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Fiocruz lança calendário de divulgação científica com cientistas negras


16/01/2020

Por: Matheus Cruz (CCS/Fiocruz)

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Uma revisão dos aspectos sociológicos, artísticos e de comunicação: um calendário de divulgação científica ilustrado somente com cientistas negras. O esforço faz parte do trabalho de conclusão do curso de especialização em Divulgação e Popularização da Ciência da aluna da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) Joselí Maria dos Santos e foi orientado pela professora e coordenadora do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, Hilda da Silva Gomes. Seu foco é dar visibilidade e valorizar as mulheres negras como cientistas atuantes no campo das Ciências Exatas, Humanas e Biomédicas.

De acordo com Joselí, espera-se que o calendário proposto contribua para a promoção da equidade de gênero e raça e desconstrução de preconceitos e discriminação historicamente forjados desde a época da colonização. Ela ressalta que para isso, “ele pode ser usado pedagogicamente, sensibilizando alunos, professores, pais e pesquisadores para o reconhecimento e a memória de nossas cientistas negras brasileiras”, exemplificou.

Professora do Instituto de Matemática da UFRJ, Nedir do Espírito Santo ilustra o mês de abril

Joselí ainda destaca que, neste sentido, o incentivo à reflexão e amadurecimento do pensamento crítico sobre as relações étnico raciais brasileiras, assim como as questões de gênero, podem abrir mais possibilidades de estudo e pesquisa nos campos da divulgação científica e popularização da Ciência.

O trabalho também conta com dias marcados com efemérides mais importantes da história dos negros no Brasil, como o dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, a criminalização do racismo com a entrada em vigor da Constituição Federal em 1988, a promulgação da lei Euzébio de Queiroz, que extinguia o tráfico de escravos no Brasil e a inclusão de Zumbi dos Palmares como herói nacional pela Organização das Nações Unidas, em 21 de março de 1997.

O calendário conta com a ilustre presença das cientistas Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra a se formar em engenharia no Brasil, Lélia Gonzalez, ex-diretora do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, Katemari Rosa, professora adjunta da Universidade Federal da Bahia, Nadir do Espírito Santo, doutora em matemática pela Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, Conceição Evaristo, autora do romance Ponciá Vicêncio, Sonia Guimarães, a primeira mulher negra brasileira doutora em física, Maria Beatriz do Nascimento, pesquisadora e ativista, foi professora de história na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, Giovana Xavier, professora da Faculdade de Educação da Universidade Fedral do Rio de Janeiro (UFRJ), Lis Ingrid Custódio, professora adjunta da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Joana D’Arc Félix, ganhadora do prêmio Kurt Politizer de Tecnologia de pesquisadora do ano em 2014, Virgínia Leone Bicudo, fundadora da Sociedade de Psicanálise de Brasília em 1970 e Anna Maria Benite, professora associada e coordenadora do PIBID Química, na universidade Federal de Goiás. 
A engenheira Eneida Alves Marques abre o calendário elaborado por Joselí Maria dos Santos (Imagem: COC/Fiocruz)

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