15/09/2022
Nathalia Mendonça (Cooperação Social da Presidência)
Começou na última terça (13) a segunda Jornada Científica Favelades Universitáries promovida pelo Fórum Favela Universidade, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento, que acontece em formato híbrido entre os dias 13 a 17 de setembro, conta com simpósios temáticos, apresentações culturais, rodas de conversa de projetos de extensão, oficinas, minicursos, além de atividades artísticas e culturais. Toda programação que está sendo realizada e a mesa de encerramento que acontece no dia 17 de setembro (sábado) podem ser acompanhadas diretamente no canal do Fórum Favela Universidade.
A realização da mesa de abertura da II Jornada Científica abriu a semana de eventos com o debate sobre o fortalecimento da educação, em particular no que toca ao acesso da favela e periferia ao espaço da universidade.
As Jornadas Científicas e o Fórum Favela Universidade são iniciativas que criam espaço de troca de conhecimento e agregam outras perspectivas e visões de mundo que não são hegemônicas, segundo Cristiani Vieira Machado, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. “Entendemos que é o nosso papel [da Fiocruz] reforçar a importância de políticas públicas que enfrentam desigualdades, que promovam a equidade e nós sabemos que educação é relevante como valor em si, como direito, mas ela também é uma condicionante importante em todos os outros direitos, até nos direitos civis, no direito de ir e vir”.
Cristiani Machado também lembrou o documento de contribuição aos presidenciáveis produzido recentemente pela instituição, que teve como ponto de partida as teses do Congresso Interno, evento realizado de forma participativa e deliberativa e que define os rumos da Fiocruz nos próximos três anos. A "Carta da Fiocruz aos candidatos à presidência da república e à sociedade” relaciona 10 diretrizes para alcançar o desenvolvimento sustentável, com equidade, saúde e democracia. O documento está disponível para leitura no site do Portal Fiocruz.
Representando a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PR5/UFRJ), a pedagoga Renata Soares, que atua na Assessoria de Integração e Articulação da Extensão Universitária, destacou o papel da extensão universitária dentro da universidade. “O papel da extensão universitária é alimentar a universidade em diálogo com a sociedade, além de ser uma das formas de se ingressar na universidade. A gente tem muitos projetos de extensão em diálogo com os territórios de favela em que os moradores da favela entram pela primeira vez na universidade através deles, de uma ação de extensão e daí conhecem e reconhecem que aquele ali também é um espaço para ser cada vez mais ocupado por essa população negra, favelada, indígena.”
Renata destacou também a parceria entre a UFRJ e a Fiocruz, que se desenvolve desde 2017 no âmbito da articulação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia nos territórios de Maré e Manguinhos, que são os territórios mais próximos das instituições.
A historiadora, professora e militante, Taisa Falcão, deu continuidade às falas de abertura do evento. Ela apresentou o Projeto Tecendo Diálogos, da Cooperação Social da Fiocruz, que abrange ações de apoio ao Fórum de Pré-vestibulares Populares do Rio de Janeiro e ao Fórum Favela Universidade.. O objetivo do projeto é valorizar a educação superior e reforçar o campo da promoção da saúde a partir de ações coordenadas entre pré-vestibulares populares ou comunitários, universidades públicas, Fiocruz e movimentos sociais organizados. Os dois fóruns tem como foco o fortalecimento do diálogo e da produção de conhecimentos no âmbito da promoção da saúde, da educação superior, da ciência cidadã e da participação social.
“Nosso objetivo é, sobretudo, que a gente tenha um processo perene de atividades de formação, atividades de pesquisa, atividades de promoção da saúde visando sempre a transformação da sociedade, sobretudo nesse estado de coisas que a gente se encontra hoje. E aí, aproveitando o ensejo, eu quero reforçar a carta que a Fiocruz lançou endereçada aos candidatos, mas que, ao meu ver, é uma carta endereçada à sociedade”, Taisa reforçou.
Encerrando a mesa de abertura, dando início a programação do evento, Taisa destacou, dando boas vindas aos participantes: “Essa jornada tem o objetivo de apresentar à sociedade, apresentar à universidade, qual é a nossa potência enquanto corpos periféricos que produzem ciência. O objetivo fundamental dessa jornada é dizer ‘a periferia produz ciência e vocês precisam conhecer essa ciência’, que a gente chama de ciência cidadã. Uma ciência comprometida com a transformação social”. A gravação completa da mesa de abertura pode ser acessada no canal Youtube do Fórum Favela Universidade. A mesa de encerramento e conferência de encerramento acontecem em formato híbrido (online e presencial) na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV Fiocruz), respectivamente às 9h30 da manhã e 13h00 da tarde.
A 2ª Jornada Científica Favelades Universitáries é uma iniciativa que busca promover a divulgação sócio-técnico-científica-cultural de projetos e iniciativas produtoras de conhecimento, conduzidas por moradores e ex-moradores, estudantes universitários e lideranças sociais das favelas e periferias do Estado do Rio de Janeiro.O evento também conta com o apoio do Conselho Comunitário de Manguinhos, Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), Museu da Maré, Rede de Empreendimentos Sociais para o Desenvolvimento Socialmente justo, Democrático e Sustentável (REDE CCAP), Diretoria de Acessibilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (DIRAC) e do Instituto Federal Fluminense (IFF).
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