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Fiocruz retoma seminários com as perspectivas para a agenda global e da saúde em 2022


08/02/2022

Cristina Azevedo (Agência Fiocruz de Notícias)

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Como as novas disputas políticas entre Leste e Oeste, as questões socioeconômicas e a exploração do meio ambiente vão impactar a saúde este ano serão alguns dos temas do Seminário Avançado em Saúde Global e Diplomacia da Saúde, do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), nesta quarta-feira (9/2), às 10h. Se no ano passado os webinários já buscavam mostrar a relação da pandemia de Covid-19 com outros fatores, as novas edições procuram ir além, aprofundando a visão de sindemia. Isso se reflete ainda em outra produção do Cris que cresce em 2022: os Cadernos de Saúde Global, que ganham mais capítulos e colaboradores, para além dos muros da Fiocruz.

“Há uma compreensão de que a pandemia caminha para a endemização, apesar de ainda não sabermos quando isso ocorrerá. Mas especialistas da Organização Mundial de Saúde veem outras pandemias no horizonte. Então, é preciso uma abordagem ampliada da saúde”, explica o diretor do Cris/Fiocruz e presidente da Aliança Latino-Americana de Saúde Global (Alasag), Paulo Buss. “Este seminário, o primeiro do ano, vai pautar os outros que virão”, acrescentou. 

Com traduções para português, inglês e espanhol, o webinário a Agenda política global e Saúde: perspectivas 2022 traz José Luís Fiori, professor de Economia Política Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para analisar as relações entre os países – num momento em que a disputa Leste e Oeste não se restringe apenas aos Estados Unidos e à China. O cenário político global no campo ambiental será tratado por Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente (2010/2016) e copresidente do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU Meio Ambiente (FIP-UNEP). A ex-ministra adiantará o que se espera de alguns eventos deste ano, como a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP27), que será realizada no Egito. As desigualdades sociais, econômicas e sanitárias globais ficará por conta de Katia Maia, diretora-executiva da Oxfam Brasil, que trará dados do relatório mais recente da organização. Em comum entre os três palestrantes estão os impactos de seus temas na saúde. 

“Este ano vamos analisar com muito cuidado a questão do multilateralismo, como ela vai se resolver na América Latina. As eleições na região indicam uma onda rosa, com governantes progressistas, como Gabriel Boric, no Chile, sendo eleitos. Existe uma mudança em andamento na região que influencia a possibilidade de cooperação, inclusive em saúde”, observa Buss. 

O seminário traz ainda o vídeo do discurso do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na Assembleia Geral da organização em janeiro. No vídeo, o ex-primeiro-ministro de Portugal sugere uma série de mudanças e lançou o desafio de promover uma agenda comum global. 

Cadernos ampliados 

Se as perspectivas para 2022 ainda não estão claras, as perspectivas do Cris são de ampliação. Reflexo das reuniões quinzenais do Centro em sua função de Observatório, os Cadernos Cris/Fiocruz - Informe sobre Saúde Global e Diplomacia da Saúde cresceram e ganharam novos colaboradores. De cerca de 20 autores no ano passado, a publicação pulou para 41, distribuídos em 22 capítulos, em 172 páginas. Os temas foram reorganizados e novos clusters de assuntos surgiram cobrindo novas áreas geopolíticas, atores e agências globais. 

Uma equipe do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) se uniu ao projeto, observando as áreas da saúde da mulher, criança e adolescente, enfocando também as ações do Unicef, da ONU-Mulher, e do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa). Com a ajuda da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), o tema cultura e saúde ganhou também um capítulo na publicação. 

De fora da Fundação também chegam novos colaboradores. Deyse Ventura, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, integra o time que falará sobre migração e refugiados. “São os excluídos do excluídos. O exemplo mais duro observado no Brasil recentemente foi o assassinato de um imigrante congolês”, observou Buss. “A ideia é ampliar. Vimos que a pandemia é muito mais complicada do que parecia.” 

Serviço 

Os Cadernos Cris/Fiocruz - Informe sobre Saúde Global e Diplomacia da Saúde são publicados quinzenalmente e podem ser encontrados aqui.

O webinário Agenda Política Global e Saúde: perspectivas 2022 poderá ser acompanhado em português, em inglês e em espanhol.

Webinário Agenda Política Global e Saúde: perspectivas 2022

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