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Revista Cadernos de Saúde Pública enfoca a autoria científica


28/11/2018

Fonte: Informe Ensp

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A revista Cadernos de Saúde Pública (CSP) de novembro enfoca a autoria científica. Por exigência das bases de indexação, a CSP passará a requerer dos autores, para submissão e publicação, o registro na Orcid (Open Researcher and Contributor ID - ID Aberto de Pesquisador e Contribuidor), identificador digital não proprietário, para a identificação exclusiva de cientistas, pesquisadores, autores acadêmicos e colaboradores. 

Para isso, esclarecem as autoras do editorial da revista Marcia Cristina Leal Cypriano Pietrukowicz, Leandro Carvalho, Carolina Krause Ribeiro, o autor deve entrar no site e efetuar o passo a passo para registro. O identificador gerado será o seu registro que poderá ser usado para diversos fins, como publicações (evitando autores homônimos), financiamentos, entre outros.

O Comitê Internacional de Editores de Periódicos Médicos (ICMJE) desenvolveu critérios de autoria para os periódicos das áreas de Medicina e de Saúde, que auxiliam os editores científicos a estabelecerem as normas e políticas de seus veículos. Os critérios estabelecidos pelo ICMJE têm como base os seguintes pontos: “(1) contribuições substanciais para a concepção ou delineamento do estudo; ou aquisição, análise ou interpretação dos dados do trabalho; (2) elaboração de versões preliminares do artigo ou revisão crítica de importante conteúdo intelectual; (3) aprovação final da versão a ser publicada; (4) concordância em ser responsável por todos os aspectos do trabalho, no sentido de garantir que as questões relacionadas à exatidão ou à integridade”.

Outro ponto relevante, ressaltado pela CSP, é a ordem de autoria, cujas regras variam entre as diversas áreas acadêmicas. Para a CSP, a ordem de autoria é de responsabilidade dos próprios autores. Esses devem chegar a um consenso e estabelecer critérios próprios.

Na seção Perspectivas, o artigo Copa do Mundo 2018: gol das empresas privadas de saneamento no Brasil trata da Medida Provisória (MP) que alterou substancialmente o marco regulatório do saneamento básico no Brasil (MP nº 844/2018). Segundo o texto, o objetivo da medida “é aprimorar as condições estruturais do saneamento básico no país”. Ela foi assinada poucas horas antes do jogo do Brasil, no limite do prazo imposto pela legislação eleitoral e deverá ser votada em até 45 dias. A reação uniu na oposição os mais diversos grupos de interesse do setor. Estados e municípios prometeram contestar judicialmente a iniciativa, por acreditar que ela fere a Constituição e também por não terem sido devidamente consultados. De todas as entidades representativas do setor, apenas as dos grupos privados pareceram felizes com ela. A Associação Brasileira de Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) saíram em defesa da MP por avaliarem que ela promove a expansão da participação privada no setor. Elas afirmaram que pretendem contribuir para que o Legislativo “aprove o melhor texto possível para a sociedade e o setor produtivo”. Por essa razão, a MP tem sido chamada de MP da Privatização do Saneamento.

No espaço temático são três artigos sobre zika. Zika: uma permanente permanente para mulheres e crianças aborda dados recentes do município do Rio de Janeiro, que registra casos de zika no verão de 2016/2017, comparados ao verão anterior. A analogia com a transmissão sexual é quase sempre importante na transmissão sexual. "Uma variedade inesperada de novos dados é que, proporcionalmente, há casos mais freqüentes em crianças de 15 anos de idade, quando comparadas às faixas mais velhas. "Ao comparar as taxas de juro em 2016/2017 e 2015/2016, conseguimos deduzir que as empresas notificadas em homens e mulheres confirmam que a disparidade de comportamento continua existente. As mulheres e crianças ainda são grupos de risco para a infecção pelo vírus zika, mesmo durante as temporais não epidêmicas. 

Comentário sobre o artigo Zika: uma ameaça permanente às mulheres e aos bebês discute o número de casos de zika na população do Rio de Janeiro, Brasil, após o período epidêmico de 2015/2016. Após um surto de zika ocorrido em 2015/2016, o artigo mostra que o número total de casos de zika no final de 2016 e início de 2017 foi muito menor em comparação ao total do ano anterior. Por outro lado, o artigo também mostra uma investigação do número de casos em mulheres e bebês e revela uma incidência nesses grupos maior do que a dos homens, mesmo que não seja suficiente para iniciar outro surto. Como a infecção pelo zika nas mães durante a gravidez está ligada à síndrome congênita do zika em recém-nascidos, mesmo um pequeno número de casos com consequências potencialmente de longo prazo ainda é alarmante. Assim, a disparidade em relação à infecção em grupos separados da população deve sinalizar que a atenção é merecida para bebês e mulheres.

Réplica ao comentário sobre o artigo Zika: uma ameaça permanente às mulheres e aos bebês expõe a ameaça que o vírus zika impõe às mulheres e aos bebês permanece. Além do risco de síndrome congênita, as complicações neurológicas relacionadas ao zika, embora raras, assombram a população em risco. O arbovírus ainda circula no Brasil em 2018, com 7.071 casos notificados, 41,5% dos confirmados, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (ano 2018; semana 34). As interações entre a demografia e a dinâmica imunológica dos arbovírus podem explicar a exposição inesperada de crianças relatadas. Na Nicarágua, isso tem sido bem caracterizado para a dengue. 

Na seção Ensaio, o artigo Transplante de fígado e alocação dos órgãos no Brasil: entre Rawls e o utilitarismo aponta que o processo de doação e transplante hepático no Brasil revela grandes desigualdades entre regiões e Unidades da Federação, desde a captação de órgãos até o implante do fígado. Em 2006, o escore MELD (Model for End-stage Liver Disease), inspirado no modelo estadunidense e baseado no princípio da necessidade, foi introduzido no Brasil para a alocação de fígado. Porém, as desigualdades no nosso país têm comprometido, parcialmente, o sucesso dessa iniciativa. Em outros países, já se presencia uma crescente discussão sobre o benefício de modelos que tentam harmonizar utilitarismo e necessidade. O presente artigo revisa a literatura pertinente com um foco especial na realidade brasileira.

Acesse os demais artigos da CSP

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