Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Simpósio Internacional sobre Esquistossomose reúne pesquisadores em Ouro Preto, MG


07/12/2022

Por Cristiane Boar (VPPCB)

Compartilhar:


A 16ª edição do Simpósio Internacional sobre Esquistossomose (International Symposium on Schistosomiasis), principal evento científico dedicado exclusivamente à esquistossomose, aconteceu em Ouro Preto, Minas Gerais, de 21 a 23 de novembro, no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto e trouxe o tema ESQUISTOSSOMOSE E CIDADANIA.

Organizado por pesquisadores em esquistossomose da Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz, o evento contou com apoio da Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas, por meio do Programa de Pesquisa Translacional  em Esquistossomose (Fio-Schisto), e teve como objetivo aproximar os atores envolvidos na geração de conhecimento, produtos, políticas públicas e os gestores de saúde para unir esforços e acelerar o processo de eliminação da esquistossomose como problema de saúde pública. Sendo assim, este simpósio contribuirá futuramente para a promoção do exercício da plena cidadania pela população das áreas afetadas pela doença.

O Vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Rodrigo Correa, coordenou a abertura do evento e destacou a relevância de realizar essas discussões a cada dois anos. “O crescimento do número de pesquisadores jovens em esquistossomose mostra como temos ampliado essa caminhada e isso permite mostrar como a Fiocruz cada vez mais valoriza seu trabalho, principalmente pela Rede Fio-Schisto. A esquistossomose é um problema de saúde pública que requer colaboração entre grupos de pesquisa de diferentes áreas de atuação. Isto foi possível nesses dias de interação desses grupos com os formuladores de políticas públicas de saúde e com os gestores dos programas de controle nacionais e de outros países endêmicos ”


Representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Amadou Garba, elogiou a “oportunidade de reunir pesquisadores de diferentes partes do mundo e trazer discussões e soluções para vencer os desafios e alcançarmos a eliminação da esquistossomose.” Ele destacou ainda que, este evento é o único no mundo a reunir tantos pesquisadores entorno da esquistossomose, diz a presidente do evento, Roberta L Caldeira.

Francisco Edilson Ferreira de Lima Júnior, do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (DEIDT) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), Ministério da Saúde (MS), ressaltou que os três dias de evento foram muito satisfatórios. “Conseguimos vislumbrar uma aproximação entre a pesquisa aplicada e o serviço; e percebemos a importância de ouvirmos os coordenadores de representações estaduais. Foi um momento no qual nós, como Ministério da Saúde, pudemos trazer à tona algumas percepções. Precisamos entender qual é a situação epidemiológica da esquistossomose no Brasil e os dados precisam mostrar a realidade. Para isso, temos que priorizar os testes de diagnóstico e também precisamos fazer  reuniões para definir as prioridades de pesquisa. Precisamos colocar numa matriz e pensar como o MS pode contribuir com essas lacunas e entender  temas como vacinas, testes de diagnóstico, controle do caramujo e educação e saúde”. 

A presidente do simpósio e pesquisadora do Instituto Rene Rachou (IRR/Fiocruz Minas), Roberta Lima Caldeira, agradeceu a toda comissão do evento, a todos os parceiros e patrocinadores, a parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto e todo esforço da participação de estudantes de tantos lugares do Brasil. “Foram 328 participantes inscritos, 97 pôsteres apresentados e 37 palestrantes que participaram de 10 mesas redondas e 4 conferências. Com essa dinâmica foi possível realizar ricas discussões científicas numa cidade que é patrimônio mundial da humanidade. Espero que todos tenham aproveitado nosso simpósio e esse clima de Ouro Preto”


Premiação foi entregue durante o Simpósio

Em toda edição são escolhidas as melhores dissertações (Prêmio Amaury Coutinho) e teses ( Prémio José Pelegrino) em esquistossomose. Este ano foram selecionados trabalhos defendidos no Brasil entre 01/01/2021 e 15/10/2022. Foram inscritas sete dissertações, oriundas de cinco diferentes instituições (Instituto René Rachou – Fiocruz Minas; Universidade Federal de Minas Gerais; Universidade Federal de Sergipe; Universidade Federal da Bahia e Instituto Oswaldo Cruz). Para o prêmio José Pelegrino foram inscritas quatro teses oriuntadas de quatro instituições (Universidade Federal de Minas Gerais; Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde – Fiocruz INCQS; Instituto Oswaldo Cruz; Instituto René Rachou – Fiocruz Minas.  Recebeu menção honrosa pela dissertação o Me. Ronald Alves Dos Santos, orientado por Ricardo Riccio Oliveira, pelo trabalho “ Avaliação do padrão de resposta do teste rápido em urina para o diagnóstico da esquistossomose, POC-CCA, em uma população de elevada endemicidade no estado da Bahia”, do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana da Universidade Federal da Bahia. A melhor dissertação foi para Amanda Domingues de Araújo, orientada por: Roberta Lima Caldeira e Sandra Grossi Gava, intitulada “Moluscos brasileiros do gênero Biomphalaria Preston, 1910 (Gastropoda:Planorbidae): Análise filogenética e utilização de DNA Barcodes em exemplares da Coleção de Malacologia Médica da Fiocruz Minas e implantação de QR codes para consulta do acervo” do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde    Instituto René Rachou – Fiocruz Minas. Recebeu menção honrosa do prêmio José Pelegrino Dr. Guilherme Silva Miranda, orientado por  Dra. Deborah Aparecida Negrão-Corrêa, intitulada “Caracterização morfológica, genética, parasitológica e imunopatológica de um isolado de Schistosoma mansoni obtido do roedor silvestre Holochilus sciureus” do Programa de Pós-graduação em Parasitologia da Universidade Federal de Minas Gerais e melhor tese foi para Janine Boniatti, orientada por Prof. Fábio Coelho Amendoeira e Prof. Maria Inês Ré, intitulada “Development and characterization of Praziquantel amorphous solid dispersions for paediatric use by Hot Melt Extrusion and 3D printing” do Programa de Pós-graduação em Sanitary Surveillance da Fiocruz/INCQS

O próximo Simpósio Internacional sobre Esquistossomose acontecerá em 2024, na Bahia.

Voltar ao topoVoltar