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Fiocruz Ceará coordena ações de grupo de pesquisadores que atua no Pantanal⠀

Foto: Gabriela Schuck

13/10/2020

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Pesquisadores do Grupo de Estudos em Vida Silvestre (GEVS), coordenado pelo biólogo e pesquisador da Fiocruz Ceará, José Luis Cordeiro, estão no Pantanal calculando os impactos dos incêndios na fauna da região e as possíveis consequências sobre a saúde dos ecossistemas afetados pelas queimadas. O grupo, que trabalha em parceria com o Museu Nacional, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Mato Grosso, atua na área há mais de 20 anos, monitorando os animais da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), do polo socioambiental do Sesc Pantanal.

A Reserva é responsável pela conservação de 108 mil dos 6 milhões de hectares do Pantanal mato-grossense e teve 98% da sua área queimada. Das mais de mil espécies presentes na Bacia do Alto Paraguai, 630 são registradas na Unidade de Conservação, ou seja, 60% do total de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos estão presentes na RPPN. O fogo no Pantanal já dura mais de 50 dias.

A pesquisa utiliza como ferramenta de registro das ocorrências, o Sistema de Informação em Saúde Silvestre – SISS-Geo, desenvolvido pela Fiocruz. A equipe de pesquisadores, guardas-parque e comunidade vizinha à Unidade de Conservação tiram a foto dos animais mortos (carcaças) ou vivos e alimentam um banco de dados com uma série de informações sobre a espécie encontrada. 

O pesquisador José Luis Cordeiro explica que a metodologia permite quantificar os animais mortos, as espécies mais afetadas e os impactos causados na paisagem da RPPN. “Através desse levantamento, iremos estimar o impacto das queimadas na sobrevivência das espécies. Realizamos estudos na área há mais de 20 anos e cruzaremos os resultados obtidos em outras metodologias para construir um banco de dados púbico, vinculado à Fiocruz, com informações precisas para a atuação em vigilância dos órgãos competentes”, destaca o pesquisador.

Além disso, o pesquisador também destaca o trabalho efetivo de combate ao incêndio na reserva. “Tivemos 98% da área queimada, mas o incêndio não atingiu toda a reserva de uma vez. O controle do fogo foi imprescindível para que os animais tivessem tempo de fugir”, relata José Luis.

Com base na experiência da comunidade local, o grupo montou um plano de ação para distribuição de água e alimentos ao longo da Reserva. A iniciativa é monitorada por especialistas para não interferir nos hábitos dos animais e assegurar a viabilidade populacional das espécies. Os integrantes do grupo também prestam socorro aos animais queimados, especialmente antas (Tapirus terrestris), queixadas (Tayassu pecari) e catetos (Pecari tajacu), dentre outras espécies fundamentais para a recuperação de florestas e paisagens naturais.
 

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