19/09/2019
Por: Graça Portela (Icict/Fiocruz)
Considerada como uma epidemia pelo Ministério da Saúde desde 2016, a sífilis vem avançando no Brasil. Desde 2005, quando começaram a ser coletados os dados sobre a doença, os números só fazem aumentar. Em relação às gestantes, de 2005 a 2018, foram notificados 259.217 casos, sendo que 52% das ocorrências foram em mulheres na faixa etária entre 20 e 29 anos.
Causada pela bactéria Treponema Pallidum, a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e pode ser adquirida por meio de relação sexual sem preservativo ou do contato com feridas expostas (a chamada sífilis adquirida) ou transmitida da gestante para a criança ainda no útero (a sífilis congênita). No caso das gestantes infectadas, a transmissão para o bebê pode levar a danos graves, como parto prematuro, fissura perto da boca, convulsões, surdez, dificuldade de aprendizado e até a morte.
Como se desenvolve em quatro fases, a sífilis apresenta sintomas diferentes:
1. Primária – Duração: 4 a 8 semanas – No início, o único sintoma é uma ferida, indolor, na área infectada (região genital, órgão excretor ou garganta). O machucado some no fim dessa fase;
2. Secundária – Duração: 2 a 6 meses – Os principais sinais são machucados pelo corpo. Eles aparecem espalhados, mas se concentram na palma das mãos e nos pés;
3. Latente – Duração: 2 a 40 anos – As feridas e os sintomas desaparecem. A partir desse estágio, ela não é mais contagiosa;
4. Terciária – Duração: até a morte – A sífilis reaparece potente: deforma as pernas e ataca o rosto e o cérebro.
Para o tratamento da sífilis, é utilizado o antibiótico do tipo penicilina. O importante é manter o cuidado e procurar imediatamente o médico assim que surgirem os sintomas. Não é recomendado o tratamento por conta própria: um erro ou a resistência do organismo materno à penicilina pode causar sérios danos à mãe e à criança.
Médico e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Gabriel Osanan fala sobre essa IST e a importância do tratamento adequado no podcast Sífilis em gestantes: um risco para mães e bebês, do projeto Fiocruz no Ar.
Podcast 08 – Sífilis em gestantes: um risco para mães e bebês
Duração: 3m24s
Coordenadora: Graça Portela (Ascom/Icict/Fiocruz)
Reportagem, Locução e Produção: Maya Sangawa
Consultora técnica: Ana Paula Assef, do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e Gabriel Osanan, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Fonte: Gabriel Osanan, médico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Edição de áudio: Daniel Beltrão (NO3 Produções Artísticas)
Trilha sonora da vinheta: "Life of Riley", by Kevin MacLeod (incompetech.com) | Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License | http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
Trilha sonora geral: "Carefree", by Kevin MacLeod (https://incompetech.com) | Licensed under CC By (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Mais em outros sítios da Fiocruz