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Seminário vai discutir Atenção Primária à Saúde no enfrentamento à Covid-19


18/08/2022

Fonte: Ensp/Fiocruz

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Nesta sexta-feira (19/08), será realizado o seminário APS no enfrentamento da Covid-19: no território ou no consultório?. O evento, que será coordenado pela pesquisadora Maria Helena Machado, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), vai acontecer entre 9h e 11h e será transmitido pelo canal da TV Abrasco no youtube.

Moderado pela coordenadora do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Aylene Bousquat, o seminário terá como debatedores o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes, a professora e pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Angélica Fonseca, e o professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Adriano Massuda.

No seminário, serão discutidos os resultados da segunda onda da pesquisa em UBSs de todo o país Desafios da Atenção Básica no enfrentamento à pandemia de Covid-19 no SUS e suas implicações para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde integral, resolutiva, territorial, comunitária e integrada à rede do SUS.  Trata-se de estudo transversal no formato de inquérito, com uma amostra aleatória de 945 UBS brasileiras, com representatividade em nível nacional e para cada uma das cinco regiões brasileiras. 

Os resultados revelam uma radiografia das UBS do país, no que se refere à disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual e treinamentos, à organização do trabalho para a atenção à Covid-19 e também à continuidade do cuidado aos usuários; à vigilância em saúde; à atuação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no combate à pandemia; às ações de apoio social no enfrentamento da Covid-19, e também relativas à vacinação contra a Covid-19, bem como os reflexos da pandemia no trabalho nas Unidades. A pesquisa é uma iniciativa da Rede de Pesquisa em APS e foi coordenada por pesquisadores da USP, Fiocruz, UFMG, UFPEL e UFSC.

O estudo desvela reflexos diretos da pandemia, com aumento da demanda de trabalho em 86% das UBS do país (em 56% houve grande aumento e em 30% houve aumento da demanda de trabalho), de forma generalizada nas diversas regiões. A quase totalidade das equipes (87,5%) informou estar sobrecarregada (48%) ou muito sobrecarregada (39%). No entanto, os profissionais tinham acesso à apoio psicológico em somente 47% das UBS. Desde a PNAB 2017, a Estratégia Saúde da Família (ESF) tem sofrido forte redução de financiamento, com diminuição do número de ACS, abandono dos Núcleos de Atenção à Saúde da Família (NASF) e aumento da sobrecarga laboral já antes do advento da pandemia.

O estudo revela as disparidades regionais e a heterogeneidade do processo de trabalho das equipes de Saúde da Família no país com diferentes ênfases e modelos assistenciais. A análise dos resultados desvela reflexos da pandemia no trabalho das equipes e permite identificar novos desafios e formular recomendações para a retomada plena da ação das equipes. Os resultados ressaltam o importante papel que a Atenção Primária à Saúde (APS) brasileira vem desenvolvendo, principalmente as equipes da Estratégia Saúde da Família, a despeito das dificuldades do cenário pandêmico e da ausência de coordenação nacional. 

Os debatedores destacam a importância destes resultados para a orientação de estratégias para o enfrentamento das nova demandas e o fortalecimento da orientação comunitária, da vigilância à saúde e territorialização,

 

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