23/07/2012
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
Enquanto o Rio de Janeiro era palco da Rio+20, em que a Fiocruz teve participação efetiva exigindo a inclusão da saúde nas discussões sobre um futuro sustentável para o planeta, o novo número da revista História, Ciências, Saúde — Manguinhos estava na gráfica. É o primeiro da coleção a exibir o selo FSC, concedido pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal a quem trabalha seguindo as normas de preservação ambiental. Este é o recado de Jaime Benchimol na Carta do Editor da revista trimestral, em que destaca que a sigla FSC "remete ao Forest Stewardship Council, organização não governamental, sem fins lucrativos, com sede na Alemanha, criada para promover o manejo florestal responsável mundo afora, e que tem representações em 70 países”. Ele ressalta que a FSC Brasil foi criada em 2001 e integra a campanha que tem por objetivo convencer autoridades de países que tenham florestas a incluir uma emenda no documento oficial da Rio+20, com recomendações que visam a transição para a chamada "economia verde".
Para Benchimol, a ideia é “transformar a certificação socioambiental em compromisso dos governos, sob a justificativa de que induz práticas sustentáveis e contribui com a conservação das florestas tropicais e seus recursos”. O editor da revista ainda explica que esta preocupação vem sendo cada vez mais frequente e “começa a entrar na agenda das compras e contratações públicas, e aí entramos nós, rodando a revista em papel com o selo FSC”.
Temas diversificados
Em 2012 a revista comemora 18 anos de circulação ininterrupta levando ao leitor, a cada nova edição, artigos inéditos, entrevistas, documentos e imagens relacionadas à história das ciências da vida. Terra ‘quente’ na imprensa: confiabilidade de notícias sobre aquecimento global abre este novo número, trazendo o resultado da análise, durante um ano, do noticiário sobre o aquecimento global veiculado pelo influente conglomerado de comunicação que reúne portal UOL, Folha.com e Folha de S. Paulo. Um geólogo e um filósofo da Unicamp são os autores do trabalho e concluíram que a “a geologia tem mostrado que o clima da terra mudou no passado e continuará a mudar no futuro”. A interferência do homem, dizem, “pode intensificar os efeitos de certas mudanças”, mas não seria a causa principal ou exclusiva do aquecimento global, como o Grupo Folha tenta propagar.
Outros nove artigos de temas bem diversificados são publicados, como o que discute o trabalho social como novidade na atenção à infância na América Latina, entre 1928 e 1948 e ainda o inventário das teses sobre hepatites, defendidas na UFRJ entre 1837 e 2000. Há também uma análise do tratado mais antigo que se conhece no Ocidente sobre a oftalmologia, que traz ilustrações diversificadas, entre elas instrumentos cirúrgicos e representações de incisões nos olhos, de 1583, além dessas flores e folhas que ilustram esta matéria.
Um dossiê temático dedicado a analisar a vida e a obra de Carlos Chagas Filho reúne mais seis artigos, além de uma entrevista com o pesquisador. Atento às questões instigantes de sua época, o professor importou-se com temas que continuam em pauta na agenda contemporânea. Foram incontáveis as participações do professor Chagas Filho em fóruns nacionais e internacionais, representando o Brasil. Ele sempre estava onde houvesse conferências e comissões que discutissem sobre os cuidados e a relação do homem com o meio ambiente, o clima, o controle do uso de armas atômicas, as radiações ionizantes, a paz mundial, a educação, o ensino e a ética no mundo dos cientistas.
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