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FSM 2023: Fiocruz participa de debate sobre a situação dos Yanomami e o impacto dos garimpos na saúde dos trabalhadores


25/01/2023

VPAAPS/Fiocruz

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Os “Impactos da Saúde Ambiental, Saúde do Trabalhador e Saúde Indígena decorrentes do garimpo na região Amazônica” foram temas de debate do dia 23 de janeiro, no Fórum Social Mundial, na Assembleia Legislativa de Porto Alegre/RS.

Hermano de Castro, vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), coordenou o debate junto com a Maria Juliana Moura Corrêa, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde e integrantes do Grupo Temático Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). 

Diogo Rocha, Hermano Albuquerque de Castro, Maria Juliana Moura Correa e Camila Rebello Amui (SESAI)

A grave situação que atinge os indígenas Yanomami foi um dos principais pontos abordados. Para Hermano, a fome, a violência e as doenças que atingem esses povos relembram as condições sofridas pelos judeus no Holocausto. 

O desmatamento, a poluição e a contaminação dos rios e dos peixes por mercúrio, metal utilizado nos garimpos, também são algumas das preocupações apontadas durante o evento. Em 2020, segundo dados do MapBiomas (2021), foram 107,8 mil hectares desmatados pelo garimpo, sendo que 93,7% desses ocorreram no bioma Amazônico.

Em visita recente à população Yanomami, o presidente Lula e a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, presenciaram uma situação de completo abandono, um número expressivo de indígenas com doenças infecciosas e a impossibilidade de realização de atividades de subsistência por esta população como pesca e agricultura. 

Durante o debate, também foi abordada a situação de trabalho degradante dos garimpeiros, sem condições sanitárias e expostos à vários riscos ocupacionais, além de acidentes de trabalho e intoxicação por substâncias químicas, como os metais. 

Entre as sugestões apontadas pela plenária estão a eliminação do mercúrio; repensar o modelo de mineração e garimpo; definir políticas públicas permanentes para proteção e apoio às populações indígenas e demais populações tradicionais, respeitando seus saberes e modos de vida; e combate ao garimpo ilegal em terras indígenas e comunidades tradicionais, principalmente na Amazônia, bem como a responsabilização da atividade ilegal.

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