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Fiocruz inaugura laboratório na Antártica

Antártica

16/01/2020

Por: Pamela Lang (Agência Fiocruz de Notícias)

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Com a inauguração da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, realizada em 15 de janeiro, a Fiocruz contará com um laboratório permanente no continente. O Fiolab, como será chamado, é resultado do acordo de cooperação firmado com a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm/Marinha do Brasil), e será um laboratório de biossegurança preparado para responder às necessidades de vigilância epidemiológica e sanitária do país, e dar suporte às pesquisas em saúde e ambiente na Antártica. 

Apesar da enorme variedade de organismos e de um ecossistema rico e diversificado, ainda são poucos os estudos sobre o impacto desses ambientes sobre a saúde dos animais, dos seres humanos, ou sobre o próprio continente e a América do Sul. Ao longo dos quatro anos de duração do projeto, os pesquisadores irão estudar vírus, bactérias, fungos, líquens, micobactérias e helmintos, que podem estar presentes nos animais que vivem ou circulam pela região, nas águas, nos solos, nas rochas e ainda no permafrost, que é um tipo de solo encontrado na região do Ártico e formado por terra, gelo e rochas que estão permanentemente congelados.

Para isso, a Fiocruz está reunindo pesquisadores experientes de diferentes áreas em uma única equipe. Os especialistas terão o desafio de estudar o ecossistema antártico de maneira integrada, a partir de uma perspectiva ampla da saúde. Segundo o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, a parceria com a Marinha do Brasil e atuação da instituição na Antártica reforçam o papel estratégico da Fiocruz para o país. "Com laboratórios de pesquisa de referência internacional, coleções biológicas, unidades de assistência e fábricas para produção de medicamentos e vacinas, a Fiocruz tem a capacidade de transformar suas pesquisas e descobertas em produtos que beneficiam a população. Uma instituição com o diferencial de uma cadeia completa: da pesquisa básica à entrega de produtos”, destaca o vice-presidente.

Além do importante papel de vigilância epidemiológica, a pesquisa da Fiocruz na Antártica busca também investigar ameaças e oportunidades que os microrganismos presentes na região podem oferecer à saúde humana. Na linha das ameaças, os estudos buscarão novos patógenos, como vírus, fungos e bactérias que poderão surgir a partir do degelo da calota polar, com a exposição de camadas inferiores de gelo e solo pelo aumento da temperatura, e da migração de espécies que buscarão alimentos em outros ambientes. 

Outra importante linha da pesquisa é a bioprospecção. Os organismos extremófilos - que vivem em ambientes extremos - têm em sua constituição moléculas e competências fisiológicas e químicas diferenciadas do que vemos em outros lugares, e que podem ter o potencial para desenvolvimento de novas tecnologias e produtos em saúde, como medicamentos e insumos.

O Fiolab oferecerá não apenas todo o apoio necessário aos estudos desenvolvidos pelos pesquisadores da Fiocruz, mas também permitirá dar suporte à formação de profissionais de outras instituições na área, ampliar as relações de parceria com colaboradores nacionais e internacionais, bem como o intercâmbio com os institutos estrangeiros de pesquisa na região.

Pesquisas da Fiocruz na Antártica

A Fiocruz se lançou às pesquisas na Antártica como resultado de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTIC) para o desenvolvimento de pesquisas na região. O projeto foi aprovado em dezembro de 2018 e vai integrar o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), conduzido pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm), da Marinha do Brasil. A equipe da Fiocruz passou quase um ano se preparando para sua primeira expedição, que teve início em dezembro de 2019. Uma nova equipe de pesquisadores seguirá em janeiro de 2020.

Para saber mais sobre o trabalho da Fiocruz no continente gelado, acesse o especial Antártica produzido pela Agência Fiocruz de Notícias.

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