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Fiocruz promove 1º Encontro do Programa Translacional Fio-Nano


07/11/2016

Flávia Rianelli e Vinícius Ameixa (VPPLR)

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Com o objetivo principal de estruturar uma rede envolvendo todos os grupos de pesquisa ligados à nanotecnologia da Fundação Oswaldo Cruz, para o desenvolvimento de plataformas tecnológicas com infraestrutura e tecnologia nano, foi realizado em 25/10, no auditório do Pavilhão Leônidas Deane, no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro, a 1ª Reunião de Estruturação do Programa de Pesquisa Translacional em Nanotecnologia (Rede Fio-Nano). Estiveram presentes 52 membros de cinco grupos de pesquisa já cadastrados para participar da rede, pertencentes a nove unidades da Fiocruz.

Abrindo o encontro, o vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, destacou o objetivo de restabelecer, repactuar e trabalhar o planejamento estratégico a fim de que o programa possa ter uma sistematização ao longo dos anos. Diante das restrições orçamentárias por que passa a Fundação, Stabeli destacou sua preocupação com o cenário atual, apontando para a necessidade de atuação dos grupos de pesquisa de forma integrada e estratégica. “Como missão, temos que mostrar que é a ciência e a tecnologia que fazem o desenvolvimento sustentável do nosso país”, afirmou.

Assessor da Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência (VPPLR) e coordenador dos Programas de Pesquisa Translacionais, Wim Degrave esclareceu o foco nos agravos mais importantes para a Saúde Pública, com a participação de grupos de pesquisa biomédica, clínica e saúde coletiva, e com suporte das Plataformas Tecnológicas Fiocruz.  Como missão para a área de nanotecnologia, Wim Degrave destacou o mapeamento da capacidade institucional, verificando a necessidade de infraestrutura, insumos, serviços e soluções. A meta é verificar onde a nanotecnologia poderá contribuir, tanto para a geração do conhecimento na saúde pública, quanto para o desenvolvimento de produtos. O assessor da VPPLR informou ainda que será lançado, nas próximas semanas, mais um edital de adesão de grupos de pesquisa registrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ao programa da Fiocruz, a fim de conseguir, até o final do ano, a captação do restante dos grupos com atividades ou interesses na Fio-Nano, concluindo assim o mapa institucional.

Em sua apresentação, Helvécio Vinicius Rocha, do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), afirmou que a nanotecnologia é uma área transversal com muitas interfaces e possibilidades de diálogo intenso entre a rede.  Apresentou as estratégias de curto prazo e os objetivos da Rede Fio-Nano, destacando a geração de novos conhecimentos na área de saúde, o desenvolvimento tecnológico e inovação, a formação de recursos humanos e a maior interação e sinergia entre laboratórios de pesquisa e o setor produtivo com os programas de saúde do Brasil. “A Fiocruz já é uma Instituição líder mundial na área da saúde em vários segmentos. Temos campo para entrar na nanotecnologia, mas ainda temos muitos passos a percorrer”, afirmou Helvécio Vinicius Rocha.

Projetos e atividades

Durante o encontro, diversos pesquisadores da Fiocruz ligados à área da nanotecnologia apresentaram seus projetos e atividades em andamento nos diversos grupos de pesquisa da instituição. “Na área de diagnóstico, é muito importante colocar que o conceito da nanotecnologia está muito associado a dispositivos que conjuguem nanopartículas e nanosensores com microfluídica. A ideia que se tem nesse segmento é que num futuro muito próximo nós vamos ter dispositivos miniaturizados que vão ser capazes de fazer quase todos os exames que hoje a gente faz no laboratório de análises clínicas”, afirmou Marco Krieger, do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná).

“Nós acreditamos que a obtenção de produtos nanotecnológicos pode trazer benefícios para a sociedade, benefícios esses que são produtos estratégicos com custo acessível, ampliação das ações de saúde pública, ampliação do acesso a vacinas, biofármacos e diagnósticos e capacitação tecnológica em ciência, tecnologia e inovação em saúde”, explicou a pesquisadora Ana Paula Ano Bom, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).

O pesquisador Marco Aurélio Martins, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), abordou os estudos celulares, bioquímicos e moleculares do processo inflamatório, mecanismos fisiopatológicos e perspectivas terapêuticas nas respostas inflamatórias, local e sistêmica. Finalizou reivindicando um laboratório multiusuário de nanoformulação para o melhor desenvolvimento da rede.

Na sequência, Bruno Dalllagiovanna, do Laboratório de Biologia Básica e Célula Tronco da Fiocruz Paraná e Leonardo Calderon, da Fiocruz Rondônia, expuseram suas experiências relacionadas ao desenvolvimento e estudo de modelos para avaliação de fármacos, biofármacos, vacinas, terapias celulares e estudos de controle de qualidade. Já Isabela Delgado do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), enfatizou o trabalho de sua unidade para contribuir com a nanotecnologia, apresentando o desenvolvimento de tecnologias de produção, controle de qualidade, avaliação pré-clínica e clínica.

Por fim, William Weissmann, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), falou sobre a toxicologia e saúde, avaliação de contaminantes, poluentes e resíduos, e seus impactos sobre a saúde da população. No encerramento, foi realizada a discussão dos planos e das propostas levantadas pelos pesquisadores no encontro, a fim de que fossem dados os direcionamentos necessários para a estruturação da Rede Fio-Nano.

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