13/09/2018
Por: Maritiza Neves (Farmanguinhos/Fiocruz)
Várias campanhas ligadas as patologias são identificadas por cores, como o Outubro Rosa, que fala sobre o câncer de mama e o Novembro Azul, que aborda o câncer de próstata. Setembro vem com a cor amarela e se coloca como uma oportunidade de intensificar o debate sobre o suicídio.
O objetivo da campanha Setembro Amarelo é alertar a população sobre o problema e mostrar que vários casos poderiam ser evitados.
O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte de forma consciente e intencional. Esta autodestruição é um fenômeno presente ao longo de toda a história, em todas as culturas. É considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública.
Como identificar
Ainda não há como prever. Mas, há como identificar. São dois os fatores principais de risco:
Tentativa prévia - Pacientes que tentaram suicídio tem de cinco a seis vezes mais chances de tentar novamente e, 50% dos pacientes que se suicidaram já haviam tentado antes;
Transtorno mental - A maioria dos suicidas possuíam transtornos mentais não tratados ou maltratados, os principais são: depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas, transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas tem risco aumentado.
Desmistifique o mito
Existem vários mitos sobre o comportamento suicida que precisam ser derrubados. Exemplos:
• Quem diz que vai se matar não se mata;
• Após uma tentativa de suicídio ou melhora de um quadro depressivo o risco diminui;
• O suicídio é sempre impulsivo;
• Os suicidas querem mesmo morrer e estão decididos, nada muda isso;
• Falar sobre suicídio incita-o.
Não é bem assim. Ao suspeitar que uma pessoa possa estar com pensamentos suicidas, demonstre compreensão e amor. Procure saber o que está acontecendo e quais sentimentos estão relacionados. Não tenha medo de perguntar se ela está pensando em suicídio. Isso é fundamental. Depois, procure a ajude de um profissional qualificado (psicólogo ou psiquiatra). É importante mostrar para a pessoa que há outras saídas que não seja o suicídio.
Uma boa opção de ajuda é ligar para o número 188, onde pode-se conversar com um voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV). O atendimento é 24h. A cartilha Falando Abertamente sobre Suicídio elaborada pelo CVV traz informações interessantes sobre o assunto e vale a pena ser conferida.
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