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Presidência da Fiocruz debate operação policial na Maré


22/06/2018

Agência Fiocruz de Noticias

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Em reunião ocorrida nesta quinta-feira (21/6), a Presidência da Fiocruz debateu a violência e grave a violação de direitos que vem sendo praticadas nas favelas do Rio de Janeiro pelas inúmeras operações policiais, em especial a desastrosa e bárbara operação realizada ontem (20/6) no Complexo da Maré, que resultou em 7 mortes, como a do jovem Marcos Vinicius da Silva, de 14 anos. Os participantes lembraram ainda da utilização de helicópteros blindados como base aérea de tiros sobre o território, ação que vem sendo questionada legalmente pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Em 2017, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, já havia repudiado publicamente e em comunicado direto à Secretaria de Segurança Pública outra operação em Manguinhos, também com uso de helicóptero.

Durante o encontro, foi apontada a necessidade de articulação dos temas da paz, direitos humanos e democracia como tripé essencial para o enfrentamento da situação de segurança pública no estado, em detrimento ao modelo de guerra às drogas, já comprovadamente fracassado em diversos países, e que ainda vem sendo praticado pelas forças policiais no Rio de Janeiro.

Como resultado da reunião, a Presidência se comprometeu a agendar audiência com o interventor federal para discutir o plano elaborado para a intervenção no Rio, os graves problemas desse tipo de operação e a situação da Fiocruz; encaminhar denúncia e solicitação de ação ao Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, diante dos atos de violação de direitos perpetrados no estado do Rio; promover levantamentos sobre os impactos e prejuízos gerados na Fiocruz e nas comunidades pelas operações policiais, e o envolvimento direto do Programa Institucional de Violência e Saúde nas iniciativas e rearticulação do grupo interinstitucional coordenado em conjunto pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A Presidência também reforçou a importância de articulação permanente com instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), com o objetivo de buscar uma interlocução governamental,  interação com movimentos sociais, Ministério Público, Defensoria Pública e os poderes Legislativo e Judiciário. 

Participaram do encontro como convidados do encontro o diretor da Redes de Desenvolvimento da Maré, Alberto Aleixo de Souza; coordenadora do Eixo de Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes de Desenvolvimento da Maré, Shyrlei Rosendo; do coordenador da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, Leonídio Madureira; e do coordenador-geral de Infraestrutura dos Campi, Pierre Chagnon.

O Programa Institucional Violência e Saúde da Fiocruz publicou uma nota de repúdio sobre a operação policial. Confira aqui.

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