05/08/2021
Ana Flávia Pilar (Agência Fiocruz de Notícias)
O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira (4/8), sugere uma possível reversão na tendência de queda no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. O estudo registrou sinal de queda na tendência de longo prazo — ou seja, em relação às últimas seis semanas — mas, quanto às últimas três semanas, os dados indicam sinal moderado de crescimento. O número de óbitos continua a cair. Apenas Acre, Mato Grosso do Sul e Pará apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo, com destaque para o Acre, único estado que registrou sinal forte de crescimento. Quanto aos demais, sinais de estabilidade nas tendências de longo e curto prazo foram observados em Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro e Rondônia.
De acordo com os indicadores de transmissão comunitária, todos os estados apresentam ao menos uma macrorregião de saúde com nível de transmissão alto ou superior, exceto Roraima. Por mais que os sinais de tendência sejam, em sua maioria, positivos, com poucos estados indicando sinais de crescimento, os valores semanais ainda são elevados. O Boletim destaca a necessidade de manutenção de medidas de controle de transmissão.
Estados
Três estados apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 30 (25 a 31 de julho): Acre, Mato Grosso do Sul e Pará. Dentre os demais, nove apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo. O estado do Acre apresenta sinal forte de crescimento na tendência de longo prazo, e moderado na tendência de curto prazo. Mato Grosso do Sul e Pará apresentam sinal moderado de crescimento na tendência de longo prazo, sendo que no caso do Pará também se observa o mesmo nível para a tendência de curto prazo. No Ceará observa-se sinal forte de crescimento na tendência de curto prazo, porém com sinal de estabilidade na tendência de longo prazo. No Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, e em Santa Catarina observa-se sinal moderado de crescimento na tendência de curto prazo, acompanhado de sinal de estabilidade na tendência de longo prazo. Já São Paulo, embora também apresente sinal moderado de crescimento na tendência de curto prazo, apresenta sinal moderado de queda nas últimas seis semanas. Observa-se sinal de estabilidade nas tendências de longo e curto prazo em 11 Unidades da Federação: Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, e Rondônia.
Capitais
Seis capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 30, sendo elas Belém (PA), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), e Rio Branco (AC). Em 11 capitais, foram registrados sinais de queda na tendência de longo prazo.
Tanto Porto Alegre quanto Rio Branco apresentam sinal forte de crescimento da tendência de longo prazo e sinal moderado na tendência de curto prazo. As capitais Belém, Campo Grande, Porto Velho e Fortaleza apresentam sinal moderado de crescimento da tendência de longo prazo. Belém e Fortaleza ainda registram sinal de crescimento na tendência de curto prazo. No caso de Campo Grande e Porto Velho, os números indicam estabilidade nas últimas três semanas.
Maceió (AL), São Paulo (SP), e Teresina (PI) apresentam sinal moderado de crescimento apenas na tendência de curto prazo. Outras nove capitais registram sinal de estabilização nas tendências de longo e curto prazo, o que indica interrupção da tendência de queda ou a manutenção de um platô de transmissão. São elas: Belo Horizonte (MG), plano piloto de Brasília e arredores (DF), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Macapá (AP), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ), e Vitória (ES).
Das 27 capitais, 8 integram macrorregiões de saúde em nível alto (Aracaju, Belém, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Palmas, São Luís, e Vitória), 11 em nível muito alto (Cuiabá, Florianópolis, Macapá, Maceió, Manaus, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, e Teresina), e 7 em nível extremamente alto (Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, e São Paulo).
Os pesquisadores alertam que esse quadro manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares elevados, com risco de agravamento nas próximas semanas caso não sejam adotadas medidas de mitigação.
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