13/04/2016
Fonte: EBC
O Ministério da Saúde iniciou o envio aos estados da vacina contra a influenza no início deste mês. Nas três primeiras remessas (1º a 15 de abril), os estados recebem 25,6 milhões de doses, que corresponde a 48% do total a ser enviado para a campanha deste ano. Desse montante, serão entregues 5,7 milhões de doses somente para São Paulo.
De acordo com o órgão, a entrega das vacinas aos municípios, por sua vez, é responsabilidade dos estados. A campanha de vacinação acontece em todo o país do dia 30 de abril (com mobilização especial em todo o país) até 20 de maio. A campanha será mantida para esse período, quando os estoques estarão abastecidos para a realização da estratégia nacional.
Até o momento, foram registrados 444 casos de síndrome aguda respiratória grave por influenza A (H1N1) em todo o Brasil, sendo 71 mortes, de acordo com o Ministério da Saúde. O maior número de casos foi registrado em São Paulo, com 55 óbitos. A síndrome se caracteriza por febre, tosse e desconforto respiratório. No ano passado inteiro, foram 36 mortes por H1N1 no país. Vacinação contra influenza é a intervenção mais importante na redução do impacto da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, a ação é uma resposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para controlar a circulação de amostras dos vírus. Segundo a pasta, a constante mudança dos vírus influenza requer monitoramento global e frequente reformulação da vacina.
Em novembro de 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, endossou a orientação da OMS e adotou a vacina trivalente, que contém os vírus determinados pela OMS. Ela é produzida pelo Instituto Butantan de São Paulo. A vacina disponível nas clínicas particulares é a tetravalente, que protege contra uma variação a mais do vírus da gripe. Veja abaixo outras informações sobre a vacina.
Quais são os tipos de vacina de gripe?
A vacina contra a gripe protege contra a influenza A, incluindo a prevenção contra a cepa H1N1, e a influenza B. Mas, dentro dessa característica em comum, pode haver variações.
Como a vacina é elaborada?
Anualmente, a OMS convoca duas consultas técnicas, em fevereiro e setembro, para recomendação das amostras vacinais candidatas que irão compor as vacinas contra influenza sazonal dos hemisférios norte e sul. Uma amostra vacinal candidata é um vírus influenza que o Centro de Controle de Doenças CDC (ou um dos colaboradores da OMS) seleciona e prepara para uso na produção de vacinas. Amostras vacinais candidatas são tipicamente escolhidas com base na similaridade com os vírus influenza que estão se disseminando e causando infecções em humanos, assim como na sua habilidade de multiplicação em ovos de galinha, onde os vírus vacinais são cultivados.
Por que a vacina muda todo ano?
Devido a essa mutação dos vírus, é necessário se vacinar anualmente contra influenza. Grupos prioritários podem receber gratuitamente a vacinação nos postos de saúde.
Quais vacinas existem contra a gripe?
Há duas vacinas disponíveis a trivalente e a tetravalente (ou quadrivalente). São os seguintes os vírus nelas contidos:
Trivalente: A (H1N1); A (H3N2); Influenza B do subtipo Brisbane
Tetra ou Quadrivalente: A (H1N1); A (H3N2); 2 vírus Influenza B, que são os subtipos Brisbane e Phuket.
A proteção contra o H1N1 está contida nas duas.
Estão indicadas para todas as pessoas, exceto para bebês com menos de seis meses de idade. Dependendo do fabricante da vacina, um dos tipos da tetra só pode ser dado para crianças maiores de três anos de idade. A Trivalente pode ser dada para todos acima de seis meses. Crianças de seis meses a um ano tem que tomar duas doses com intervalo de um mês.
Qual é a vacina oferecida pelo SUS?
A vacina oferecida pelo SUS nos postos de saúde e centros de vacinação é a trivalente.
E a vacina da clínica particular?
Clínicas particulares costumam oferecer, além da vacina trivalente, a vacina tetravalente. Essa vacina também pode ser chamada de quadrivalente e já é oferecida pelo sistema público de saúde dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália.
Qual deve ser o preço da vacina? Como denunciar preços abusivos?
Segundo o Procon, caso seja constatado reajuste abusivo, as empresas poderão ser autuadas. O órgão não informou quantos hospitais foram notificados e se são da capital ou de outras cidades do estado. O Procon investiga a informação de que houve hospitais e laboratórios privados que reajustaram o preço da vacina de R$ 120 para até R$ 215. No ano passado, segundo o órgão, o preço médio do imunizante era R$ 45.
Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?
Uma média de 2 a 3 semanas.
Quem tem prioridade para se vacinar gratuitamente?
- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos;
- Gestantes;
-Trabalhador de saúde;
-Povos indígenas;
-Indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
-População privada de liberdade;
-Funcionários do sistema prisional;
-Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis;
-Pessoas portadoras de outras condições clínicas especiais (doença respiratória crônica, doença cardíaca crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica, doença neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias).
Qual é o calendário de vacinação na rede pública?
A campanha nacional de vacinação contra gripe está marcada para começar no dia 30 de abril e vai até o dia 20 de maio. Alguns estados, como São Paulo, podem antecipar a vacinação pelo SUS devido ao aumento precoce de casos da infecção. O Ministério da Saúde anunciou que começaria a enviar as doses aos estados a partir desta sexta-feira (1º).
04/04: vacinação gratuita dos profissionais de saúde.
11/04: podem ser vacinadas as crianças de 6 meses a 5 anos de idade, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas.
30/04: além dos grupos anteriores, podem receber a vacina puérperas de até 45 dias, detentos, funcionários da rede prisional e indígenas.
Quais são as contraindicações para a vacina?
De acordo com o Portal da Saúde, pessoas com alergia comprovada e importante ao ovo não devem receber a vacina. Quem está com imunodepressão, natural ou medicamentosa, deve receber orientações específicas do próprio médico.
*Com informações do Ministério da Saúde