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IFF/Fiocruz celebra o Dia Nacional da Ciência e dos Pesquisadores


10/07/2023

Everton Lima (IFF/Fiocruz)

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O Dia Nacional da Ciência e dos Pesquisadores, comemorado em 8 de julho, é importante para destacar a relevância das pesquisas científicas para os avanços da sociedade, a saúde e o bem-estar da população. No Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), a pesquisa é um dos pilares, juntamente com a atenção à saúde, educação, ações nacionais e de cooperação e gestão institucional.

Para falar a respeito do assunto, convidamos os coordenadores de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do IFF/Fiocruz, Andrea Zin e Saint Clair Gomes.

Qual a importância da ciência e da pesquisa para a sociedade? 

Andrea e Saint: O conhecimento científico é extremamente importante para a sociedade, pois é a partir dele que é possível a transformação social e tecnológica. Assim, não há progresso de uma sociedade sem uma ciência forte e amparada. A natural curiosidade do ser humano é a base para a investigação, a busca de saber como as coisas funcionam ou como mudar o rumo de algo.

Hoje, entendemos que o pensamento científico deve ser baseado em evidências e, principalmente, na reprodutibilidade. Nem sempre foi assim. Mas, graças a esse entendimento, que é relativamente moderno, que a humanidade vem experimentando enormes avanços nos diferentes campos do conhecimento humano. Não se pode negar que muitos dos avanços se mostraram danosos ao longo do tempo, mas a própria ciência vem buscando soluções.

O conhecimento nas sociedades modernas é entendido como um patrimônio nacional e recurso estratégico das nações. Só por meio de uma ciência de qualidade e compromissada que produz conhecimento, inovações e soluções para problemas da sociedade, possibilitando uma melhor qualidade na vida dos cidadãos. O exemplo mais recente do poder da ciência foi o enfrentamento da pandemia pela Covid-19. Graças a um conhecimento adquirido sobre imunologia, virologia, biologia molecular, epidemiologia, bioestatística etc. foi possível o desenvolvimento de inúmeros imunizantes, medicamentos e tratamento para essa doença em um tempo recorde.

A pesquisa científica traz soluções, não só para a saúde, como, também, o desenvolvimento industrial, desenvolvimento de produtos, geração de energia, engenharia, produção de alimentos e inúmeras outras áreas.

Atualmente, quantos pesquisadores o Instituto possui e em quais linhas de pesquisa eles atuam?

Andrea e Saint: Comunidade de pesquisadores do IFF/Fiocruz: 28 servidores pesquisadores; 20 servidores com atividade de pesquisa: pesquisa clínica, translacional e saúde coletiva. Esse corpo de trabalhadores orienta trabalhos de pós-graduação nos mais diferentes níveis e publica em revistas e jornais de impacto, demonstrando a qualidade técnico-científica para a produção de conhecimento ou discussão/contribuição na busca de soluções para inúmeros problemas da humanidade.

O IFF/Fiocruz possui importantes contribuições em temáticas como Zika Vírus e Covid-19, como vocês avaliam esse cenário?

Andrea e Saint: A rápida resposta nas pandemias causadas pelos vírus Zika ou SARS-CoV-2, sobretudo para gestantes e população pediátrica, são decorrentes do amadurecimento e fortalecimento do seu corpo de pesquisadores. Estes pesquisadores promovem atividades de geração, difusão e aplicação de novos conhecimentos em ciência e tecnologia, fomentando a criação de subsídios para a formulação de políticas públicas e o constante aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

O IFF/Fiocruz vem ao longo de sua história apresentando soluções para inúmeros problemas da população. Estratégias como a do Banco de Leite Humano (BLH), estudos na área da Genética Clínica, desospitalização de crianças crônicas dependentes de tecnologia, humanização da assistência, saúde brincar, fatores que impactam no crescimento e desenvolvimento de recém-nascidos de alto risco, nutrição neonatal, avaliação da linguagem, discussão/contribuição para a garantia de direitos, entendimento das causas de violência, políticas públicas para uma cultura de paz etc.

O Instituto possui parcerias com outras instituições nacionais e internacionais? 

Andrea e Saint: Sim, possuímos colaborações com outras unidades da Fiocruz, como o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), entre outras.

Também possuímos parcerias nacionais fora da Fundação, como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Já as parcerias internacionais, com a London School of Hygiene and Tropical Medicine, University of California, Los Angeles (UCLA), McGill, University of Pittsburgh, Institut Pasteur de Dakar, KEMRI-Wellcome Trust Research Program, Redeemer's University, Uganda Virus Research Institute, University of Ghana (WACCBIP), Karolinska Institute, NIH Universidade do Porto (Portugal), Universidade do Aveiro (Portugal) e PUC Valparaíso (Chile) etc.

Enquanto Instituto Nacional, quais as contribuições das pesquisas do IFF/Fiocruz para o Sistema Único de Saúde (SUS)?

Andrea e Saint: O IFF/Fiocruz capacita anualmente inúmeros profissionais para atuarem nas mais diferentes esferas de gestão do SUS e que vão, de um modo ou de outro, impactar na vida das pessoas. A atividade docente e de pesquisa andam em paralelo nos pesquisadores da casa e, desta forma, estes atuam nos cursos de atualização, residências, mestrados e doutorados da instituição.

Os profissionais do Instituto estão em constante proposição de soluções de problemas para o SUS sempre com base nas melhores evidências. Um exemplo é o Portal de Boas Práticas e a Estratégia Qualineo. Também se destaca a pronta resposta que os pesquisadores apresentam frente às emergências sanitárias como a da Zika e Covid-19. Problemas do dia a dia da assistência, como a alimentação de recém-nascidos muito prematuros, abordagem da dor ou aperfeiçoamento no diagnóstico de síndromes genéticas ou câncer também são fonte de inspiração.

Que recado vocês gostariam de deixar para jovens que sonham em se tornar cientistas e pesquisadores?

Andrea e Saint: O Brasil não tem uma tradição de formação de profissionais exclusivamente voltados para a produção de pesquisa cientifica. Em geral, o interesse pela ciência surge ainda na fase de formação, quando se torna bolsista de iniciação cientifica, ou quando buscam aperfeiçoamento nos cursos de mestrado e doutorado, seja pelo ingresso na carreira de docente de nível superior ou para ampliação das oportunidades. Este é o modelo brasileiro que tem vigorado desde sempre.

A ideia de que o cientista fica nos laboratórios é caricata e não corresponde à realidade. Para um pesquisador espera-se, além da natural curiosidade, um perfil dedicado, capacidade de trabalhar em equipe, empreendedorismo, capacidade de liderança, formação sólida na sua área de conhecimento, sólidos conhecimentos em método cientifico, e, principalmente, o entendimento que não existe o certo e o errado. Existe o que se conhece até aquele momento com os recursos disponíveis e que nada, absolutamente nada, é estático. Tudo se transforma.

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