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Luta e luto na pandemia: Organizações do Amazonas e Rio de Janeiro debateram mobilização popular no enfrentamento da pandemia


21/02/2021

Nathalia Mendonça / Cooperação Social da Fiocruz

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O Ato-live Luta e luto na pandemia: auto-organização popular no Amazonas e Rio de Janeiro, realizado no dia 10/2 como atividade do Dia Estadual de Mobilização pelo Enfrentamento da Pandemia de Covid-19 nas Favelas no Rio de Janeiro, promoveu um debate entre organizações populares dos dois estados. A iniciativa foi fruto da articulação entre a equipe do informativo “Radar Covid-19 Favelas” da Fiocruz, do Laboratório Território, Ambiente, Saúde e Sustentabilidade da Fiocruz Amazônia e da Plataforma Cidades em Movimento/Cooperação Social da Fiocruz em parceria com a Agenda Nacional pelo Desencarceramento, a Frente Estadual pelo Desencarceramento do Amazonas, a Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, Grupo Eco Santa Marta, Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré, Museu da Maré e Teia de Solidariedade Zona Oeste.

Hoje, Amazonas e Rio de Janeiro possuem as duas maiores taxas de mortos por Covid-19 registradas no país. A disputa pelo fornecimento de oxigênio em Manaus vem se somando às dificuldades para o enfrentamento da pandemia com irregularidades, fura-filas, desvios de vacina, número de doses baixo para a imunização da população. Nesse contexto, o professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amazonas e membro da Frente Estadual pelo Desencarceramento do Amazonas Fabio Candotti – que atuou como mediador do debate – expôs as semelhanças e diferenças nas possibilidades com que os dois estados contam para lidar com a crise sanitária. 

“Quando a gente pensou na organização desse evento, percebemos que estávamos lidando com dois estados em posições muito diferentes na geopolítica brasileira. A gente tem um centro econômico político de um lado, e do outro, aqui no Amazonas, um território que é, historicamente, até hoje tratado como uma colônia interna pelo Estado brasileiro e isso se reflete no sistema de saúde”, afirmou.  

“O Rio de Janeiro, por outro lado, é um dos estados que têm maior densidade de leitos hospitalares e Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) do Brasil; o Amazonas, um dos que têm a pior densidade. Apesar disso, o que também estamos vendo é que são os dois estados com a maior taxa de mortalidade do Brasil na pandemia”.

Aline Ribeiro, integrante da Coletiva Banzeiro Feminista e Frente Estadual pelo Desencarceramento do Amazonas e mestranda do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas (PPGSCA/Ufam) fez um apelo a respeito da situação de Manaus. “Já estamos em uma crise nacional. Tem 61 municípios aqui enfrentando essa crise. E o problema não é salvar a Amazônia porque é o pulmão do mundo não, é salvar porque tem gente aqui. Porque tem população negra, tem população indígena, tem quilombola. Nós não somos invisíveis”. 

Em sua fala, a diretora do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm) e coordenadora do Museu da Maré, Cláudia Rose Ribeiro, comentou sobre a importância da construção de uma rede de luta e mobilização nacional permanente. “Essa live hoje, no dia estadual de mobilização de enfrentamento da Covid-19 nas favelas é muito importante. A gente mobilizar e criar um dia tem sua importância - ninguém pode desmerecer um dia de luta das favelas -, mas a gente sabe que a luta tem que ser nacional”, afirmou.

O debate completo ocorreu no canal da plataforma Cidades em Movimento, no Youtube, e a transmissão está disponível através do link: https://youtu.be/bIX11qZF73k. Cidades em Movimento é uma iniciativa do projeto de Promoção de Territórios Saudáveis em Centros Urbanos, da Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz. A organização do evento também produziu um documento justificando sua importância.     
 

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