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Fiocruz realiza evento de lançamento do Grupo de Trabalho Saúde dos Povos e das Populações do Campo, Floresta e Águas


23/06/2022

VPAAPS/Fiocruz

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A Fiocruz lançou, na quarta-feira (22/06), o Grupo de Trabalho Saúde dos Povos e das Populações do Campo, Floresta e Águas, que faz parte de um processo de construção coletiva que responde diretamente a uma diretriz estratégica do Programa Fiocruz Unida pela Vida e do Relatório Final do IX Congresso Interno da Fiocruz. O objetivo é atuar na perspectiva do direito à saúde e dos bens comuns.

O Grupo de Trabalho (GT) é composto por representantes de movimentos sociais e pesquisadores que atuam no tema de Saúde dos Povos e das Populações do Campo, da Floresta e das Águas na Fiocruz, e poderá ser ampliado a partir das necessidades identificadas pelo grupo. 

Participaram do evento on-line a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o representante da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), Hermano Castro, o coordenador de Ambiente da VPAAPS, Guilherme Franco Netto, pesquisadores de diversas unidades e áreas da Fiocruz  e lideranças de movimentos sociais como o Movimento Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Fórum de Comunidades Tradicionais, Fórum Catarinense de Combate aos Transgênicos, Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos (Confrem-Brasil), Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES/UFRJ) e a Cooperativa de Trabalho Educação, Informação e Tecnologia para Autogestão (EITA).

A mística de abertura, realizada pelo MAB, foi marcada com a homenagem ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista britânico Dom Phillips, ambos assassinados no Vale do Javari, na Amazônia. A  poesia “Água para quem tem sede”, de autoria de Silas Borges, e a música “Pelos caminhos da América Latina”, de Zé Vicente, trouxeram o significado da luta pela floresta, campo e águas. 

A Fiocruz se manifestou por meio de nota sobre a morte de Bruno e Dom. Em sua fala, a presidente Nísia Trindade disse que a música, a poesia e o vídeo apresentados na mística de abertura lembra que “não podemos nos calar e que precisamos ter respostas para essas mortes”.

Ao enaltecer a criação do GT, Nísia Trindade disse que essa é uma iniciativa importante em que a presidência da Fiocruz não só abraça, mas vai certamente imergir nessa pedagogia do campo, da floresta e das águas. “Esse é um caminho de aprendizado recíproco e de fortalecimento do papel da Fiocruz junto à sociedade, que é possível avançar e o GT trará contribuições imensas nessa perspectiva”. 

Hermano Castro, em sua saudação, destacou o histórico de ações realizadas pela Fiocruz junto aos povos do campo, floresta e águas. “Nossos pesquisadores e os movimentos sociais têm uma relação antiga e é importante o fortalecimento dessas parcerias. No campo da saúde pública é fundamental que possamos ter políticas públicas que levem em consideração a defesa dos territórios e seus modos de vida. Temos enormes desafios e os mais atingidos são os povos do campo, floresta e água”.

Já Guilherme Franco Netto fez uma reflexão sobre direito à saúde das populações e a representatividade e participação dos povos no fortalecimento do SUS. “A gente percebe que tem sido uma jornada extremamente interessante e muito poderosa. O SUS vai ser diferente quando a gente começar a retomar os espaços e as dimensões que a gente tanto aspira”. 

Moisés Borges, do Movimentos dos Atingidos por Barragens, relatou sobre a dificuldade dos povos das águas em acessar políticas públicas. “De onde a gente vem, das barragens, temos dificuldade de ter acesso as políticas públicas. É histórica essa ausência de políticas públicas”. Uma das ações sugeridas por Moises é que o GT consiga aproximar os movimentos sociais e as unidades da Fiocruz nos estados.

Após a abertura, o evento seguiu com debate sobre os próximos passos do GT. Foram destacadas as oportunidades da Fiocruz de aportar contribuições nos campos da saúde e da ciência nos territórios, a valorização dos saberes e práticas das comunidades, além de sugestões para o trabalho inicial do GT. Dentre elas estão a elaboração de um Termo de Referência; organização de um seminário para discutir problemas, perspectivas e soluções para as comunidades; sistematização de ações realizadas pela Fiocruz com abordagem do campo, floresta e águas; realização de um diagnóstico da saúde das populações no sentido de orientar o trabalho do grupo e rumo a construção de políticas públicas. 

Saiba mais sobre o GT: https://portal.fiocruz.br/en/noticia/fiocruz-lancara-gt-saude-de-populac...
 

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