Sistema Único de Saúde em diferentes regiões brasileiras. Neste momento, a produção está sendo exibida em sessões nos Estados Unidos no âmbito da candidatura ao Oscar 2023. 

A luta diária de trabalhadoras do sistema público de saúde brasileiro em defesa da vida – eis a síntese do filme no catálogo do festival É tudo Verdade. "Quando Falta o Ar mostra a intersecção entre saúde, religiosidade, desigualdade e racismo estrutural em várias regiões do país. O documentário aborda a pandemia com foco no cuidado, revelando a face humana da luta coletiva contra a Covid-19 em entrevistas com médicos, enfermeiros e agentes comunitários”.

O documentário apresenta registros de equipes atuantes em São Paulo (Hospital das Clínicas), Recife (UBS do Morro da Conceição), Pará (Hospital Municipal de Castanhal e equipe de saúde de Igarapé Miri) e Salvador (Complexo Penitenciário Lemos de Brito) e é candidato ao Oscar 2023.

Já em Unidade Básica, série exibida na televisão e por meio de sistema de streaming, o foco é a realidade de usuários, médicos, enfermeiros, agentes de saúde e auxiliares em uma Unidade Básica de Saúde do SUS. Em veiculação no canal Universal, a primeira temporada da série começou a ser exibida em setembro de 2016.

Em entrevista à revista Radis (Ensp/Fiocruz), Helena contou que, para alcançar este objetivo, a série trata a comunicação entre profissionais e usuários como fundamental na resolução dos problemas apresentados pelas personagens. No segundo episódio da primeira temporada, por exemplo, quando foi explorado o conflito entre religião e HIV, a comunicação foi essencial. “Esse episódio é bastante debatido, pois nos faz pensar até que ponto a Saúde pode ou não interferir na fé das pessoas”, afirmou. Além disso, Helena acredita que o episódio também toca na importância de a comunidade estar engajada com o que acontece na unidade de saúde. “No momento em que o doutor Paulo enxerga no pastor um aliado — e acredito que aí esteja a sacada — ele vê que a solução pode vir da própria comunidade”, contam os produtores.


Crédito da Imagem: Divulgação do filme 'Unidade básica de saúde'

Para ela, ao mostrar a intimidade de quem trabalha no sistema e de quem necessita dele, e reforçar a importância do atendimento humanizado e da participação dos conselhos de saúde em uma unidade básica, a produção pode sensibilizar as pessoas sobre as recentes ameaças contra o SUS. “O que antes estava em expansão hoje sofre um retrocesso. Espero que a série seja um instrumento que mostre para a população o quanto esse sistema é importante e o quanto ele precisa ser defendido por todos nós”, apontou Helena.

A produção vai além da exibição da rotina dos usuários e trabalho dos profissionais, discutindo com sensibilidade temas que são caros ao SUS, como a integralidade do cuidado. Segundo Helena, uma das maneiras de se mostrar a importância da integralidade foi apresentar diferentes perfis profissionais, a partir do cotidiano dos médicos Laura e Paulo, personagens principais da série. Enquanto Paulo se enquadra no perfil do médico “humanista”, que acredita que a profissão vai além da prescrição de medicamentos e se envolve com os pacientes que atende, Laura, recém-formada, é mais voltada para questões biomédicas, atenta aos sinais das doenças e ao que dizem os resultados dos exames. 

A proposta é aproximar o universo destes profissionais de quem atende nas unidades básicas de saúde. “A gente procurou entender quem são os usuários do sistema, quais os ambientes onde vivem e suas vulnerabilidades”, contou Helena à Radis. “Um dos principais motivos de fazer uma série dentro do SUS é mostrar que existe um sistema que dá certo e que, embora tenha muitas dificuldades, nele existem profissionais que ajudam e muito a população”. 

Parcerias da VideoSaúde

A VideoSaúde também produziu duas mostras audiovisuais no período da pandemia em parceria com o Portal FiocruzOlhares sobre a Covid e Ciência, Saúde e Sociedade. Mais que isso: há uma co-produção com o Canal Saúde, e o Conselho Nacional de Saúde, de uma série de oito documentários sobre a atuação de profissionais do SUS durante a pandemia. O projeto teve financiamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Os vídeos foram lançados em novembro durante o 73o Congresso Brasileiro de Enfermagem e já podem ser assistidos no Canal Saúde e no canal do YouTube do Conselho Nacional de Saúde.

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