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Fiocruz Rondônia promove debate sobre participação da mulher na ciência


05/04/2023

José Gadelha (Fiocruz Rondônia)

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A Fiocruz Rondônia está comprometida com a valorização da mulher cientista, com a inclusão de meninas estudantes da rede pública na ciência, ampliando as oportunidades de acesso ao universo da pesquisa, por meio de diversas ações. Uma delas é o evento Mulheres e Meninas na Ciência de Rondônia que promove a equidade de gênero na ciência, em consonância com os objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos na Agenda 2030.

Mais de cem meninas, estudantes do 2º ano, participaram da programação (foto: Divulgação)

 

Para celebrar a data do dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, a Fiocruz Rondônia organizou (24/3) uma programação especial na Escola Estadual João Bento da Costa, em Porto Velho-RO, aproveitando as comemorações alusivas ao mês da mulher. O tema deste ano foi: Mulheres são valiosas: saúde, diversidade e democracia para a ciência em Rondônia.

Soraya Santos, pesquisadora em Saúde Pública da Fiocruz Rondônia, participou da mesa de abertura, na companhia das pesquisadoras Nidiane Prado e Ivaneide Nunes, que atuam em diferentes linhas de pesquisa. Elas falaram sobre a atuação feminina na ciência rondoniense, a partir de suas vivências e experiências pessoais, resgatando o papel da mulher cientista e enfatizando os caminhos para as estudantes que demonstrem interesse em seguir a carreira científica. 

“Eu fui tomada por uma profunda emoção, quando cheguei neste auditório lotado de meninas. Como mãe, e também docente da pós-graduação na Fiocruz Rondônia, vejo nitidamente a importância da educação na transformação social das pessoas. Cada uma de vocês pode ser aquilo que sonhar. Nós, aqui, somos cientistas, e damos a nossa contribuição para uma sociedade mais justa, por meio das pesquisas que realizamos na área da saúde. Para sonhar, não há limites”, declarou Soraya.

A estudante de doutorado em Ciências, pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em cooperação com a Fiocruz Rondônia, Ivaneide Nunes, salientou os desafios e dificuldades para as meninas oriundas de escolas públicas. O seu relato pessoal deu um brilho à mais ao evento que oportunizou o contato das estudantes com a realidade da pesquisa científica na Amazônia, seus desafios e relevância social. 

“Fazer aquilo que você ama é extremamente gratificante. Quando fazemos aquilo que amamos, não nos cansamos. A ciência tem aberto portas em muitas áreas. Em campo, nós temos um trabalho muito árduo, mas é algo muito gratificante, porque sabemos que o fruto de todo esse esforço vai gerar uma parcela do conhecimento sobre determinada área e, consequentemente, estaremos contribuindo para montar uma parte de um quebra-cabeça na busca por respostas a problemas de saúde ainda maiores”, pontuou Ivaneide. 
Para Nidiane Prado, que atualmente faz pós-doutorado na Fiocruz e têm experiência nas áreas de farmacologia e imunologia, a Iniciação Científica fez toda a diferença em sua carreira profissional. “Ainda no começo, fui questionada sobre os motivos que me levaram a investir na carreira científica, e eu me lembro de dizer que a principal motivação foi o fato de poder contribuir para a transformação da sociedade, é isso que todas nós, aqui, buscamos diariamente”, destacou. 

Inclusão social

A proposta da Fiocruz Rondônia é incluir, buscar levar a todos os cantos o que vem sendo feito diariamente, não apenas por meio das ações de pesquisa, mas também em atividades que refletem o engajamento da instituição no combate às iniquidades sociais. A microbiologista Najla Matos, que esteve à frente do evento, trouxe uma reflexão sobre a atuação de grandes mulheres cientistas, citando o exemplo da atual ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, que presidiu o comando da Fiocruz até assumir o Ministério, no começo deste ano. “É preciso fomentar o debate sobre a atuação das mulheres no passado da ciência, o que elas fizeram e o que foi preciso enfrentar para que, hoje, nós tivéssemos mais liberdade no campo científico. Ainda assim, temos muito a avançar, principalmente em relação às oportunidades para nós mulheres”. 

Estudantes do 2º ano foram convidadas para conduzir debate sobre o presente e o futuro da ciência (foto: José Gadelha)

 

Pensando nas oportunidades para meninas da rede pública no campo científico, foram convidadas as estudantes do 2º ano do Ensino Médio Aline Vitória da Silva, Sofia de Lima Bezerra Brito e Ayandra Vitória Chaves da Silva Nunes, da Escola João Bento da Costa, para conduzirem um debate sobre O presente e o futuro da Ciência, na visão das estudantes, a partir da atuação de mulheres cientistas de destaque. “Eu particularmente gostei muito da minha escola ter sido selecionada pela Fiocruz para a realização do evento. Realmente, foi algo que agregou no meu conhecimento e no das alunas presentes, eu tenho certeza de que várias alunas saíram do evento com a mente mais aberta em relação à inserção delas na ciência. Se elas quiserem e se esforçarem podem fazer o que quiser, podem fazer a diferença no mundo, assim como as cientistas Marie Curie (pioneira nos estudos da radioatividade) e Ada Lovalece (criadora do primeiro algoritmo da história). Espero que outros eventos como esse voltem a ocorrer e que mais pessoas tenham acesso”, declarou Aline Vitória.

Também participou como convidada a estudante Nayane Nascimento de Almeida, do 2° ano da Escola Estadual Orlando Freire, em Porto Velho-RO. Nayane esteve entre os alunos selecionados, em 2022, pelo Programa de Vocação Científica da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (Provoc), e desenvolve, na condição de bolsista do Ensino Médio, atividades no Laboratório de Microbiologia. 

“Foi uma experiência de encanto para mim. Logo que entrei na sala, vi que havia somente alunas e professoras, e isso me fez ver que o evento foi projetado com seriedade e cuidado. É muito gratificante saber que eu posso ter influenciado qualquer uma daquelas garotas com as minhas palavras, mesmo que eu não seja tão boa oradora como queria. Fiquei muito feliz com o convite, e com a minha função de representar o Provoc Rondônia e as demais estudantes que fazem parte desse programa comigo. E ver como a escola João Bento da Costa colaborou com o evento me estimulou mais para compartilhar minhas experiências como estudante do Ensino Médio e como isso afetou minha vida e escolhas para o futuro em pouco tempo. Foi ótimo poder aconselhar, encorajar e empoderar de aluna para aluna”, disse Nayane. 

Portas abertas ao futuro

Representando a direção da Escola João Bento da Costa, a psicóloga Luci Mary agradeceu a iniciativa da Fiocruz Rondônia que proporcionou às alunas uma gama de possibilidades. “Ficou evidente como a instituição, com suas mulheres cientistas, trabalha a questão do empoderamento feminino, estimulando as nossas alunas a conquistarem caminhos mais altos e chegarem aos seus objetivos”, afirmou Luci. Ela complementou que a Escola JBC se encanta cada vez mais com as oportunidades que se abrem aos estudantes, principalmente, quando se pode contar com parcerias com instituições como a Fiocruz Rondônia, que tanto faz pela saúde da população. 

As professoras Heloísa Helena e Bárbara Eguez, que também participaram como convidadas, trouxeram os seus depoimentos pessoais, a visão docente sobre a formação escolar das estudantes e suas trajetórias de vida, como forma de provocar as estudantes ao caminho da busca constante pelo conhecimento. 

O evento Mulheres e Meninas na Ciência de Rondônia faz parte de uma programação maior que será desenvolvida ao logo do ano pela Fiocruz Rondônia em outras escolas, com recurso de Chamada Interna da Fiocruz. 

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