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Projeto da Fiocruz e Ibama visa conservar fauna silvestre e investigar patógenos


22/08/2022

Fiocruz Amazônia

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O Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atuam juntos em um projeto que investiga aspectos sanitários e epidemiológicos dos animais recebidos pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama-AM, em Manaus. O estudo conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e vem sendo realizado desde 2019, com a finalidade de aliar o trabalho de conservação da fauna silvestre com a investigação de patógenos causadores de doenças de origem animal, dentro do conceito de Saúde Única, difundido mundialmente e que associa saúde humana, animal e ambiental, como fatores que interagem entre si de forma indissociável.

Pesquisadores se reuniram com a finalidade de alinhar protocolos e fazer a devolutiva do projeto aos próprios servidores do instituto (foto: Fiocruz Amazônia)

 

Pesquisadores das duas instituições envolvidas com o projeto se reuniram (10/8), na sede do Cetas Ibama-AM, com a finalidade de alinhar protocolos e fazer a devolutiva do projeto aos próprios servidores do instituto. A médica veterinária Alessandra Nava, pesquisadora da Fiocruz Amazônia e coordenadora da pesquisa, explica que a intenção foi a de promover um alinhamento de protocolos e informações sobre os resultados das atividades desenvolvidas a partir de material biológico coletado dos animais e permitir uma maior integração entre os servidores e a equipe de alunos do Mestrado dos programas de Pós-Graduação Strictu Sensu em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA) e em Biologia da Interação Patógeno Hospedeiro (PPGBIO) da /Fiocruz Amazônia, envolvidos no projeto.

Nava destaca a importância da parceria com o Ibama para o estudo e lembra que diariamente chegam no Cetas animais oriundos de todo o Estado. “Nosso interesse é a saúde pública e acessamos o material biológico para poder entender a prevalência de algumas doenças virais, parasitárias que acometem a população silvestre. São animais que vêm de várias partes do Estado, o que nos permite um mapeamento das prevalências”, explica ela, lembrando que a unidade recebe tanto animais mantidos em cativeiro quanto de vida livre que sofreram algum tipo de trauma (vítimas de atropelamento, choque elétrico, entre outros).

“O projeto é uma via de mão dupla, porque nos permite esse conhecimento amplo acerca dos patógenos circulantes na fauna silvestre do bioma amazônico, e ajuda o Cetas no manejo dos animais, com informações importantes sobre a sanidade dos mesmos, como por exemplo saber sobre a carga parasitária ou patógeno que eles tem ou não”, explica a veterinária. Segundo Alessandra, as informações também subsidiam as ações do Plano de Ação Nacional para a Conservação do Sauim-de-Coleira, o PAN Sauim, desenvolvido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que reúne especialistas de todo o País. “Participamos das reuniões do PAN Sauim na parte de sanidade e apresentamos os resultados para o Ministério do Meio Ambiente”, afirmou.

Alessandra Nava adianta que a intenção é reunir os vários parceiros do projeto para intercâmbio de experiências e disseminação das informações. “O projeto engloba também como parceiros, a exemplo do Projeto Sauim-de-Coleira, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e o ICMBio Cepam. Nosso intuito é convidar em próximo evento também o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Batalhão Ambiental da Polícia Militar, entre outros órgãos envolvidos com o resgate de fauna e de saúde como FVS, Sema”, explicou. Ainda sem data definida, esse segundo encontro, conforme a veterinária, deverá ocorrer na sede da Fiocruz Amazônia.

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