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Fiocruz investe na qualificação de trabalhadores surdos


26/11/2015

Por: Luiza Gomes (Cooperação Social da Fiocruz)

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Mais cidadania, mais acesso à informação, maiores salários, maior qualificação e inclusão efetiva no mercado profissional. Este é o novo horizonte que o Projeto Social de Formação para Inserção de Pessoas Surdas no Mercado de Trabalho, atualmente em reformulação, pretende descortinar para esses trabalhadores da Fiocruz. Estão previstas capacitações, a contratação de intérpretes e cursos de Língua Brasileira de Sinais (Libras), entre outras medidas de acessibilidade para formação.

Sob a coordenação da Coordenadoria de Cooperação Social e em parceria com a Diretoria de Recursos Humanos (Direh), a nova proposta para o projeto pretende criar mecanismos de inclusão das pessoas surdas no mercado de trabalho, seja dentro ou fora da Fiocruz. A iniciativa funciona há 21 anos, beneficiando trabalhadores surdos, anteriormente a cargo da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (Feneis). Desde 2013, a ONG Centro de Vida Independente (CVI-Rio) está à frente da execução do projeto, sendo responsável pela triagem e contratação desses trabalhadores para desempenhar funções de auxiliares e assistentes de laboratório, de manutenção e nos setores administrativos das unidades.

Atualmente, 108 surdos participam do projeto e o maior número deles está concentrado no campus Manguinhos. Impulsionados por uma articulação do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), 18 trabalhadores surdos foram contratados, em julho de 2014, pela empresa Nova Rio, que presta serviços terceirizados nas áreas de laboratório e administração na unidade. Eles deixaram o projeto para alçar voos mais altos, conta Beatriz Coelho Rodrigues, psicóloga da Equipe de Suporte do projeto. Para que outros participantes possam ter perspectivas de inserção profissional, a ideia é ampliar o número de empresas parceiras para a contratação desses profissionais.

A auxiliar de laboratório Daiane Ribeiro Bellucio é uma dessas 18 pessoas que agarraram a oportunidade de uma nova contratação. Ela tem apenas 24 anos e um sonho de carreira pela frente. Há quatro anos em Bio-Manguinhos, contratada pela Nova Rio há um ano, ela aguarda a sua primeira promoção. “Até recentemente, nunca tinha pensado no que eu queria seguir profissionalmente. Foi só quando fiz um curso técnico em farmácia na Fiocruz que tive a certeza!”, narrou a jovem Daiane, orgulhosamente.

Oportunidades

Segundo ela, além da nova perspectiva de crescimento profissional e do excelente relacionamento com a equipe em Bio-Manguinhos, a contratação pela Nova Rio representou três grandes ganhos: um incremento no salário, a melhora da cobertura do plano de saúde, e a possibilidade de um plano de carreira.

O auxiliar administrativo do Instituto de Tecnologia em Fárnacos (Farmanguinhos/Fiocruz) Augusto Ferreira de Castro, de 42 anos, acabou de completar o ensino médio e já está com os olhos no futuro: um curso de técnico em informática e outro de segurança no trabalho. Para o ano que vem, pretende fazer um curso de logística e até, quem sabe, uma graduação na área. “Tenho investido na minha formação, para o meu crescimento pessoal e profissional. Não é só para adquirir conhecimento, mas também para melhorar a minha qualidade de vida e a da minha família”, afirma ele, que tem uma filha com cinco anos de idade.

Segundo Beatriz, a dificuldade com a língua portuguesa e a falta de qualificação são fatores que diminuem a empregabilidade dos surdos fora do projeto da Fiocruz. Tendo em vista esse desafio, a nova proposta do projeto tem como uma de suas metas mapear, sensibilizar e criar redes de empresas parceiras para inaugurar novas portas no mercado de trabalho.

Para isso, o projeto reformulado será inscrito na chamada do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD) do Ministério da Saúde, conforme explicou Luciane Ferrareto, coordenadora do projeto na Cooperação Social. “Esse programa abre para inscrições anualmente, e é a partir dele que o nosso projeto poderá ser habilitado para conseguir apoio financeiro junto às empresas”, informou.

*Texto originalmente publicado na edição n°25 do jornal Linha Direta da Presidência da Fiocruz.

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