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Lançamento da Editora Fiocruz aborda o uso do daime por mulheres durante a gestação

14/11/2022

Anna Bustamante*/Editora Fiocruz

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Como a gestação, o parto e o pós-parto são vivenciados por mulheres adeptas da religião Daime? É essa a principal investigação de O Parto na Luz do Daime: corpo e reprodução entre mulheres na vila Irineu Serra, novo livro da coleção Antropologia e Saúde da Editora Fiocruz. Com foco em mulheres da vila Irineu Serra, no município de Rio Branco, no Acre, a obra estará disponível para aquisição a partir de 17 de novembro, nos formatos impresso- via Livraria Virtual da Editora - e digital, por meio da plataforma SciELO Livros.

Escrito pela socióloga e antropóloga Juliana Barretto, o título entrelaça a cultura do daime no Acre e a assistência ao parto de mulheres “oasqueiras”, que fazem uso da Ayahuasca – bebida produzida a partir da combinação de ervas psicoativas da Amazônia, que também pode ser chamada de daime – no ritual da crença adotada. Com isso, a autora analisa como se expressa a relação entre a ayahuasca e a saúde e como o chá enteógeno se relaciona com o corpo, em especial o feminino. “Nesta obra, vamos conhecer essas mulheres oasqueiras, a forma como percebem seus corpos e a relação entre a ayahuasca e esse processo”, reitera a antropóloga Roberta Campos, professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGA/UFPE), na orelha do livro.

Vila Irineu Serra
Oriundo da tese de doutorado da autora, defendida em 2019, no PPGA/UFPE, o livro se dedica a debater sobre as mulheres da vila Irineu Serra, local onde aconteceram os primeiros atendimentos de saúde vinculados ao Santo Daime:” Nesse espaço algumas famílias estão há, pelo menos, três gerações se relacionando de acordo com as noções próprias sobre corpo, cuidado e saúde vinculados à gestação, parto e pós-parto”, revela Juliana Barretto.

Feminização da ayahuasca
Outro ponto destacado pela antropóloga na obra é o fenômeno da feminização do uso da bebida e a maior participação das mulheres nos rituais. Apesar de o campo ayahuasqueiro ser ocupado majoritariamente por homens, Juliana Barretto constatou que a bebida tem sido percebida, tanto por xamãs quanto por turistas, como um espírito feminino e maternal. “Descobrimos que essas mulheres não apenas vivenciam uma religião e articulam uma cosmologia, por meio do uso da planta ‘professora’ e mediadora sagrada, na experiência da gestação e do parto, mas também que elas são produtoras de um conhecimento obstétrico relevante”, complementa Roberta Campos.

Sobre a autora
Juliana Barretto é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal). É doutora em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e membro do Laboratório de Antropologia Visual da Ufal.

Sobre a coleção Antropologia e Saúde 
A coleção Antropologia e Saúde contribui para o desenvolvimento e a divulgação de referenciais teóricos e metodológicos que suscitam perspectivas inovadoras na abordagem interdisciplinar do processo saúde doença e estimula um crescente diálogo entre as ciências sociais/antropologia e as ciências da saúde/saúde coletiva no Brasil são seus principais objetivos. 

➡️ Clique aqui para acessar o catálogo completo da coleção.

Livro | O Parto na Luz do Daime: corpo e reprodução entre mulheres na vila Irineu Serra 
Editora Fiocruz | Coleção Antropologia e Saúde
Primeira edição: 2022
256 páginas
Preço de capa (versão impressa): R$ 51,00
Preço e-book (versão digital): R$ 30,60

Estagiária de comunicação, sob supervisão da Assessoria de Comunicação da Editora Fiocruz

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