15/09/2022
Agência Fiocruz de Notícias (AFN)
O novo Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (15/9), aponta para queda no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas). A curva nacional segue apontando para patamar inferior ao observado no mês de abril de 2022, até então o mais baixo desde o início da epidemia de Covid-19 no Brasil. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 36, período de 4 a 10 de setembro, o Boletim tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 12 de setembro.
O estudo mostra que o crescimento em crianças e adolescentes, iniciado na virada de julho para agosto, já dá sinais de interrupção ou reversão para queda em diversos estados do país. Dados laboratoriais não indicam associação com a Covid-19, sugerindo efeito de outros vírus respiratórios comuns ao ambiente escolar, possivelmente por conta da retomada das aulas após o período de férias.
Apesar do cenário positivo, o pesquisador Marcelo Gomes alerta que é preciso ter atenção ao número de casos no final do ano – já que as viradas de 2020 para 2021 e de 2021 pra 2022 resultaram em um aumento de incidência de SRAG. “Não podemos afirmar categoricamente se vamos ter um final de ano tranquilo dessa vez, porque ainda estamos aprendendo com a Covid. Ela ainda não mostrou um padrão claro de sazonalidade. Por isso, é importante estarmos atentos, para podermos agir o mais rápido possível caso tenha novamente um aumento importante”, pontuou o coordenador do InfoGripe.
Os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária se mantém sinalizando para o amplo predomínio do vírus Sars-CoV-2, especialmente na população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 5,9% para influenza A; 0,4% para influenza B; 6,7% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 63,0% Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,1% para influenza A; 0,0% para influenza B; 0,0% para VSR; e 93,2% Sars-CoV-2 (Covid-19).
Estados e capitais
Das 27 unidades federativas, a Boletim indica que apenas Amapá, Ceará, Espírito Santo e Roraima apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 36. Em todos esses estados, o sinal é compatível com oscilação em torno de patamar estável.
Entre as capitais, seis das 27 apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 36: Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Teresina (PI), embora na maioria compatível com cenário de oscilação. Nas demais, o sinal é de queda ou estabilidade na tendência de longo prazo, e de estabilidade nas semanas recentes (curto prazo).
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