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Programa divulga ciência e saúde em escolas, incentivando o prazer pela investigação

Professora orienta alunos diante de um microscópio

26/12/2012

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Por: Adriana Martins/ Fiocruz

O Programa ABC na Educação Científica – Mão na Massa, que envolve pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), traz uma nova proposta para trabalhar a educação científica nas escolas da rede pública de ensino do Brasil. Por meio de uma metodologia investigativa, a ideia reúne alunos, professores, cientistas e especialistas em didática das ciências, em discussões que contribuam para o surgimento de reflexões em torno da educação interdisciplinar, com foco em ciência, meio ambiente e saúde.

Fruto do projeto internacional La main à la pâte (Lamap), com parcerias em países como Argentina, Colômbia e Panamá, no Brasil a metodologia é aplicada no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, por meio de contatos com as secretarias de educação. No estado do Rio, o programa existe deste 2010 e é coordenado pela pesquisadora Danielle Grynszpan, do IOC/Fiocruz.

Em 2011, o projeto ganhou o edital de Cooperação Social da Fiocruz, cujos recursos permitiram a implementação de salas de ciência nas 12 escolas envolvidas. Equipadas com microscópios óticos, aquários, bibliotecas e outros artefatos, os ambientes procuram estimular a curiosidade e oferecer ferramentas para a investigação em temas variados, como saúde, biologia e meio ambiente.

Em Niterói – Região Metropolitana do estado – professores da rede pública foram capacitados em cursos de formação continuada oferecidos pelo ABC e trabalham a metodologia com seus alunos.

Mão na massa

Como parte do projeto, os estudantes, literalmente, põem a "mão na massa".  Na Escola Municipal João Brazil, que sofria com falta de espaço, o grupo do ABC criou uma horta feita com garrafas Pet, de modo a incrementar a alimentação oferecida pela unidade. "Outro grupo conseguiu medir o índice de chuvas no bairro e comprovou que o recolhimento das águas por meio de calhas permitiria uma economia à escola de dois carros pipa por semana", diz Danielle.

Outro exemplo ocorreu na programação do Conselho Regional de Biologia na Rio+20, em junho deste ano, no qual cerca de 300 alunos e professores do Ensino Fundamental II de Niterói, incentivados por seus professores, fizeram observações e questionamentos desde a saída das escolas. E, a caminho da Fundação Rio Zôo, registraram suas observações, destacando fatos como o funcionamento da abertura da janela do ônibus, a quantidade de árvores do trajeto, poluição na Baía da Guanabara, entre outros.

"O objetivo é compartilhar experiências e colaborar para que as aulas tradicionais se transformem em momentos de discussão, reflexão e construção de conhecimento", afirma Danielle Grynszpan. "Com isso, buscamos proporcionar uma postura mais crítica do cidadão diante da realidade que o norteia, a partir de uma metodologia investigativa", completa.

O ABC na Educação Científica – Mão na Massa leva em conta o apoio pioneiro da Academia Brasileira de Ciências, bem como a prioridade dada à melhoria da educação científica no ensino fundamental. Com mais de uma década de experiência, o programa passa a integrar os projetos de cooperação social da Fiocruz.

"Nosso objetivo é compartilhar experiências e colaborar para que as aulas tradicionais se transformem em momentos de discussão, reflexão e construção de conhecimento" (Danielle Grynszpan)

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