Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Pesquisa da Rede PMA-APS sobre vigilância alimentar em cidades mineiras divulga resultados para público geral pela primeira vez


19/07/2023

Por Comunicação VPPCB

Compartilhar:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No dia 21 de junho foi realizado um seminário para apresentar os resultados da pesquisa Avaliação participativa da implantação da vigilância alimentar e nutricional na atenção primária à saúde em municípios de grande porte populacional de Minas Gerais, da Rede PMA-APS. O evento foi promovido pelas coordenadoras da investigação Marly Cruz e Santuzza Vitorino, junto a outras participantes do seu grupo de estudo. O seminário contou com transmissão on-line pelo canal do YouTube da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz). Durante o encontro, as pesquisadoras apresentaram todas as fases do projeto. Desde o seu início em 2010 até os resultados obtidos em Uberlândia e Montes Claros – os municípios participantes.

Foram abordadas as práticas de vigilância alimentar realizadas pelos profissionais de saúde em Uberlândia. O acompanhamento da rotina de trabalho permitiu a identificação das facilidades e pontos a serem melhorados. Também foi destacada a necessidade de integração da gestão das Organizações Sociais de Saúde (OSS) nos comitês gestores, para facilitar a liberação de profissionais em visitas pactuadas às unidades.

Na sequência, as pesquisadoras falaram sobre a implantação da vigilância alimentar em Montes Claros e os diferentes fatores de avaliação, que totalizam, de acordo com a apresentação, satisfatórios 41%. Elas informaram sobre a falta de profissionais nutricionistas na atenção primária à saúde e ressaltaram o baixo orçamento destinado à área, além da importância de treinamento e educação perene.

Micaela Marques, nutricionista e doutoranda em saúde pública da ENSP/Fiocruz, explicou que não foi possível trabalhar as mais de 100 equipes atuantes em todo o município. Por esse motivo, a equipe de pesquisa buscou selecionar locais de maior representatividade, considerando as diferenças entre os territórios, desigualdades e vulnerabilidades; se áreas eram rurais ou urbanas; e se as unidades estavam em estruturas próprias ou alugadas e quais regiões tinham mais ou menos equipes.

Durante o debate no seminário, ficou claro que, apesar dos avanços, é necessária a capacitação de toda a equipe profissional que realiza a vigilância nos municípios estudados. Se notou isto porque nas duas cidades houve resistência ao preenchimento dos dados nutricionais nos campos indicados, o que dificultou sua migração e compilação. Para Santuzza Vitorino falta orientação sobre como abordar usuários em aspectos relacionados à orientação sexual e outras questões do cadastro.

Já Carla Marques, também nutricionista e doutoranda em saúde pública da ENSP/Fiocruz, afirmou que as recomendações de monitoramento e avaliação são poucas e esses profissionais precisam entender sua importância.

Os comitês gestores (estadual e locais), compostos por diferentes atores – sociedade civil e diversas esferas do poder público, por exemplo –, foram centrais para o desenvolvimento da pesquisa. Ocorreu uma efetiva participação deles nos processos, desde a construção dialógica, passando por discussões e consensos até chegar à produção de conhecimento pela pesquisa. “Se é construído de forma compartilhada, não são recomendações que partem apenas do olhar dos pesquisadores”, afirmou Marly Cruz. “Foram combinados métodos quantitativos e qualitativos e se as prefeituras colocarem essas recomendações em prática, a vigilância alimentar tem muito a ganhar, porque aborda as realidades nas quais as populações estão inseridas”, explicou.

Santuzza Vitorino conclui destacando que o poder público não precisaria implementar todas as recomendações feitas pela pesquisa de uma só vez. “Minha equipe respeita a governabilidade de cada município, mas a nossa expectativa é que essa rede formada possa avançar dentro das possibilidades de cada lugar”.

Saiba mais sobre as ações promovidas. Acompanhe O PMA na página da Fiocruz.

Voltar ao topoVoltar